Pão 11/03/2022
Para todos.
O livro é dividido em nove capítulos ? além da introdução, do glossário, dos índices de nomes pessoais e de passagens bíblicas. Seguindo uma ordem cronológica, cada capítulo busca tratar do pensamento de um teólogo importante e de sua posição na disputa. Assim, lemos sobre Pelágio (cap. 1) , Agostinho (cap. 2), João Cassiano (cap. 3), Lutero e Erasmo de Roterdã (cap. 4), João Calvino (cap. 5), Jacó (ou Tiago) Armínio (cap. 6), Jonathan Edwards (cap. 7), Charles Finney (cap 8) e Lewis Sperry Chafer (cap 9). Como podemos notar, cada teólogo selecionado é uma figura chave para a controvérsia, isto porque cada um corresponde a uma escola específica: pelagianismo, agostinianismo, semipelagianismo, luteranismo, calvinismo, arminianismo e dispensacionalismo.
A obra não se preocupa em dissertar sobre todos os pontos da soteriologia de cada um deles. Antes, Sproul tenta direcionar o leitor em alguns temas específicos, como, por exemplo: a natureza do livre arbítrio, as consequências da queda de Adão, a (in)capacidade do homem de responder à graça de Deus, a importância da fé no processo da salvação e a sua localização na ordo salutis.
Ao longo do livro, o autor nos prova que todos os debates posteriores à controvérsia de Agostinho e Pelágio, que tiveram como problemática central a liberdade do homem versus a soberania de Deus, nada mais foram que reminiscências destes. Desta forma, a grande pergunta que ao longo dos séculos os pensadores buscaram responder é: a salvação se dá por meio de uma ação soberana de Deus? ou o homem tem alguma participação nela, respondendo a essa graça através de seu livre-arbítrio? De acordo com os argumentos apresentados por cada escola, notamos que todos aqueles que buscaram preservar a liberdade humana, consequentemente, se inclinaram para o semipelagianismo ou o pelagianismo.
Por fim, no último capítulo, sobre o dispensacionalismo, Sproul traça uma relação deste sistema teológico com o evangelicalismo moderno e aponta-nos a forte influência pelagiana que a igreja moderna sofrera em decorrência dessa corrente.
O livro é um ótimo material introdutório, perfeito para aqueles que possuem pouco (ou nenhum) conhecimento histórico da doutrina cristã. No final da obra o autor deixa-nos um índice com os termos técnicos (em latim) mencionados ao longo do texto e a sua tradução, e outro de passagens bíblicas, que ajudam o leitor a compreender melhor o assunto e se familiarizar com a linguagem técnica.