Textos para nada

Textos para nada Samuel Beckett




Resenhas - Textos Para Nada


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Michelly 25/08/2022

Do limbo
Gosto de Beckett. Não é atoa que move um imaginário na história da literatura. Ele me faz pensar que funciona como Kafka: ao menos uma vez ao ano é preciso retomar Kafka, e agora também Beckett.

Nesse livro temos um monólogo. Com registros de parágrafos longos, mas sob o corte abrupto de capítulos curtos. Por mais que o autor nos apresente o cenário onde o narrador se encontre, não sabemos se as impressões deixadas estão apenas dentro de sua cabeça. Funciona mais ou menos como o limbo dostoievskiano, quando o personagem de memórias do subsolo descreve o espaço que o aprisiona.

Todo o tempo imaginei esse personagem de Beckett em um divã psicanalítico. São impressões niilistas, mas carregadas de contradições que ora condizem com a experiência do fim, ora com a de recomeço. Quase como o eterno retorno do mesmo nietzscheano.

O comentário no fim dá forma à tudo. Cria um sentido para a narrativa. Ir até o fim vale a pena, mesmo que a conclusão da comentadora seja a mesma de Beckett, aquela de não haver saída.
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