Igor13 30/01/2018
Ególatra X
O livro é excelente, bem escrito e balanceado. Muitos fatos narrados. Mas sem pesar na leitura ou confundir o leitor.
1) É interessante poder rever os acontecimentos após um tempo e em ordem cronológica. Quando acompanhamos enquanto os fatos ocorrem, sempre perdemos algo ou não conseguimos ligar os fatos por informações ruins e análises equivocadas que vamos lendo na imprensa;
2) Incrível como o Eike começou como um empresário sem ligações com agentes do Governo e com o tempo foi buscando cada vez mais aproximação dos políticos. No auge, tinha orgulho de ser '"empresário do PT". Nesse momento não era mais empresário de verdade, mas um pseudo empresário como diversos que temos no país. Uma lastima; e
3) Só discordo de outro avaliador que disse que foi "o fim de uma era". Foi o fim de uma onda. Outras virão, como já vieram a do pau-brasil, ouro, diamante, ferro, petróleo e similares. No fundo, como diz Vianna Moog, todo brasileiro tem em seu subconsciente o desejo da grande jogada na vida: "achar uma mina de ouro". O nosso, até ontem 'herói', não negou ser 'brasileiro da gema'.
Para finalizar, uma reflexão de José Bonifácio de Andrada e Silva sobre o brasileiro, escrito por volta de 1820: "Os brasileiros são entusiastas do belo ideal, amigos da sua liberdade, e mal sofrem perder as regalias que uma vez adquiriram (...) Obedientes ao justo, inimigos do arbitrário, suportam melhor o roubo que o vilipêndio: ignorantes por falta de instrução, mas cheios de talento por natureza. De imaginação brilhante, e por isso amigos de novidades que prometem perfeição e enobrecimento. Generoso mas com bazófia. Capazes de grandes ações, contanto que não exijam atenção aturada, e não requeiram trabalho assíduo e monotônico. Apaixonados do sexo, por clima, vida e educação. Empreendem muito, acabam pouco. Serão os atenienses da América, se não forem comprimidos e tiranizados pelo despotismo".