As veias abertas da América Latina

As veias abertas da América Latina Eduardo Galeano




Resenhas - As Veias Abertas da América Latina


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Marina Garcia 01/08/2019

Leitura obrigatória a todos os/as latino-americanos/as
Modificou totalmente a minha visão sobre a América Latina e fez com que eu enxergasse uma realidade em comum do Brasil em relação aos demais países vizinhos. Ácido e cirúrgico, Galeano consegue capturar de forma magistral como é estar na periferia do capitalismo e nos arrancar às forças e a golpes da imersão cultural anglo-saxã hegemônica que nos encontramos.
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Codinome 19/12/2019

Um pouco sobre "As veias abertas da América Latina"
O livro é basicamente dividido em duas partes: “A pobreza do homem como resultado da riqueza da terra” e “O desenvolvimento é uma viagem com mais náufragos do que navegantes”. Na primeira parte, temos um panorama do que foi a colonização na América Latina a partir de um olhar econômico, histórico e social; principalmente se balizando pelas matérias-primas de cada território. Já na segunda, são trazidas explicações de como funcionaram esses mecanismos políticos e econômicos para a exploração: um enfoque principal é dado, nessa parte, ao chamado império britânico e os “imperialistas” Estados Unidos, um termo jargão muito utilizado por Galeano.

Vale lembrar que o livro foi publicado em 1978, em uma época que se vivia na geopolítica da Guerra Fria, sendo o livro parte de um discurso vindo da esquerda da balança: isso fica bem claro nas fortes defesas que são feitas a Cuba em capítulos específicos e no ataque frontal ao capitalismo que é feito desde o mercantilismo, passando pelo liberalismo de Adam Smith, até chegar os dias contemporâneos à época em que Galeano escrevia.

Na primeira parte, entendemos a história dos países colonizados pela Espanha e por Portugal através das riquezas das terras da América, com casos emblemáticos: a prata em Potosí (Bolívia), o ouro em Ouro Preto (Brasil), o açúcar, a borracha, o cacau, o algodão, o café, o petróleo, o estanho... A gama de riquezas brutas é vasta e toda essa primeira parte somos convidados a compreender como essa fartura acabou trazendo muitos males a esses territórios da América Latina: apesar de ter gerado dinâmica no comércio das regiões e assim fazendo determinadas cidades crescerem, no entanto, devido à dependência de produtos específicos e não renováveis (pensando nos metais), com o fim dessa alta procura, as cidades acabaram decaindo também.

Essa dependência aos colonizadores e ao mercado externo é a principal crítica, ao meu ver, feita por Eduardo Galeano. Por ser um livro escrito já há quase 50 anos, muitos dados do século XX que ele nos passa podem ser que já tenham mudado, valeria a pena, ao final, a curadoria do livro ou o editor trazer alguns dados atuais comparativos: principalmente os relativos à pobreza e à tecnologia (chama atenção o abismo tecnológico dos países, por exemplo: em 1970, havia menos de 1000 computadores na América Latina e 50 mil nos Estados Unidos de acordo com o escritor).

A segunda parte não deixa de ser um livro manifesto contra o capitalismo, o livre comércio, os Estados Unidos e os governos militares da época. E, pensando no contexto geopolítico da época, a solução que subentende-se são os governos planificados de regimes socialistas como de Cuba e URSS. Desse modo, os aspectos contemporâneos ao livro deixam soluções poucos elogiáveis a série de dificuldades apresentadas pelo autor.

Acredito que seria interessante ler a respeito desses mesmos assuntos por algum outro autor menos a esquerda da balança e enriquecer o debate.
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Érica 05/02/2020

A história que a escola não ensina
?A veneração do passado sempre me pareceu reacionária. A direita elege o passado porque prefere os mortos: mundo quieto, tempo quieto. Os poderosos, que legitimam seus privilégios pela herança, cultivam a nostalgia. Estuda-se história como se visita um museu; e essa coleção de múmias é uma fraude. Mentem-nos o passado como nos mentem o presente: mascaram a realidade. Obriga-se o oprimido a ter como sua uma memória fabricada pelo opressor, alienada, dissecada, estéril. Assim ele haverá de resignar-se a viver uma vida que não é a sua como se fosse a única possível.?
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Wyllian Torres 30/12/2020

Leitura obrigatória para nós, latinoamericanos
Galeano vai do sistema colonial ao sistema imperialista que, mesmo nos dias de hoje, são vigentes. Aliás, é olhando para o passado da America Latina que só então muitas respostas nos são dadas - perguntas essas que pairam pelo ar durante toda a vida do latinoamericano. É olhar o nosso passado pelo olhar dos nossos, e que não serão contatos nos livros de história, e, então, compreendermos o presente para pensarmos o futuro.
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Thaissagd 14/03/2023

Magnífico!
Sem dúvidas, Eduardo Galeano nos presenteou com uma obra magnífica!

Com o intuito de evidenciar a exploração que ocorreu e que, infelizmente, ainda ocorre na América Latina, o autor nos apresenta um contexto histórico e ideológico preciso para se compreender as mazelas políticas, econômicas e ideológicas presentes no nosso continente.

Concluído em 1970, esse estudo se mostra, lamentavelmente, atual.
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Leonardo.Fattore 12/01/2021

Leitura essencial
Como diz o próprio livro: "Um livro ainda infelizmente atual". Leitura para ter uma percepção crua do q acontece no continente que vc habita.
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Felip_ 15/01/2021

E continuam abertas...
Uma coisa que me impressionou foi a atualidade do livro. Foi escrito em 1970, antes dos violentos golpes de Estado no Uruguai, Argentina e do Chile, e com o tempo nunca esteve tão certo. Envelheceu como vinho.
Livro fundamental para a compreensão do que é o imperialismo e como afetou o nosso desenvolvimento. E que as revoluções industriais são consequência direta da nossa espoliação. Excelente!!

PS: a escrita do Galeano é perfeita, com direito a frases proféticas e poéticas.
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Vinícius 26/01/2023

É muito propício que esse livro tenha sido minha última leitura de 2022, levando em conta o momento de transição política (bastante instável) que vivemos no Brasil. Não foram poucas as vezes em que constatei o quanto o cenário latinoamericano vivido por Eduardo Galeano em 1970 se assemelhava ao que vivemos nos últimos anos. Por que é tão difícil escaparmos desses ciclos de violência, imperalismo, autoritarismo e extremismo?

No decorrer das quase 400 páginas, Galeano tenta dar algumas respostas, trazendo a história da América Latina e os processos de colonização sofridos aqui através principalmente do prisma da economia política. Confesso que não esperava tanto pelo lado mais econômico do livro, de modo que ela em muitos momentos é densa e hermética, mas vencidos os jargões econômicos, o que se tem é uma obra seminal para entender essas mazelas que nos assolam há séculos.

É desafiador e doloroso observar o quanto somos alvos da exploração impiedosa das potências imperialistas - antes Europa, agora EUA - e como qualquer gesto de resistência e autonomia é violentamente suprimido pelas forças colonizadoras em conluio com as elites locais. Do México à Argentina, passando por Brasil, Chile, Peru, Uruguai, Nicarágua, Guatemala e tantos outros países latinoamericanos, há inúmeras semelhanças e pontos de convergência que mais nos aproximam do que nos separam (embora, é claro, outro ponto do livro é em como as singularidades e especificidades culturais dos povos nativos e dos escravizados africanos são combatidas em prol dos ideais de branquitude).

"As Veias Abertas da América Latina" é uma leitura por vezes indigesta e amarga, que nos confronta do início ao fim. Embora o próprio Galeano tenha se arrependido de certos elementos da sua própria obra no fim da vida, creio que ele enxergaria o quanto ela permanece atual se visse os eventos dos últimos anos desse sofrido continente. Não somos "amaldiçoados" por uma inferioridade natural ou por Deus, mas se há algo a que esse livro nos conclama, é a apontar o dedo para os verdadeiros culpados.
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Lucas 13/01/2023

Absurdo
Quem não termina isso aqui como projeto de guerrilheiro tá completamente maluco
O imperialismo é destrinchado com uma montanha de evidências. Nos faz sofrer pelo que poderíamos ter sido, pelos irmãos que são triturados por essa máquina, e pelos que se foram lutando contra ela
Nossos mortos não descansam
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elisadinelli 25/09/2021

Extremamente necessário
Sempre quis ler Veias Abertas e fico feliz de ter concluído. Penso que é um livro que deve ser acompanhado de outras leituras sobre desenvolvimento econômico e História do Brasil e da América Latina, para que se amadureça o argumento colocado aqui. Mesmo assim, para começar a entender onde viemos parar, é um justo ponto de partida. Mais brasileiros deveriam ler mais autores latino americanos e este livro deve estar na lista básica.
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Migueld'mac 19/01/2023

"O subdesenvolvimento não é uma etapa do desenvolvimento"
Leitura obrigatória pra qualquer cidadão de país "subdesenvolvido", em especial, da nossa América Latina, escrita do galeano é simplesmente muito boa, é contundente, poética e objetiva, e admiro a coerência histórica e referenciada com que o livro inteiro foi escrito. Especialmente importante pra quem ainda mantém pensamento de viralatismo, como se os povos das nações "desenvolvidas" fossem, por designo, superiores
Irei me abster de comentários sobre liberais, acho que nem leem
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Pedro 20/10/2021

Séculos de Exploração
O trabalho de Galeano nesse livro é algo simplesmente revolucionário na minha perspectiva. Primeiramente pela forma acessível com que ele fala de história. Consegue transformar assuntos complexos dando um teor literário e fluido que torna mais fácil a compreensão.

Além disso, ele explana de uma forma muito bem embasada fatos que fazem da América Latina o que ela infelizmente continua sendo até hoje, um continente que sofre com a dependência externa e é dominado por um sistema antigo que não permite uma independência econômica.

O autor discorre sobre como o desenvolvimento de países estrangeiros foram alcançados em detrimento das terras e dos povos latinos, desde a destruição dos povos indígenas até os buracos deixados no Brasil pela febre do ouro.

Com propriedade, Eduardo Galeano fala sobre países que estudou e conheceu sua realidade, dando enfoque aos estragos feitos pela influência estrangeira nas sociedades e no cotidiano de trabalhadores rurais, mineiros e todos os outros cidadãos que vivem em situação de pobreza enquanto nações que controlam o mercado lucram através do barateamento de sua força de trabalho.
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romulo mafra 30/01/2023

Um livro que pesa uma tonelada!
Impossível não acabar cada capítulo do livro sem se sentir ROUBADO, sem se sentir espancado pelas grandes potências que criaram ESTA América Latina (no sentido econômico)!!!!!! Sério, eu terminava quase sempre com um xingamento... Eu iria escrever "como chegamos a isso", mas, é basicamente o que o livro explica: COMO CHEGAMOS A ESTE PONTO, o que nos tornou TERCEIRO MUNDO, nos tornou a periferia do capitalismo! segue um dos tantos e tantos trechos que destaquei no livro:

"A América Latina oferece braços baratos: em 1961, o salário-hora médio nos Estados Unidos elevava-se a dois dólares; na Argentina era de 32 centavos; no Brasil, 28; na Colômbia, 17; no México, 16; e na Guatemala chegava a apenas 10 centavos.
(...)
Desde então, a brecha cresceu. Para ganhar o que um operário francês ganha em uma hora, o brasileiro, atualmente [1970], precisa trabalhar dois dias e meio. Com pouco mais de dez horas de serviço, o operário estadunidense ganha o equivalente a um mês de trabalho do carioca. E para receber um salário superior ao correspondente a uma jornada de oito horas de um operário do Rio de Janeiro, é suficiente que o inglês e o alemão trabalhem menos de trinta minutos."
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Ricardo de Andrade 08/12/2021

Uma América Latina desde sempre explorada
Um dos melhores de história/sociologia que já li. O sangue latino correu forte nas veias...

Mas brincadeiras a parte, vi este livro no stories de um amigo historiador e decidi tentar, pois vi muitas resenhas positivas a favor. Fiquei surpreso pelo tom assertivo e pela quantidade de argumentações válidas que o autor, sem ser expert no assunto, traz e faz. Um livro para entendermos a história da nossa América Latina e como chegamos até aqui. E porque somos considerados a periferia do mundo. E porque está na hora de tomarmos as rédeas de nossa própria história.

Vale a pena a leitura para qualquer tipo de pessoa e leitor.
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jadebaezz 30/12/2021

Essencial
Qualquer obra do Galeano é sempre admirável, e As Veias não foge desse padrão. Uma obra de leitura obrigatória, que mexe totalmente com nossa perspectiva, como indivíduo e sociedade, do passado, da atualidade e, principalmente, do nosso futuro. O livro expressa de todas as maneiras possíveis o quão repleta de luta e dor é a América Latina, e o quanto isso impacta em nossa história.
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