Resenhas - Gabriela Cravo e Canela

Fernando.Hasil 24/03/2024

Obra prima
Mais um livro lindíssimo de Jorge Amado com inúmeros personagens e Gabriela como catalisadora das principais situações do livro.

Rosa 20/03/2024

Jorge Amado e seu estilo único de descrever a Bahia ??

Apesar de levar o nome de Gabriela, o livro conta sobre o crescimento e revolução na cidade de Ilhéus, terra de cacau, os coronéis perdendo seu poder para o carioca Mundinho Falcão, que imigra lá e revoluciona a cidade.
Gabriela, com seu perfume de canela, e suas ancas dançantes é inocente e devassa ao mesmo tempo. Ela já conseguiu o pouco que sonhava e sem ambição nenhuma apenas aproveita aquilo que tem, terminei o livro apaixonada por ela.

Elenthya 16/03/2024

Eu tenho tantas opiniões sobre esse livro?
Gabriela Cravo e Canela ou O dia em que Nacib ficou sem cozinheira.
Tenho muitos pensamentos sobre esse livro, alguns deles conflitantes. Admiro a escrita do Jorge, foi o primeiro livro dele que li e a história prende bastante. Na verdade é como se fosse uma enorme fofoca e você acaba ficando com a sensação de que os personagens são seus vizinhos e que a qualquer momento você vai topar com o Coronel Ramiro na porta da sua casa, com Gloria na janela ou Gabriela andando pelas ruas com uma flor no cabelo. Gostei especialmente da parte da politica, eu adoro história, e gostei de ver em forma de romance como aconteciam as disputas politicas antigamente, em detalhes. Até porquê , sou baiana, então é impossível não se identificar com os antigos costumes, costumes esses que ainda hoje estão arraigados na sociedade, por baixo de muitas camadas é claro, mas ainda assim existem.
Jorge é um homem à frente de seu tempo, por ter escrito um livro em 1958 que trata tão explicitamente sobre a sexualidade, a liberdade feminina, a erradicação de certos costumes, a política corrupta. Jorge é clínico, mostrando a realidade nua e crua de tempos em que muitos não viveram e hoje se atrevem a julgar sua escrita. Sim, vai haver muitas passagens machistas, mas eram os costumes da época, e em nenhum momento o autor exalta ou defende esses costumes; muito pelo contrário, ele cria um personagem (Nacib) que vai ao encontro das antigas ?leis? e resolve perdoar a traição da esposa, quando na época o costume era de que se tirasse a vida da mulher. Jorge vem falar do progresso de uma cidade, ao mesmo tempo em que critica que não há progresso nos costumes dos homens.
Não posso dizer que me identifiquei com Gabriela, porém. Muito do que Jorge fala sobre ela é a respeito de sua beleza e culinária. Senti falta de um foco maior na única militância dela no livro (ter salvo Fagundes) e possíveis consequências a isso. Faltou um pouco falar da coragem de Gabriela, dar a ela mais oportunidade de fala, com seu jeito teimoso e obstinado, seria uma heroína inesquecível.
Malvina para mim rouba a cena no livro, não se atendo a casamento, namoros ou corações partidos, menina corajosa, fugindo para morar sozinha e estudar. Uma personagem que também poderia ter sido mais trabalhada, torci por uma amizade entre ela e Gabriela.
Um clássico brasileiro que me fez relembrar o quanto gosto de uma leitura clássica, quase totalmente esquecida por mim nos últimos anos. Certamente passarei a ler mais clássicos, especialmente de autores brasileiros.

Girassol 12/03/2024

Gabriela, cravo, canela (e Amado).
Amado e suas obras marcantes, nessa obra: Gabriela, cravo e canela, escrita em 1958, trata de questões comuns que afligem qualquer ser humano. A história se passa em uma cidade do interior, Ilhéus, que inicia com uma cena triste e revoltante: a morte de dona Sinhazinha e cirurgião?dentista Osmundo. Ambos eram amantes. Jesuíno, o assassino, teve sua sentença pelo seu ato. Ficam aquelas questões após a leitura: honra de marido traído se lava com sangue mesmo? Se fosse uma mulher traída? Se ela cometesse o assassinado seria alvo de repúdio? Ou teria recuperado sua honra, cometido uma ação justa?

Os capítulos continuam, mostrando a riqueza da terra: cacau, além dos costumes, política, revela uma personagem encantadora e objetificada: Gabriela. A obra narra também a história de ?amor? entre Gabriela e Nacib. A parte que a personagem sofre agressão quando ele descobre a traição, me faz pensar a realidade de mulheres que quando não morrem por serem infiéis são alvos de violência.

Gabriel Beda 10/03/2024

Para os amantes de fofoca
A forma como Jorge Amado escreve essas histórias é sensacional. Tão empolgante quanto ouvir uma boa fofoca, o livro nos envolve nas histórias dos Ilheenses, sua política, suas mudanças, a vida íntima dos moradores. As brigas, os amores, as fazendas, os comércios e os cabarés e sobretudo a certeza que "certas flores não foram feitas para viver em vasos".
Repleta de reviravoltas, uma história sobre revoluções políticas e sociais. Homens a brigar por poder, outros por progresso, mulheres enfrentando tudo em busca de liberdade, outras agarradas em suas carolices.
Mas acho que o que mais me marcou foi a forma como o autor consegue relacionar amor e violência, posse e liberdade, desejo e castigo. Sem dúvidas, um dos melhores livros que li esse ano!

Gregory.Faguaga 08/03/2024

Jorge muito amado
"Atrasados e ignorantes, incapa- zes de compreender os tempos novos, o progresso, a civilização, esses homens já não podem governar..."

Eu também me apaixonaria por Gabriela

jessyroux 06/03/2024

Gabriela, símbolo da força feminina e da sensualidade brasileira
"Gabriela, Cravo e Canela" é uma obra que me tocou profundamente. Ao mergulhar nas páginas desse livro, senti como se estivesse sendo transportada para as ruas movimentadas de Ilhéus, na Bahia, imerso na atmosfera envolvente e cheia de cores dessa cidade tropical. Conhecer Gabriela foi uma experiência única; sua personalidade cativante e sua simplicidade me conquistaram desde o início.

A maneira como Jorge Amado descreve a cultura e os costumes locais é simplesmente fascinante. Cada detalhe é tão vívido e realista que pude sentir os cheiros das comidas, ouvir as músicas e me perder na beleza da paisagem. E, ao mesmo tempo, a história vai muito além do romance entre Gabriela e Nacib; ele também aborda questões sociais e políticas da época, como o poder dos coronéis e as lutas dos trabalhadores.

No entanto, não posso deixar de reconhecer que, embora Gabriela seja uma personagem forte e inspiradora, a forma como algumas mulheres são retratadas na obra pode ser questionável. Às vezes, parece que elas são reduzidas a estereótipos ou objetos de desejo masculino, o que me deixou um pouco desconfortável.

Apesar disso, "Gabriela, Cravo e Canela" é uma leitura que recomendo sem hesitação. É uma obra-prima da literatura brasileira que nos faz refletir sobre o amor, a cultura e a sociedade de uma forma única e inesquecível.

Eduarda.Reis 04/03/2024

Ainda fico abismada com a forma q Jorge Amado consegue fazer uma análise da política do interior da Bahia de modo nem um pouco chato e completamente brilhante. Gosto como o tema de romance é a estória de fundo e se relaciona com várias outras linhas narrativas ao longo do livro e que no fim, indica o progresso de ilhéus. Enfim, animada para conhecer a cidade depois de ter lido essa obra prima

Cabral 04/03/2024

Linda Gabriela
Amo esse querido Jorge Amado, sua escrita é fluída e deliciosa.
Estou apaixonada por Gabriela, com seu cheiro de cravo que impregna e cor de canela. Como poderia não me apaixonar? Pela autêntica mulata, indomável, com seu corpo de mulher jovem e feições de menina.
Não dou 5 estrelas, porque por mais que eu tenha amado Ilhéus, gostado de participar das brigas políticas, traições, mudanças de vida... queria mais da linda Gabriela ao ler o livro.

monyarareeis 02/03/2024

Gabriela
A escrita de Jorge Amado me encanta. Personalidade das suas mulheres principalmente. Um misto de luta e sexualidade , pureza e safadeza? a riqueza de detalhes e como o todo se encaixa para mim, faz com que as obras dele sejam tão especiais. Uma boa leitura.

Isað¸ 26/02/2024

Perfeito
Gabriela é um livro incrível!
A história é fluída, gostosa de ler (apesar de alguns acontecimentos trágicos)

Rafa569 26/02/2024

#06: Gabriela, cravo e canela - Jorge Amado

"Dela podem-se enumerar qualidades e defeitos, explicá-la jamais. Faz o que ama, recusa-se ao que não lhe agrada. Não quero explicá-la. Para mim basta vê-la, saber que existe."
"Havia uma lei, não era permitido. Só o homem tinha direito, a mulher não tinha. Ela sabia, mas como resistir? Tinha vontade, na hora fazia, nem se lembrava que não era permitido."

Um livro que eu gostaria de ter lido antes, de tanto que gostei. Não à toa é uma das mais famosas de Jorge Amado, tendo se tornado telenovela. Muitos conhecem a história que se passa em Ilhéus/BA, do romance entre o árabe Nacib e Gabriela, uma retirante que Nacib encontra e contrata como cozinheira em seu bar. Mas a história não se resume só aos dois, há uma profusão imensa de personagens, dentre eles a própria cidade, no ano de 1925, cenário de desenvolvimento em torno do cacau e repleta de coronéis e seus jagunços, em uma eterna disputa política.

Um retrato da época que expõe centralmente a relação entre homens e mulheres, onde o homem podia manter amantes, mas a esposa era assassinada pelo marido caso fosse pega em adultério, e essa era a "lei". Em meio a tudo isso, Nacib se apaixona por Gabriela, com quem se casa e tenta transformá-la em moça "bela, recatada e do lar", porém Gabriela é uma força da natureza (há até um capítulo em que ela é assemelhada a Iemanjá), porém Nacib pega Gabriela com Tonico, padrinho de casamento dos dois, e ao contrário do que se esperava ele não mata sua esposa. Um resumo muito breve de tudo que se passa, há muitos outros fatos e disputas ao longo da história.

Ao final, Nacib recontrata Gabriela como cozinheira e os dois reatam as noites juntos, porém agora sem o contrato de exclusividade para ambos. Resumindo com a linguagem dos jovens: Nacib não tankou a não monogamia de Gabriela. Jorge Amado com certeza seria acusado de adepto da cultura "woke" nos dias atuais, onde já se viu uma mulher ter os mesmos direitos de um homem, afinal? (contém ironia)

Destaque para o final do final em que um velho coronel se torna o primeiro julgado e condenado por ter assassinado a esposa adúltera e seu amante.

Carla.Maciel 25/02/2024

Crônica de uma cidade
A história ao contrario do que o título sugere não é sobre Grabriela ela é uma personagem importante sim mas não é protagonista.
Conhecemos todas as nuances politicas e culturais de uma cidade Ilhéus vemos a passagem de poder dos coronéis e jagunços para burgueses e exportadores, os Coronéis sendo representados pelo Ramiro Bastos, um velho fazendeiro que não aceita que seu tempo acabou e insiste na recusa a transformações que a cidade almeja, e os burgueses são representados por Mundinho Falção grande exportador de cacau, que vive na região de Ilhéus a quatro anos, e que por ser o irmão mais novo de políticos influentes deseja provar para si mesmo e para a família que consegue ser mais que um herdeiro. A briga politica entre Bastos e Mundinho movem toda a trama do livro e envolve a maioria dos personagens. Essa briga representa também o progresso chegando a cidade.
Intrínseco a narrativa política do livro acompanhamos a vida de Nacib árabe naturalizado em Ilhéus que torna-se o grande amor de Gabriela no inicio o romance é idílico, até o casamento dos dois quanto tudo vira cobranças e expectativas frustradas.
Os capítulos sobre Gabriela são poucos mas são muito bem escritos, assim como todo o livro as poucas vezes em que vemos Gabriela ao longo da narrativa tornam ela muito especial, e inesbricavel, sobre Gabriela basta ficar feliz com a existência de uma personagem tão livre.

Miri 23/02/2024

GABRIELA, CRAVO E CANELA
"Gabriela, Cravo e Canela", obra de Jorge Amado, é uma jornada à cidade de Ilhéus, Bahia, durante os anos 1920.

Gabriela, uma mulher sensual e de espírito livre em uma sociedade onde o sexo feminino era restringido pelas normas sociais e culturais da época, é contratada como cozinheira por Nacib, proprietário do bar Vesúvio. Com sua sensibilidade para cativar as pessoas ao redor, ela rapidamente conquista não apenas os paladares exigentes dos clientes, mas também o coração de Nacib. É interessante observar a força de Gabriela em uma sociedade dominada por homens. Ela vai além de ser apenas uma mulher habilidosa na cozinha e bonita; é uma mulher à frente de seu tempo, recusando-se a se conformar com os padrões estabelecidos. Além disso, enquanto o romance entre Gabriela e Nacib se desenrola, somos imersos em um mundo de intrigas políticas e sociais, onde os poderosos coronéis do cacau enfrentam os desafios dos trabalhadores rurais. Com uma narrativa rica em cores e sensações, Jorge Amado captura a essência da cultura nordestina, entre os aromas e sabores da culinária baiana.


Aqui é só um recorte do que ainda estou escrevendo sobre esse livro.

Gabriel1994 23/02/2024

Como não se apaixonar por Gabriela?
Gabriela Cravo e Canela, como não se apaixonar por Gabriela? Moça mais, mais gentil, mais amável, mais bela, tão singela. Jorge Amado apresenta Gabriela, uma das, se não a mais por mim amada personagem literária. Impossível não se apaixonar pela sertaneja apaixonada pela vida, podia ficar a resenha inteira tecendo elogios e falando o quanto me apaixonei pela personagem. Mas não só de Gabriela trata-se o livro, inclusive um aviso pra quem for ler esperando 100% de foco no romance entre Gabriela e Seu Nacib (como eu fui), Jorge Amado trás muito mais que isso. O autor apresenta a cidade de Ilhéus na Bahia em sua caminhada para o progresso e o futuro, nos é apresentado todo o contexto da cidade e da época. Jorge Amado, introduz personagens cativantes cada um com histórias e personalidades marcantes e próprias, o cenário político, e principalmente o cenário de intrigas e fofocas que tanto caracterizam as cidades interioranas, mas não só elas, como também todo o povo brasileiro. Afinal de contas, quem não gosta de uma fofoca? Gabriel Cravo e Canela é com certeza um livro incrível que vale muito a pena ser lido, extremamente cativante e apaixonante, assim como a própria Gabriela.