Tony 25/07/2015
Resenha: Quase Uma Rockstar - Matthew Quick
Tendo duas experiências altamente positivas com o Matthew Quick, as minhas expectativas para “Quase Uma Rockstar” eram altíssimas. Felizmente posso afirmar que o autor conseguiu superar minhas expectativas e ainda me surpreender.
“Quase Uma Rockstar” é uma obra comovente, emocionante e inspiradora. Ler este livro foi como estar em uma montanha-russa de sentimentos. Ora eu estava sorrindo, admirado e encantado com Amber Appleton. Ora eu estava para baixo, sofrendo junto com a personagem. Gosto de livros assim, que nos conectam de uma forma tão única com os seus personagens que até parece que somos nós que estamos ali vivendo tudo aquilo. E Matthew Quick SEMPRE consegue fazer livros assim. Ele leva a leitura para outro patamar, conseguindo criar uma conexão única e incrível entre o leitor e os seus personagens.
A cada novo livro lido do autor, fica mais difícil para mim escolher o melhor protagonista criado por Quick. Quando li “O Lado Bom da Vida” eu achava que era o Pat; Com “Perdão, Leonard Peacock” eu afirmei que Leonard era um dos melhores personagens que pude conhecer na literatura; Mas agora, com “Quase Uma Rockstar”, eu já não sei afirmar mais nada, pois Amber me cativou como nenhum outro personagem já o fez.
"Sempre que alguém me encara como se quisesse me dar um murro, olho a pessoa nos olhos, abro um sorriso enorme, aceno e digo: "Espero que seu dia seja ótimo!" É muito doido, porque funciona mesmo. Se você não acredita, tente. Mesmo os mais emburrados ficam meio atônitos, e, depois, deixam um sorriso nascer no rosto, acenando de volta e dizendo algo legal, como "Deus a abençoe!" ou "O mesmo para você!". É um truque muito legal, e talvez seja um estilo de vida muito maneiro, se você for uma maluca espiritual corno eu. Não é? Pois é." - página 44
Amber Appleton é uma personagem incrível. Ela, mesmo passando por um tremendo perrengue (estar morando [junto com a sua mãe e seu cãozinho] em um ônibus escolar), não perde a esperança e o seu otimismo. Está sempre ajudando as pessoas a sua volta e levando esperança para aqueles que já não tem mais ela [a esperança].
Com um jeito de falar único (No decorrer do livro Amber solta [nos finais de suas frases] vários “Sério”, “Não é? Pois é.” e “Juro” e costuma abreviar os nomes das pessoas a sua volta e também coloca apelidos nelas.) e uma fé inabalável por Deus e JC, a personagem vai ganhando o leitor logo nas primeiras páginas.
"Às vezes a gente tem que abstrair quando os adultos agem como adolescentes, porque isso pode ser lindo. Não é? Pois é." - página 76
A minha conexão com Appleton foi tão grande que quando aconteceu com a personagem a tal tragédia anunciada na sinopse eu tomei suas dores e passei a sentir tudo o que a personagem estava sentindo: Dor, Raiva, Sofrimento, Revolta, Frustração. Durante boa parte do livro eu fiquei bem para baixo e confesso: já estava até perdendo as esperanças e começando a acreditar que a personagem não teria um final feliz. Mas como na vida de qualquer um de nós, a trama narrada por Amber também possui surpresas e do mesmo modo que a personagem passou a renovar as suas esperanças e dar a volta por cima eu também voltei a ter e passei a acreditar que tudo ia se resolver.
Adoro as mensagens que Matthew passa nos seus livros e em “Quase Uma Rockstar”, uma das mensagens que mais gostei foi essa: Por mais que, no decorrer de nossas vidas, muitos queiram nos derrubar e acabar conosco, devemos nunca deixar de ter fé e esperança. Temos de acreditar que vamos conseguir superar tudo de mal que aconteceu com a gente. Em muitas vezes, isso é extremamente difícil, eu sei, mas não podemos deixar de lutar e acreditar que tudo vai ficar bem.
"— A vida continua — diz ele. — Não importa se escolhemos aproveitá-la ou não. Então é melhor você achar um jeito de aproveitar as partes que pode. Não dá para simplesmente desistir de viver, Amber." - página 151
Eu sempre fui uma pessoa otimista, mas ultimamente andava meio “bugado”, sabe? Estava começando a acreditar que algumas coisas nunca iam acontecer em minha vida, mas com este livro as minhas esperanças renovaram e até aumentaram! Voltei a acreditar nos meus sonhos e a ser otimista. E isso é ótimo, pois no mundo em que vivemos, ser otimista é uma das melhores coisas a se fazer.
"(...) não importa quantas provas existam de que a vida não faz sentido, precisamos acreditar que sim, ela faz." - página 166
A resenha está ficando um tanto grande e bem pessoal, né? É que esse livro mexeu muito comigo... Mas vou voltar ao foco. Juro.
A escrita de Matthew Quick continua ótima e bem fluída, consegui concluir a leitura do livro em pouquíssimo tempo.
"Devemos considerar perdido todo dia em que não dançamos pelo menos uma vez. E devemos chamar de mentira toda verdade que não for acompanhada de um sorriso." (Nietzsche) - página 236
Os personagens são extremamente cativantes e bem construídos. Consegui gostar de praticamente TODOS os personagens do livro. Sério. Até os que apareciam raramente me conquistaram. Mas alguns roubaram a cena e merecem destaque nesta resenha: Bobby Big Boy (melhor cão do mundo. Sério.), Donna, Soldado Jackson, Padre Chee, Joan das Antigas, Ricky, Chad, Jared, Ty, o Velho Linder e as Divas Coreanas por Cristo.
Ah, a edição da Intrínseca também está incrível. Não encontrei nem um errinho (seja de revisão ou ortográfico) sequer no livro. A diagramação está muito bem feita e todo o trabalho gráfico do livro está impecável.
Com “Quase Uma Rockstar” eu ri, (quase) chorei, me comovi, diverti, emocionei, renovei minhas esperanças e pude constatar que Matthew Quick é o MEU AUTOR FAVORITO. Um autor que consegue passar para o leitor uma torrente de sentimentos como essa é merecedor desse título. Não é? Pois é.
"Talvez eu seja bizarra — mas sou uma bizarra esperançosa, e tem coisa pior no mundo para ser. Não é? Pois é.
Eu espalho esperança.
Sou uma espalhadora de esperança.
Acho que é isso que faço — livremente. E é por isso que ainda estou circundando a grande bola de fogo no céu. (é o Sol, cara!)." - página 254
Se você procura por um livro comovente, divertido, emocionante e marcante, “Quase Uma Rockstar” é a escolha certa. Você vai se apaixonar pelo livro, lamentar pelo seu fim e ainda vai querer mais. Muito mais. Sério.
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