Regresso ao Admirável Mundo Novo

Regresso ao Admirável Mundo Novo Aldous Huxley




Resenhas - Regresso ao Admirável Mundo Novo


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Marcos 22/05/2010

Um manual para a vida
Fico surpreso por ver um livro tão pouco famoso como esse ser tão importante, tão necessário para a nossa vida em sociedade. O MEC deveria parar de empurrar para os jovens livros sobre anti-heróis sem caráter, ou sobre um cara que tem dúvidas se foi corno ou não, ambos só porque são nacionais, e indicar um como este, que toca diretamente na ferida, nos motivos da decadência da nossa sociedade e como reverter este processo.

É claro que, como o próprio autor disse inicialmente, é impossível abordar todos os problemas numa única obra, tão curta. Deixou de fora o problema do relativismo moderno, as pessoas chamam o que você diz de "ponto de vista", negam a realidade e empurram aquilo que é simplesmente conveniente para elas. Neste sentido, a sugestão de Huxley para mudar a sociedade, por mais racional que seja, seria simplesmente negada, pois ele não teria "provas" de que aquilo é o certo. Os relativistas preferem deixar que o mundo se exploda, enquanto satisfazem seus próprios desejos egoístas.

Outro problema, que foi abordado apenas parcialmente, é a dicotomia homem - ser individual e homem - ser em grupo. O autor falou da influência negativa que o grupo pode exercer no indivíduo, especialmente se for um grupo grande, ao dominá-lo pelas emoções e abandonar a racionalidade. Mas há também a questão da liderança. Não existem movimentos de grupo sem quem o lidere. E infelizmente estamos carentes de bons líderes. Estes não conseguem competir com os maus, pois o que estes dão ao grupo é mais desejado do que aqueles dão.

No entanto, o que é abordado na obra já é importante o suficiente para fazer com que ao menos alguns indivíduos despertem para o "aqui e agora", tão mencionado em "A Ilha", outro romance do autor. Se um dia eu tivesse que escrever um livro sobre minhas impressões sobre a sociedade, o porquê de ela estar assim e o que mudar, certamente tomaria esta obra como base. Ler "Regresso ao Admirável Mundo Novo" é mais que uma leitura, é uma obrigação social.
Lucas.Kuntz 08/07/2012minha estante
Belíssima resenha. Também acho que estão empurrando péssimas obras para lermos na escola (os livros de José de Alencar, por exemplo, me dão ânsia). Só não desmereça "Dom Casmurro", está na minha lista de favoritos hehe


Marcos 08/07/2012minha estante
Oi, Lucas. Obrigado. Meu problema com a literatura brasileira clássica é que se costuma valorizar apenas alguns pontos, geralmente a técnica de escrita e um ou dois assuntos principais. Além disso, costuma ser uma literatura sem opinião. Autores que se limitam a narrar uma história (chata), sem expor sua visão crítica de mundo. Machado de Assis, na minha opinião, também se enquadra nessa definição. Acho muito pouco. Isso não é, claro, exclusividade do estilo tupiniquim. Alguns autores estrangeiros, como Camus, são assim também e eu critiquei em outras resenhas.

Literatura é muito mais do que isso e infelizmente muita gente acaba largando os livros sem ter o prazer de descobrir todo o potencial que eles têm a oferecer.

E a gente não pode ter medo de desagradar quando escreve uma resenha, de colocar dedos em feridas. Se todo mundo escrever a mesma coisa, para quê ler as demais ?

Abraços.


leituras_da_dy 29/04/2022minha estante
12 anos depois e essa é a melhor resenha que li sobre este livro!! ??? E concordo totalmente com a indicação errônea do MEC de alguns livros, só por serem nacionais, e não admitir a importância crucial deste.




Lady Murphy 06/04/2010

desconsertante e assustador.
Nem Nostradamos poderia prever com tanta precisão os acontecimentos que o Huxley descreve neste livro. Um futuro assustador que já chegou para nós. Se por um lado você se sente aliviado por ter consciência do que os propagandistas, políticos, pastores, etc, tentam (com sucesso) fazer com a cabeça das massas, de que no atual estagio de superpopulação, todos não passamos de telespectadores, eleitores, consumidores ou servidores do Senhor Jesus, que cada vez mais o ser humano perde sua individualidade e cada vez menos tem a chance de se expressar como UM, que o mundo se divide em "rebanho" e "condutores do rebanho". por outro lado pode pensar em "de quê adianta?" Não há mais possibilidade de se manter à parte de tudo isso. Você tem consciência, mas o que você faz? Vê as notícias no telejornal, certifica-se de que todos os relatos do livro já estão no nosso cotidiano, revolta-se, apoia a meia dúzia (talvez um pouco mais) de estudantes de vão para as ruas protestar contra isso ou aquilo, porém, tudo isso sem desgrudar sua bunda (com o perdão da expressão) do sofá. Então, de que lado você está? Não está do lado do rebanho porque não se deixa teleguiar, também não está do lado dos condutores pois não exerce poder algum fora das paredes do seu lar. Não existe um terceiro lado. E isso é o que mais assusta. Pode-se ter consciência do que ocorre no mundo, de que todas as previsões de Huxley são verdadeiras, mas UM apenas não pode fazer nada.

Há tempos não ficava tão impressionada com uma leitura.
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Elaine cris 12/01/2022

Não é um livro e sim um manual
Achei que era apenas um livro de poucas páginas onde o autor relata sobre onde retirou as idéias para o livro "
Claro que eu pensei errado e o autor vai além, neste livro ele prova que foi futurista ao escrever uma sociedade distópica, compara com outras grandea obras da época, a forma de observar determinados assuntos além do tempo, algumas partes até parece previsão esta obra foi escrita em 1955 porém atual.

Cuidado este livro contém assuntos sobre sociedade, reprodução humana x natureza, política, ciência, lavagem cerebral e muitos assuntos para refletir, leia com calma.

" A superpopulação encaminha à insegurança econômica e à intranqüilidade social. Intranqüilidade e insegurança conduzem a maior controle por parte dos governos centrais e um aumento de autoridade."

" Será verdade que os seres humanos nada mais são do que produtos do seu ambiente social?"
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@thereader2408 07/06/2020

Revisitando a Londres de 2540
Se você espera uma continuação do Clássico "Admirável mundo novo" é melhor deixar esse livro para lá, mas eu te peço que não deixe. Ele é fundamental, Huxley parece ter uma bola de cristal e aborda questões muito próximas a realidade atual da América Latina. Foi publicado em 1959, 27 anos depois de "Admirável mundo novo" e aborda questões que na época procurava alertar o mundo que estaríamos caminhando para o pesadelo de uma "ditadura perfeita" onde a sociedade pediria por isso (opa!). Leia Admirável mundo Novo e 1984 de George Orwell primeiro, ele também cita "Irmãos Karamazov" de Dostoiévski, seria muito bom que fosse lido também, apesar de não ser estritamente necessário, faz mais sentido para você quando ele fizer a análise sobre a parábola do "Grande Inquisidor". Estaríamos caminhando para uma sociedade parecida com a relatada em "Admirável mundo novo"? Nesse livro Huxley apresenta uma coletânea de ensaios apresentando indícios que sim, a democracia mundial e liberdade individual estão em risco, segundo o autor.
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Lumini0 31/01/2012

Mais que complemento, uma análise atual dos rumos da sociedade ao controle comportamental.
Huxley revisita sua obra e guia-nos pelas analogias entre o Admirável Mundo Novo e o nosso mundo atual, numa narrativa sincera e direta.

Este livro é um excelente ponto continuativo à obra principal, instigando-nos ainda mais às associações entre ficção/realidade, e como nossa realidade está rumando para a ficção do livro. Claro que salvas todas as variantes tecnológicas, como a exploração nuclear e internet que modificaram os rumos de toda a humanidade.

Pelo controle social mostrado na obra principal e as considerações que o próprio autor faz ao descriminá-las no Regresso, analisamos o que acontece à nossa volta e vemos que a história se repete não como um círculo fechado, mas como a famosa mola ascendente que revisita os próprios caminhos com novos pontos de vista e consequências das voltas anteriores e ações indiretas que refletiram no ambiente de volta à mesma.

A leitura de Regresso é de suma importância para complementação da obra principal, ou um ótimo ponto de partida para o entendimento e o incentivo para a leitura de Admirável Mundo Novo.
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Odemilson 12/12/2021

Ainda mais surpreendente que seu antecessor
O livro mais célebre de Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo, foi lançado em 1932, e acabou por alcançar celebridade mundial por seu relato de uma distopia futura. É daqueles livros que mexem com corações e mentes.
Por conta de serem ao mesmo tempo diferentes, porém semelhantes, ele junta-se a dois outros clássicos distópico-sociais futuristas; o 1984 de Orwell (de 1948), e mais Farenheit 451, lançado em 1953 por Ray Bradbury. O conjunto de livros acaba por formar uma espécie de "santissmia trindade das distopias". Essa é uma tradição já estabelecida, e apesar de muitas boas recomendações, jamais esperei que a leitura de "Regresso ao Admirável Mundo Novo" conseguisse alcançar o grau de entusiasmo e estupefação que me gerou, o que confesso ter sido uma grata surpresa.

Por "Regresso" se tratar de um ensaio e não de uma continuação, um leitor mais desavisado pode esperar que não tenha o mesmo apelo que o livro anterior a que ele se referencia. Ledo engano. Ao retomar assuntos tratados em sua obra vinte e seis anos depois de sua publicação, Huxley consegue mais uma vez com seu olhar extremamente arguto nos surpreender. E dessa vez talvez mais ainda que em seu livro de 1932. É perceptível por todo o seu texto o quanto o autor se demonstra honestamente abismado com a forma como a tecnologia e o rápido avanço da ciência naquele miolo do século XX o pegara de surpresa. Ao mesmo tempo em que ele demonstra a humildade intelectual de se admitir pulbicamente pilhado pela velocidade dos tempos, ele também brinda o leitor com a sua capacidade de imaginar caminhos futuros que o tempo viria a mostrar que eram corretos, por mais sombrios e absurdos que pudessem parecer à epoca em que ele escreveu a respeito.

A minha experiência pessoal com o livro foi ainda mais potencializada por tê-lo lido justamente num futuro (com relação ao livro) de um pós-pandemia do Vírus Chinês, uma época de cientificismo galopante, ataques às liberdades individuais, proto-ditaduras sanitárias (e outras coisas que muitos cidadãos comuns jamais poderiam imaginar há coisa de que, dois míseros anos atrás?) e que de certa forma, são movimentos de submissão da população e de autoritarismo estatal que Huxley trata em "Retorno..." com absoluta clareza, quase como se lá em 1958, já estivesse alertando do que viria lá na frente.

Os paralelos do que ele aponta então com o que ocorre hoje são impossíveis de ignorar, e nos fazem refletir a respeito do quanto o ser humano enquanto massa se torna mais e mais previsível em seus comportamentos de manada. E infelizmente, também nos aponta o quanto pode ser tristemente previsível justamente em suas mais deletérias idiossincrasias.
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Chiara.Geia 30/06/2021

hm.
Admirável mundo novo é o meu livro favorito de todos e fiquei surpresa ao saber da existência de uns estudos do autor pós lançamento da obra.
Não me prendeu igual a obra real, porém, por ser tão antigo, é inacreditável como Aldous Huxley acertou ou pensou em várias situações que vivemos hoje.
Uma parte bem interessante para mim, que até anotei, foi a venda de políticos. Olhando o momento que o país vive atualmente, é impossível não fazer a relação das eleições com o escrito do livro. Os políticos foram aceitos e votados principalmente por essa "venda". Venderam pessoas com frases rápidas, pensamentos superficiais e preconceitos internos para um público já determinado, que pensa da mesma maneira.
Capítulo 2: polêmico.
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Cleo 23/03/2022

Conhecimento
Trazendo para os dias atuais, fala muito sobre como nós somos manipulados o tempo todo. Fala tbm sobre Hitler, como ele usava a propaganda a seu favor, e muitas outras informações. E por fim, não é uma continuação de "Admirável mundo novo" .
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Lanzellotti 29/05/2014

Um ensaio do autor sobre sua principal obra, onde aborda os fenômenos sociais de comportamento, sociedade e liberdade. A nossa sociedade ocidental contemporânea, apesar do seu progresso material, intelectual e político, dirige-se cada vez menos para a saúde mental, tende a sabotar a segurança interior, a felicidade, a razão e a capacidade de amor no ser humano; tende a transformá-lo num autômato que paga o seu fracasso com as doenças mentais cada vez mais freqüentes e o desespero oculto sob o delírio pelo trabalho e pelo chamado prazer.
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Italo 24/10/2023

Ok.
Um livro OK, dado suas proporções.

Confesso que eu tinha um pingo de esperança sobre esse livro nao ser mais uma tentativa de manifesto anticomunista. Confesso tambem que tive esperanças de uma analise onde o autor nao declarasse, abertamente, que era anticomunista e que tentasse fazer sua critica ao regime de uma forma mais velada. Todavia, sendo pago ou nao pela CIA(vide orwell), o autor tentou dizer que sua obra basicamente tratava de uma previsão de como seriam os regimes totalitários, como o comunismo, segundo ele, no futuro.
Bom, mais uma vez o autor mirou no ?comunismo autoritário e malvadao? do stalin e acertou no imperialismo norteamericano. Nao tem como, todo mundo tenta e falha miseravelmente em associar o comunismo a doutrinas de cunho totalitário.
Todavia, o livro nao é nada mais que uma analise do Admiravel Mundo Novo onde mostra que basicamente qualquer autor de distopias escritas no sec xx tenta ser anticomunista, muitas vezes sendo pagos pelo proprio estados unidos da amerika pra isso. No final, o autor sempre se revela um vendido e sua distopia vira uma crítica anticapitalista ou anti-nazifascista (ou os dois, as vezes)
Agora so preciso de ler alguma critica escrits pelo Ray Bradbury ou pelo Antony Burgees pra ver se todo distopico tentava ser anticomunista mesmo
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Davi 26/12/2022

Um livro muito atual, aqui Aldous discorre sobre vários temas, não é exclusivamente sobre o "Admirável mundo novo". É um livro bem atual e vale muito a leitura, muitos pontos é possível ligar com o mundo atual. Por exemplo, gostei muito do capítulo sobre a superpopulação, que já é um problema real, como os governos vão controlar a natalidade? São várias questões morais e éticas que esse livro levanta.
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Marcelo Purificação 11/02/2022

O livro é uma análise do autor
Esse livro não é uma continuação da história, e sim, uma série de artigos, onde o autor realiza uma análise da realidade, fazendo paralelo com o romance que ele escreveu... É uma análise compatível com a visão do autor... Que pode tirar relativo aprendizado como semiótica, comunicação e propaganda...
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Lili Machado 09/10/2012

Brave New World revisited é um pungente apelo para que a humanidade se eduque para a liberdade, antes que seja tarde demais.
Quando o livro Brave new world (Admirável mundo novo – resenha no blog: http://scifinowlilimachado.wordpress.com/2012/04/07/admiravel-mundo-novo-brave-new-world-aldous-huxley/ ) foi lançado pela primeira vez, em 1932, sua análise chocante de uma ditadura científica parecia uma projeção remota para nosso futuro.
Neste livro revisitado, Aldous Huxley usa seu tremendo conhecimento das relações humanas para analisar um dos mais importantes livros de sua carreira e da literatura sci-fi, e para comparar o nosso mundo moderno, com sua fantasia profética. O detalhe é que foi lançado em 1958.
Huxley analisa ameaças a humanidade, tais como superpopulação, burocracia, propaganda e lavagem cerebral, explicando porque achamos impossível evitar.
BNW revisitado é um pungente apelo para que a humanidade se eduque para a liberdade, antes que seja tarde demais.
“Quando meu romance de ficção científica Brave New World foi escrito (1932), eu estava convencido de que havia bastante tempo ainda. Agora (1958), não estou tão otimista.” - Aldous Huxley
Essa é a mensagem que Huxley tenta passar, com suas observações.
É interessante notar que se vier a existir um estado totalitário no mundo atual, este será mais para Brave new world do que para o 1984 de George Orwell (resenha no blog: http://scifinowlilimachado.wordpress.com/2012/07/14/1984-george-orwell/ ). A razão é que, enquanto a sociedade de Orwell, roda em torno da ameaça de violências, tortura e morte, a de Huxley vai na direção contrária, acalmando as massas de tal forma que ela não tenha idéia de sua liberdade esteja sendo roubada.
Huxley prediz que iremos drogar as pessoas que fujam à normalidade ou que tenham pequenas doenças mentais (salta um Prozac!).
Ele prediz que as informações necessárias para a preservação da liberdade serão, aos poucos, retiradas das pessoas e repostas por um meio de comunicação imediato (salta a televisão!).
O que podemos fazer, então? PENSAR!!!
Pensar, debater e não aceitar as idéias embrulhadas com fitas coloridas que nos são passadas no dia-a-dia.
Nos educar para a liberdade.
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