A Economia Brasileira em Marcha Forçada

A Economia Brasileira em Marcha Forçada Antonio Barros de Castro...



Resenhas - A Economia Brasileira em Marcha Forçada


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Jose.Maltaca 18/09/2018

O II PND e a Sina Brasileira
O II PND foi um marco na história da economia brasileira. Sem ele, não teríamos uma indústria completa, com setores desenvolvidos de bens de capital, insumos básicos e obras importantes de infraestrutura. Nesse ponto nevrálgico, há concordância entre diversos autores de que, factualmente, a melhoria no saldo comercial de 1984 foi fruto dos esforços empreendidos a partir de 1974 para modernizar e equipar a indústria brasileira de peças fundamentais para sua perpetuação. Olhando 34 anos após a melhoria do saldo comercial, percebemos que as condições de competitividade e produtividade se revelaram um fantasma, carcomido por projetos liberalizantes e por parasitas embrenhados no afã de comer sua fatia do bolo brasileiro.

Antônio Barros de Castro, em seu artigo que abre o livro "A Economia Brasileira em Marcha Forçada", tem uma opinião otimista acerca dos rumos que a economia tomaria a partir da inflexão no Balanço de Pagamentos do ano em que escrevia. Mais ainda: tomava como certa a competitividade externa da economia brasileira após os projetos do II PND. Sabemos que o impulso provocado pela melhoria das condições externas do Brasil foi efêmero: concentrados no combate à inflação como próximo monstro a ser combatido após a crise externa, perdemos o bonde das novas tecnologias e esquecemo-nos da necessidade de competir com as grandes empresas internacionais, em contraposição aos estímulos internos. O processo de substituição de importações chegou a um amargo fim.

O segundo artigo, de Francisco Pires de Souza, também aborda questões que se revelaram etéreas dentro de um cenário saído da instabilidade e jogado em novas ondas de mais instabilidade. Revelam-se atuais ainda as discussões acerca da monstruosidade dispensável das taxas de juros (em teoria arma infalível no combate ao poderoso dragão inflacionário), as quais afundam o crescimento de uma economia que se voltou novamente às suas raízes agrárias e relegou sua defasada e artificial indústria interna a planos longínquos – política industrial é palavra proibida nos altos escalões políticos. Este livro, portanto, embora defasado em relação ao tempo e às propostas que apresenta, revela-se profético nos cenários pessimistas, em que o impulso produtivo do II PND esvaiu-se como fumaça ao vento. Sem ele, estaríamos na penúria, mas com ele, apenas atrasamos nossa sina. Afinal, vocação é nata, mas quem a decide mora longe.


comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR