Wania Cris 26/05/2022Ser mãe é apodrecer no paraíso...Sobre a trama, a sinopse está aí.
Paige: uma personagem apaixonante, porém carrega consigo o fardo de ter sido abandonada e não apenas pela mãe. A mãe só foi embora. O pai vive em um mundo à parte. A garota passou anos tentando convencer uma paixão de que ela valia a pena. Mudando-se de cidade e conhecendo Nicholas passa a viver em função dele, novamente à espera de ser notada e amada.
Nicholas: a personagem mais egocêntrica que já li. Nicholas cresceu tendo tudo nas mãos. É trabalhador e dedicado, sim, mas porque acha que as pessoas gostam de ver isso, na verdade acha que merece ter tudo nas mãos como sempre teve. Suas dúvidas são sempre baseadas nas suas vontades e frustrações, não tenso olhar para o outro e suas necessidades. Imaturo e mimado, adepto do eu, eu, eu. Não merece o amor que Paige tem por ele e falei isso durante quase toda a leitura.
Astrid e Robert, pais de Nicholas: responsáveis pelo filho mimado que criaram. Causadores de boa parte das dores de Paige.
Patrick, pai de Paige: abandonado pela esposa, vive à sua espera e, mesmo vivendo em função da filha, não a nota.
May, mãe de Paige: abandonou a filha por não se ver na função de mãe e apenas mãe. Não julgo.
A escrita da Jodi é uma coisa maravilhosa, apaixonante e por várias páginas me vi emocionada pela forma com que ela descrevia um sentimento ou uma cena, porém a estória em si tem muitas pontas soltas. Questões que foram colocadas ali e mal aproveitadas, arcos abandonados ou esquecidos. Vale pela autora, mas bem aquém de Dezenove Minutos. Gostei da abordagem sobre a maternagem real, aquela sobre a qual pouco se fala. Ser mãe é lindo, mas também pode ser sofrido e solitário.