Mariana Dal Chico 06/06/2022Victor Hugo é um dos meus autores favoritos, com publicações em diversos gêneros.
Até o momento, eu o conhecia apenas pelos romances e algumas poesias.
“Do Grotesco e do Sublime” me deu a oportunidade de conhecer o lado ensaísta do autor.
Esse é um prefácio de um drama (Cromwell) de Hugo, escrito em outubro de 1827, que tem um valor teórico para além da peça, hoje é apresentado como um texto separado e é uma referência quando se trata de estética romântica.
Hugo é apologista do verso, mas defende apaixonadamente o uso de um metro mais variável e flexível. Que permita acomodar o gênio criativo de cada autor. E é nessa liberdade pregada em relação aos modelos preestabelecidos, que muitos justificaram as inovações que invadiram as artes cênicas.
“(…) o feio existe ao lado do belo, o disforme perto do gracioso, o grotesco no reverso do sublime, o mal com o bem, a sombra com a luz. (…)” p.26
“(…) é da fecunda união do tipo grotesco com o tipo sublime que nasce o gênio moderno, tão complexo, tão variado nas suas formas, tão inesgotável nas suas criações, e nisto bem oposto à uniforme simplicidade do gênio antigo” p.28
O autor faz uma evolução da literatura em relação à história, dividindo em três períodos:
- Tempos primitivos: ode, lírico, ingenuidade, eternidade, personagens colossais, ideal | Bíblia.
- Tempos antigos: epopéia, épico, simplicidade, soleniza a história, personagens grandiosos | Homero.
- Tempos modernos: drama, verdade, pinta a vida, cronistas e críticos, personagens humanos, real | Shakespeare.
Quase no final do ensaio, o autor vai defender a linguagem como uma representação viva de seu povo que está em constante movimento, uma visão da qual gosto muito.
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