Pedro.Yes. 23/02/2010
Em certo sentido, um escritor não tem vida própria. Mesmo quando está em um lugar, na verdade não está ali. - Mais um fantasma.
Encontrei esse livro escondido em uma estante da casa de meus pais e, na época, estava muito interessado em qualquer tipo de literatura ligada a Nova York. Uma coisa que descobri enquanto o lia era que estava completamente desorientado com relação às histórias, lendo-o às cegas. A sinopse realmente só aponta algumas direções porque o livro é algo muito maior.
Repleto de insights, divagações e dilemas filosóficos, Paul Auster escreveu muito mais que um livro "policial" padrão. Com uma liguagem s Os dilemas mudam abruptamente e as mesmas questões são tratadas de forma diferentes e sutis em cada conto. Ou seja, são tão sutis que nem percebemos ao certo se são os mesmos mistérios. Mistérios acerca da vida, da morte, das palavras, do próprio nome. O livro em si é enigmático.
Tenho até dificuldades de descrevê-lo sem atacar as palavras e começar a contar todas as histórias de forma aleatória.
O incrível do livro é que aparenta que as histórias realmente aconteceram, de verdade. O incrível é que ele é crível. Deu-me diversos frios na barriga ao imaginar os personagens se misturando, realmente andando por aí e, por que não?, o próprio Auster vivendo tudo. Eu mesmo vivendo tudo.
De longe, um dos livros mais originais e impressionantes que li até hoje.