Mari 06/11/2014
"Ela era uma covarde por se prender apenas por segurança a um casamento praticamente acabado."
Quando vi a capa de Encontros no Parque fiquei encantada. Ela conseguia ser simples e maravilhosa ao mesmo tempo e o fato de personagens da terceira idade serem os principais e resolverem mudar suas vidas de maneira repentina em nome do amor me deixou ainda mais curiosa.
Jeanie está prestes a completar sessenta anos mas não se sente velha, como seu marido a chama. Ela é uma mulher conservadora, casada há mais de trinta anos e que se pergunta porque seu marido mudou de dez anos para cá. Só para começar, os dois não dormem mais juntos e George já não é uma companhia nem para uma conversa. Acomodada com seu casamento, Jeanie não esperava que, em uma quinta-feira que deveria ser como outra qualquer, ela leva sua neta para o parque e conhece um homem que despertará nela sentimentos adormecidos há mais de dez anos.
A narrativa de Hilary Boyd é em terceira pessoa e me pareceu séria demais no início, porém fui me acostumando a ela e percebendo que, na verdade, a narrativa sem muita reflexão, apenas contando e relembrando fatos, é exatamente da forma como a personagem principal, Jeanie, se sente até encontrar uma nova motivação, um novo amor. A personagem consegue nos ganhar independente da idade. Suas dúvidas e incertezas são totalmente aceitáveis, uma vez que imagino que, mudar sua vida aos sessenta anos, não deve ser nada fácil. A personagem já não é tão jovem e precisa se decidir entre continuar com a vida que está acostumada, mesmo sem grandes emoções, ou se arriscar em um novo amor, e mudar completamente o que construiu ao longo dos últimos anos. Difícil, não?
George, o marido de nossa personagem principal, não me agradou logo de cara. Para mim, no minimo, ele tinha um baita segredo que eu nem conseguia imaginar qual era para não dormir com a esposa por tantos anos e não dizer o porquê. Fiquei realmente sentida por Jeanie não ser feliz no casamento e demonstrar, logo nas primeiras páginas, que merecia uma vida diferente. Ray, por sua vez, me encantou logo de cara, mesmo que não tenha feito ou falado muita coisa para que isso acontecesse. Muitas coisas acontecem até que Jeanie (e nós, leitores) tenha que decidir entre o quase errado e o quase certo. Quase porque ambos são duvidosos para a vida dela, de certa maneira. Pelo menos eu via assim.
A capa nacional lembra bastante a capa britânica e a capa americana, mas ainda prefiro a capa da Record. A americana, na verdade, não me agradou nem um pouco. O fundo branco com o título e alguns detalhes vermelhos não me agradaram, mas a britânica está até melhor. Achei a capa brasileira bem delicada, a cara da história. A diagramação do livro é simples, as folhas amareladas ajudam ainda mais no rendimento da leitura e os capítulos, que não são nem muito curtos, nem muito longos, ajudam no rendimento da história.
Com a promessa de nos fazer pensar sobre nossas próprias vidas, Encontros no Parque nos apresenta a uma história sobre escolhas e amor. Vale a pena recomeçar depois de tanto tempo? Vale a pena largar toda uma vida em busca de um novo amor? Essas são algumas das dúvidas que Jeanie terá e fará os leitores refletirem também.
LEIA A RESENHA COMPLETA EM: http://www.magialiteraria.net/2014/11/resenha-encontros-no-parque-hilary-boyd.html