Cris Compagnoni 02/12/2011
Não faz muito tempo que conheci o lado escritor do Duca Leindecker, pra mim ele era líder da banda Cidadão Quem (que adoro) e atualmente no duo Pouca Vogal com Humberto Gessinger dos Engenheiros do Hawaí (que também gosto muito), ou seja, um músico apenas.
Assim que “descobri” o Duca autor logo tratei de comprar os seus dois livros já publicados: A CASA DA ESQUINA e A FAVOR DO VENTO, e não me arrependi; gostei dos seus livros assim como gosto da sua música. Não é preciso deixar a música de lado para falar de A FAVOR DO VENTO, pois ela está presente nessa história, é como se fosse um pano de fundo.
O livro conta duas histórias paralelamente, alternando os capítulos. Uma é contada por um garoto que sonha em ser músico, trabalha como roadie para uma banda que já faz sucesso, tem os instrumentos nas mãos e está em cima do palco, mas apenas quando o público não está presente.
Os caras da banda o chamavam de Silverclei, não se importavam com o seu verdadeiro nome, o importante é que o apelido era engraçado. E o garoto passou por muitas situações viajando com a banda, algumas engraçadas, outras dramáticas; viveu experiências inesquecíveis enquanto uma paixão platônica estava sempre nos seus pensamentos.
A outra história contada por um jovem músico, que vivencia um momento extremamente difícil. Ele se refugia no litoral gelado do inverno gaúcho, a praia quase sempre deserta por causa do frio. O seu abrigo é a velha casa de veraneio da família onde viveu momentos felizes, e volta na esperança de recordar esses momentos.
Porém ele é atormentado por lembranças, delírios; caminha sozinho na areia gelada sentindo o vento, a brisa, tentando se reencontrar. Conhece duas moças que estão na casa ao lado, as conversas o distraem, mas ele ainda não está em paz.
E no decorrer destas duas narrativas fascinantes o leitor acaba sendo surpreendido pelo final inesperado. Quando comecei a ler este livro não consegui parar mais, é uma leitura hipinotizante; e quando me deparei com o entrelaçar das duas histórias fiquei chocada, não acreditei voltei algumas páginas e li novamente pra conferir se tinha realmente entendido.
Bom, não vou estragar a história para um futuro leitor contando o final, mesmo com muita vontade de fazê-lo. E no meu conceito agora, Duca Leindecker não é mais apenas um músico, é um escritor e dos bons; espero ansiosamente o seu próximo livro!
http://criscompagnoni.blogspot.com/2010/11/favor-do-vento.html