Hélio Oticica: Qual é o Parangolé?

Hélio Oticica: Qual é o Parangolé? Waly Salomão




Resenhas - Hélio Oticica: Qual é o Parangolé?


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Marcella2 11/02/2023

Descoberta e contradição: arte
Descobrir o HO é descobrir um anarquista que se encontrou no senso de comunidade do morro carioca, do samba, do comportamento e do espaço e do espectador como parte não só da experiência mas da produção artística, junto com Lygia Clark.

E esse espaço? O morro carioca de oiticica é romantizado como sua visão de mundo, é explícito o elitismo do artista apesar de sua visão anti-imperialista e combatente ao eurocentrismo nas artes. Que o próprio Hélio apresenta como uma necessidade de desintelectualização.

Em sua segunda fase, HO introduz uma experiência sensorial coletiva que acontecem no corpo é uma materialidade absoluta que se conecta com essa espacialidade que grita nos Parangolés e na vivência da marginalidade e da cultura do samba, da dança e da favela onde a arquitetura se apresenta na anti-arte ambiental do artista:

?Na arquitetura da ?favela?, por exemplo, está implícito um caráter Parangolé, tal a organicidade entre os elementos que o constituem e a circulação interna e o desmembramento externo dessas construções. Não há passagens bruscas do ?quarto? para a ?sal? ou ?cozinha?, mas o essencial que define cada parte que se liga a outra em continuidade?.

As artes de Oiticica representam uma pessoa contraditória em uma ideologia-ação que confesso, pra mim não faz muito sentido mas no final das contas não precisa: estamos falando de uma expressão individual, a arte é uma expressão individual muito antropofágica e tropicalista, romântico radical e incurável é muito brasileiro, para Oiticica.

?O ambiente criado era obviamente tropical?, como que num fundo de chácara e, o mais importante, havia essa sensação de que se estaria de novo pisando a terra. Está sensação sentia eu anteriormente ao caminhar pelos morros, pela favela, é mesmo o percurso de entrar, sair, sobrar pelas ?quebradas? da tropicalize, lembra muito as caminhadas pelo morro?.

Importante mencionar a razão pela qual eu alcancei esse livro: o vídeo de Vivi, https://youtu.be/E1GHDCsCFPI.
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isa 27/11/2021

coisa mais linda ler helio sob a ótica de waly!! dois gênios da arte contemporânea brasileira; o suprassumo (suprassensorial?) da relação obra-espectador.
HO = um homem que convergiu os tempos.
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Raissa T. 24/01/2021

Um estandarte antilamúria
Eram anos sombrios no Brasil. A dura repressão escancarando a contradição de um povo marcado pela escravidão e por uma democracia cansada e frágil. Nesse cenário performam figuras como Hélio Oiticica e Waly Salomão.

Nestes escritos Waly resgata a obra SUPRASSENSORIAL de HO:

" Hélio Oiticica enquanto vórtice de um Brasil complicado. De um Brasil complexo. Culpa e culpa e culpa e cárcere escuro e calabouço e masmorra, herança pesada de Portugal inquisitorial e da pedagogia colonizadora jesuítica e do marcante espírito da Contrarreforma."

Incorporador da revolta, Hélio, descobre no samba, no morro, nos silvícolas brasileiros e no africano a essência brasileira e faz de sua obra-vida um retrato fidedigno de um Brasil que destrói o q tem de mais puro pra vender na gringa.

Me fez lembrar: " O Brazil tá matando o Brasil".

Esse livro primoroso nos faz viajar, através das letras de Waly, pelo Rio de Janeiro, pela obra de grandes artistas nacionais que fizeram a contracultura dos anos 60 e 70. Mostrando que a obra de HO é viva! Um estandarte antilamúria!

E esta viagem, não é uma viagem através de nosso passado, é a viagem através do nosso futuro.
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