A décima segunda noite

A décima segunda noite Luis Fernando Verissimo




Resenhas - A Décima Segunda Noite


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jungesartur 16/09/2023

Papagaio culto
Leitura agradável. Fui ler por conta da relação com o Shakespeare. Não li nem assisti a peça em que ele se baseou, "Noite de Reis", são bem parecidas as histórias, o esqueleto/roteiro, é tipo uma adaptação à brasileira/francesa do Veríssimo. A primeira página, genial, confesso que li meio à toque de caixa, em um dia/tarde, então não me ative tanto a alguns personagens, mas já conhecia Shakespeare pois a primeira peça que montei quando fazia teatro foi uma adaptação de Sonho de Uma Noite de Verão, já vi uma vez uma versão moderna de Hamlet mas só lembro de personagens morrendo a espadadas e a cena do Hamlet com a caveira, falas longas... E tenho em casa um livrinho de A Comédia dos Erros, que tô pensando em ler agora. Dou aula de artes (visuais, música, teatro, dança) na rede de ensino, e como agora vou dar umas aulinhas de teatro, tô aproveitando minha folga pra me familiarizar um pouco mais com o universo de Shakespeare. Essa característica marcante das comédias e mesmo das tragédias, dos personagens se desencontrarem na trama, as reviravoltas, o desenrolar cheio de desventuras, e um final onde esse novelo se reorganiza, e que tudo dá certo (ou errado), típico do Shakespeare, além das "terras fantásticas". Em "Sonho" Titânia e Oberon tem seus séquitos, coro de ajudantes, servos, no livro do Veríssimo teve essa referência também...
Enfim, entre muitos enganos e uma trama que vai se tornando mais entranhada conforme a história narrada pelo culto papagaio se desenvolve, Veríssimo cria um belo Shakespeare às avessas com reviravoltas insólitas e um bom humor para adultos (Flaubert, Moliere, sei lá quem mais ele cita haha). Gostei.
Vania.Cristina 16/09/2023minha estante
Não conhecia esse livro.




Jeffer 31/05/2009

Não é o melhor dele, mas mesmo assim mostra a criatividade de LFV
Novamente, LFV mostra que é muito criativo em seus romances. Mesmo A Décima Segunda Noite sendo inspirado na peça Noite de Reis, de Shakespeare, o escritor gaúcho soube dar o seu toque de humor e originalidade. Primeiro, ele brinca com o narrador impessoal, quando bota a história sendo contada por um papagaio. Depois, a trama à parte que serve de introdução e conclusão em cada um dos capítulos é muito boa, como se fosse uma história à parte. Também é perceptível os maneirismos que LFV coloca no narrador, assim como o fez no Clube dos Anjos: Gula. Aqui, o papagaio-narrador tem mania de citar escritores franceses e ingleses, de fazer digressões no meio da história, de falar frases em francês. Afinal, a história se passa em Paris, no salão de beleza IIIyria, onde o papagaio Henri presencia a confusão que ocorre nos doze dias entre o Natal e a Festa de Reis. Amores impossíveis, máfia italiana, troca de sexo, gêmeos idênticos, rebeldes foragidos da ditadura brasileira, homossexuais e contrabando de obras de arte são só alguns dos detalhes adicionais incrementados na trama. Como ponto negativo, fica somente o final rápido demais em comparação com o desenvolvimento nos outros capítulos, e acredito que caberia um capítulo adicional nos 11 existentes, até porque o número combinaria com o título. E concordo com LFV, pra mim, o seu melhor romance continua sendo o Clube dos Anjos: Gula.

(texto originalmente publicado em www.jefferson.blog.br em 30.05.2009)
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FEbbem 20/11/2009

A Decima Segunda Noite
JÁ HAVIA DITO EM TEXTOS ANTERIORES QUE SOU INCAPAZ DE COMENTAR OS TEXTOS E OS ÓCULOS DE VERÍSSIMO, MAS ESSA MANIA ME PERSEGUE, ASSIM COMO OS LIVROS DELE, E O DETETIVE CONTRATADO PELA MINHA MULHER. PELA SEGUNDA VEZ ME SAGRO UM PERFEITO MENTIROSO, ME ARRISCANDO EM “A DÉCIMA SEGUNDA NOITE” UM ROMANCE INSPIRADO EM “NOITE DE REIS” DE W. SHAKESPEARE.
NA OBRA DE L.F. VERÍSSIMO A HISTORIA SE PASSA NA FRANÇA, MAIS PRECISAMENTE DENTRO DE UM SALÃO DE BELEZA E TEM COMO PRINCIPAL FOCO O NARRADOR, QUE POR SUA VEZ, SE TRATA DE UM PAPAGAIO ARISTOCRÁTICO DE NOME HENRI. COMO NÃO PODERIA SER DIFERENTE HENRI É UM PAPAGAIO FALADOR, DOTADO DE CONHECIMENTOS DA ORATÓRIA, ELE PERCEBE TUDO A SUA VOLTA, E NOS CONTA ESSA TRAGICOMÉDIA DO SANTO QUE VIROU SANTA.
PEÇA DE ENFEITE DO SALÃO DE CABELEIREIROS, HENRI É PECA CENTRAL DE TODOS OS ACONTECIMENTOS, SENDO ASSIM , O PRIMEIRO A SABER, QUE DE UM SIMPLES MAL ENTENDIDO (NA VERDADE, VÁRIOS) UMA TRAGÉDIA PODE SE SUCEDER.
ORSINO É O DONO DE UM SALÃO DE BELEZA, NO QUAL VIVE HENRI, O PAPAGAIO, ELE SE APAIXONA POR OLÍVIA, UMA DONZELA, CUJO IRMÃO, UM GRANDE COMERCIANTE DE SANTOS MORREU. PARA APROXIMAR DA DONZELA, ORSINO PEDE A CÉSAR, QUE SE APROXIME DELA COM A INTENÇÃO DE UNIR OS DOIS, MAS O QUE ORSINO NÃO SABE, É QUE CÉSAR NA VERDADE É VIOLETA, E VIOLETA ESTA APAIXONADA POR ORSINO!
COMEÇOU A COMPLICAR? VOCÊS AINDA NÃO VIRAM NADA, AGORA IMAGINEM UM PAPAGAIO CONTANDO ISSO, QUEM PODERIA DAR LHE OS CRÉDITOS.
MAS NA VERDADE, VIOLETA TEM UM IRMÃO GÊMEO, VALENTINO QUE NO FIM DAS CONTAS... TUDO BEM! VOU CONTROLAR A MINHA VONTADE DE CONTAR O FINAL...
OS DIVERSOS PERSONAGENS ENRIQUECEM A TRAMA, UM DOS QUAIS É O NOSSO TÃO CONHECIDO MALANDRO, QUE VIVE À CUSTA DOS AMIGOS E SÓ PENSA EM DIVERSÃO E MESMO ASSIM É MUITO BEM QUISTO POR TODOS, NA OBRA ELE CARREGA O NOME DE “FESTINHA”,
CABE RESSALTAR QUE HENRI, É UM PAPAGAIO CINZENTO QUE AMA O BRASIL, PAÍS DO QUAL APENAS OUVIU FALAR E NUNCA CHEGOU A CONHECER, SUAS PENAS SÃO PINTADAS PARA QUE ELA TENHA APARÊNCIA TUPINIQUIM, O QUE VAI DETERIORANDO O PAPAGAIO AOS POUCOS. A VERSÃO DE VERÍSSIMO E DOTADA DE SIMBOLISMOS, DO POVO QUE SAI DO BRASIL E VAI VIVER A DUREZA NUM PAIS DO EXTERIOR, A HISTORIA INCLUI AINDA, TRAVESTIS, DIPLOMATAS, CABELEREIROS E UMA NEGRA QUE TEM PODERES PARA LA DE ESPECIAIS, ASSIM COMO NA OBRA DE SHAKESPEARE O ENREDO TEM UM FINAL FELIZ PARA TODOS.
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Lari 12/02/2011

A Décima Segunda Noite (Luis Fernando Verissimo)
O livro é narrado por um papagaio, Henri, e a história se passa em um salão de cabeleireiros em Paris, pareceria bizarro se não estivéssemos falando de Luis Fernando Verissimo. O romance, baseado na peça Noite de Reis de Shakespeare, conta à história de uma brasileira, Violeta, que, para poder trabalhar na cidade Luz, se veste de homem e acaba por se apaixonar por seu chefe. O principal cenário da trama é o salão de beleza de Lllyria, outra brazuca, dona de Henri. O enredo é, principalmente, focado no romance de Violeta, no entanto, Verissimo não deixaria passar outras oportunidades de causos tais como máfia italiana, troca de sexo, gêmeos idênticos, rebeldes foragidos da ditadura brasileira, homossexuais, contrabando de obras de arte… Enfim, o autor brinca com a imagem que os europeus tem sobre o Brasil e os brasileiros, uma crítica bem humorada típica do mesmo. A décima segunda noite não é o melhor trabalho de LFV, mas é um livro muitíssimo bom e vale mesmo a pena ser lido.

===>Leia mais resenhas culturais no www.artilhariacultural.com
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Carolina 18/12/2010

Um dos meus livros favoritos de todos os tempos!

Veríssimo inova ao colocar como narrador um papagaio e suas complicações com o gravador, onde ele sempre acaba falando de mais e a fita acaba! Poucos são os capítulos que ele consegue terminar por completo!

Simplesmente fantástica a narrativa criada por Veríssimo, baseada na história a Décima Segundo Noite de Shakespeare.
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Lu 02/02/2011

Falante? Não erudito!
Um papagio que nem brasileiro é mas que sua imagem o tempo todo remete ao Brasil. Um papagio que não é falante, é erudito. Um papagaio que não é qualquer personagem é o narrador dessa história tragicômica. Luis Fernando Veríssimo me permitiu conhecer Noite de Reis de Shakespeare através dessa sua obra. Claro que A Décima Segunda Noite acontece bem mais próximo de nossa realidade, entretanto o enredo é perfeitamente possível de ser transportado para outras épocas e vice-versa. No caso versa-vice..rs Permitam-me a brincadeira. Vale a pena conferir.
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Gláucia 19/07/2011

A Décima Segunda Noite - Luis Fernando Verissimo
O autor é melhor nas crônicas, os romances são razoáveis e este, particularmente achei bem fraquinho, historinha um pouco forçada. Fez-me lembrar um pouco O Xangô de Baker Street do Jô, livro que achei péssimo.
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Jacy 15/08/2012

Luís Fernando Veríssimo, apenas.
Bem, eu já havia visto algumas resenhas desse livro aqui no Skoob que simplesmente desmereceram o grande escritor que é Luís Fernando Veríssimo. Digo isto porque eu já tinha lido alguns livros de crônicas dele e foi amor à primeira vista. Eis que ontem resolvi dar uma volta no shopping aqui perto de casa, na livraria do shopping para ser mais específica, tentando me distrair do tédio que se tornaram esses últimos 3 meses nos quais, devido à greve dos professores das universidades federais, estou sendo obrigada a permanecer em casa na mais profunda monotonia. Como encontrei o livro em promoção, achei que ele merecia uma chance e então acabei comprando-o... bem, vamos parar com as digressões, eu sei que vocês só estão lendo esta resenha porque querem saber da história do livro, e não da minha, mas não poderei contá-la, deixo este encargo ao Henri e quem ler saberá... Olha, só o que eu posso dizer é que o livro é incrível, assim como tudo que já li do Luís Fernando Veríssimo até hoje, o único problema é que ele tem muitas expressões em francês, sem tradução no rodapé da página, então é aconselhável que se leia acompanhado de um dicionário de francês, coisa que eu infelizmente não pude fazer... Porém, o desconhecimento de tal idioma não chega a atrapalhar a leitura, pelo menos foi essa a impressão que tive. Sei, sei, menos digressões, já que não vou contar a história, vocês certamente querem saber se vale a pena ler o livro, a resposta é sim, sim, sim, mil vezes sim, afinal, como eu já disse, o livro é incrível e faz jus ao seu autor.
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DIÓGENES ARAÚJO 12/12/2012

Livre, leve e solto
Conta as história de um papagaio cinza que nasceu em Paris, pintado de verde e amarelo para ficar com as cores do Brasil.
A história acontece na França e é narrada pelo papagaio, que cede uma entrevista a alguns estudantes e conta a história dos acontecimentos que viu no salão de beleza onde morava, sobre contrabando de santos barrocos recheados de pedras preciosas além de um divertido triângulo amoroso vivido pelos personagens principais.

Uma leitura leve e rápida, descontraída e interessante.
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morganarosana 17/03/2013

Um papagaio erudito
Junte no caldeirão:

- Meia pitada de Shakespeare
- Um papagaio pintado de verde-amarelo que solta frases em francês aqui e ali, inteiro, com penas, bico e pés
- Uma garota vestida de garoto
- Um tesouro perdido
- Uma medida de paixões não correspondidas e outra de enganos ingênuos
- Uma colher de Paris
- Um recurso narrativo
- E meia xícara de Luis Fernando Veríssimo

Misture bem e você terá A Décima Segunda Noite. Livro de Luis Fernando Veríssimo, da coleção Devorando Shakespeare, que adapta uma das mais ilustres comédias shakespeareanas aos tempos atuais.
Nunca li as comédias de Shakespeare, somente algumas de suas tragédias. Das comédias, só conheci encenações e adaptações cinematográficas - boas e muito ruins. As comédias shakespeareanas são mais confusas, cheias de quiprocós e tão repletas de reviravoltas que nossa pobre mente conceber em uma primeira olhada.
Veríssimo consegue adaptar uma destas comédias, Noite de Reis, para um romance cômico que se passa em uma Paris do século XX. No livro de cento e poucas páginas ele conseguiu mesclar o enredo de Shakespeare, a história dos imigrantes brasileiro expatriados pela ditadura militar brasileira e sua costumeira ironia sutil.
Transforma Illyria,a mítica ilha inventada pelo bardo, em um salão de beleza abrasileirado em meio metrópole francesa. E faz com que um simples enfeite decorativo, um papagaio cinzento pintado de verde e amarelo, o simpático narrador desta fábula.
O salão de beleza Illyria, é comandado por Orsino, que está apaixonado pela bela Olívia. Rica e enlutada pela morte recente do irmão. Quando chega na cidade, a jovem Violeta, que vinha com seu irmão gêmeo, porém teve problemas com a imigração e ficou sozinha e desamparada em uma cidade que não conhecia ninguém. É quando a Negra, que ajudava todos os imigrantes brasileiros a se ajeitarem, resolve que ela vai trabalhar no já citado salão de beleza. Só que Orsino só empregava rapazes em seu salão, e é de rapaz que Violeta se veste, e se chamará César. Orsino, logo que simpatiza com o jovem, resolve que ele será o mensageiro de seu amor impossível e irrealizável. Só que sendo um jovem muito simpático, jovem e bonito, é por César que Olívia se apaixona.
A partir daí, você deve perceber que a confusão está armada.
O livro é pequeno, de rápida leitura. Henri, o papagaio e narrador, nos guia pela história em parágrafos contínuos, como uma cachoeira verborrágica ditado a um gravador. Apesar de se perder em pensamentos, e em lembranças de vez em quando, ele é divertido e sincero como todo bom papagaio.
Ah sim, esqueci de dizer que o livro me foi disponibilizado pelo Livro Viajante. Não coloquei um parte 1 com a foto de quando ele chegou porque me esqueci.

resenha original postada em: www.estranhomundinhoinsano.blogspot.com
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Fimbrethil Call 19/04/2015

Engraçadíssimo!
Engraçadíssimo esse livro contado por um papagaio filósofo e metido a intelectual.
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Dionisio.Junior 04/09/2015

Uma ótima leitura
"A décima segunda noite" é uma releitura de um clássico de Shakespeare, realizada por Luis Fernando Veríssimo.
Sou um pouco suspeito para falar, porque gosto muito da estilo do autor, mas assim como em seus outros livros, vemos presente em todo o texto o cômico e a ironia encaixados com genialidade.
Veríssimo, utilizando o enredo principal da trama da peça (que já é uma comédia com personagens que não são o que realmente aparentam e situações inusitadas), cria um livro espetacular, que vai te prender até a ultima página e com certeza tirar qualquer um do sério.
Narrada por um papagaio, dono de uma personalidade única, o enredo vai se desenvolvendo de uma maneira muito envolvente, sempre finalizando cada capítulo com fatos e acontecimentos que te instigam a continuar a leitura.
Um dos grandes méritos do autor é o de transformar uma peça teatral do séc XVII, em um acontecimento perfeitamente adequado ao nosso cotidiano atual, que perece ser mais uma típica história contada por fofoca em salões de beleza. Outro aspecto, é que o livro, mesmo não se passando no Brasil, tem presente fortemente o modo de vida brasileiro, o que nos aproxima ainda mais da trama.

Em suma, se você quer se distrair e rir, super indico este livro, ele é um livro curto e dinâmico, que vai te fazer gargalhar em muitos momentos.
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Rutemberg.Filho 02/09/2016

Um Papagaio Abrasileirado
Uma História Narrada por Um papagaio que nem brasileiro era e que presencia divertidas e inusitadas situações em um salão de beleza em uma Paris atemporal
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kleris aqui, @amocadotexto no ig 29/09/2017

Não imaginava o tamanho tesouro de Veríssimo que tinha em mãos!
(Esta resenha teve corte de quotes e imagens do livro; visite o link para conferir)

A décima segunda noite é baseada na peça Noite de Reis, de Shakespeare, e faz parte de uma coleção de adaptações, chamada Devorando Shakespeare, da Editora Objetiva. Os livros são independentes, todos novelas literárias, e com autores diferentes para cada título. Além de Veríssimo, temos Jorge Furtado no primeiro livro e Adriana Falcão no terceiro.

Não conheço muito de Shakespeare para poder calibrar uma crítica à adaptação, porém, já assisti um filme baseado na mesma peça, um high school americano chamado Ela é o Cara (com Amanda Bynes e Channing Tatum) que me salvou de entender e me orientar nas loucuras da história. Veríssimo ainda aproveitou a oportunidade para mergulhar em Paris, cidade pela qual é fascinado e onde toda a novela se passa. Eu diria, inclusive, que é uma novela inglesa afrancesada à brasileira. E metaficção!

A gente chega na primeira página e já é golpeado pela trama. Tem um papagaio tagarelando sem fim sobre algo que a gente ainda não sabe o que é, nem o que tá acontecendo. Esse é um toque maravilhoso de Luis Fernando, que faz grandes imersões no ofício da escrita dentro da própria escrita e narração. O papagaio narrador é Henri, bisbilhoteiro, piadista, erudito e um verdadeiro contador de história.

Conforme o passar dos capítulos, vemos que ele é a única testemunha de uma tragicomédia em Paris. Por isso mesmo estão gravando seu depoimento. Como toda metaficção (uma ficção que conta sobre a própria arte e construção de ficção), a história é de camadas. O brilhantismo de Veríssimo atua bem aí, pois afora toda a confusão da Décima Segunda Noite (data conhecida após o Natal, que é a Noite de Reis), temos um grande mistério no ar com mil e uma pistas: Quem é que tá gravando? Por que tá gravando? Qual o interesse nessa gravação? Não imaginava o tamanho tesouro de Veríssimo que tinha em mãos!

Entre os disse-me-disse de Violeta, Orsino, Olívia, César, Negra, Malvolio e outros, nos embrenhamos nos mal-entendidos, mistérios e toda emoção. A leitura é super rápida, de uma sentada, com muitos OH-MY-GOD! para soltar. Mon Dieu, são muitos babados numa só novela! Por isso mesmo não indico lugares que possam interromper a leitura, pois você não vai querer largá-lo de jeito nenhum.

Super legal também é o show de representatividade que Luis coloca, de maneira tão natural, além de tratar de uma época interessante da história do Brasil e França. Uma nota ademais é que Henri de vez em quando solta umas falas em francês, nada muito difícil e que nem nos atrapalha. São elementos que só enriquecem a obra. E o resto... bem, Henri te conta.

Se você procura um bom livro com gostosas sacadas, suspense, humor, conspiração e confusão, com toda a certeza, é A décima segunda noite, de Luis Fernando Veríssimo!

site: http://www.dear-book.net/2016/12/resenha-decima-segunda-noite-luis.html
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Thamires de Fátima 24/04/2020

Qu'est-ce qu'il dit, le perroquet?
O livro é uma adaptação da peça Twelfth night, mas não apenas a adapta para a prosa e para o século XX, adiciona elementos originais como o mistério da santo que virou santa, Negra, Tanira e suas flores, exilados brasileiros em Paris e um papagaio extremamente loquaz e erudito, que reflete sobre seu papel de narrador e devaneia sobre os acontecimentos enquanto os relata, que adicionam mais humor e confusão a já engraçada história shakesperiana. Gostei como o autor não dá ponto sem nó, todos os personagens têm sua importância para a história.
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