O gigante enterrado

O gigante enterrado Kazuo Ishiguro




Resenhas - O Gigante Enterrado


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Diego 04/10/2021

Discussões filosóficas interessantes - mas pouca ação
A história se passa na Inglaterra pós-Arthuriana. Tem menções a cavaleiros, guerreiros, monges e um clima de paz e latente desconfiança entre bretões e saxões.

Há um bom desenvolvimento dos personagens - com revelações de um passado esquecido vindo aos poucos à tona. Contudo, o ritmo lento da história e as falas tão formais entre todos que apareciam na trama me impediram de criar uma ligação ou mesmo empatia com as personagens. O sentimento que mais me marcou foi o de melancolia em algumas partes do livro.

Ainda assim, muitas passagens possuem metáforas fortes e muito bonitas que nos fazem refletir - como a do barqueiro e a do próprio gigante enterrado, que dá o título ao livro. Embora seja classificada como fantasia, a obra traz questionamentos presentes em nossa vida: até quanto podemos nos permitir esquecer? Será que é melhor manter algumas coisas no esquecimento? Que memórias escolhemos guardar conosco? Será que todo ato justo é bom? O amor supera tudo?

Por essas questões, recomendo o livro - com a ressalva de que é preciso ter paciência com o enredo (há poucos momentos de ação durante as quase 400 páginas) e não se importar com formalismos que caracterizam o ambiente na idade média. E não esperem uma história super fechada e convencional - o próprio protagonismo de dois idosos já demonstra que o autor optou por um caminho diferente do habitual.
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Lucianalg 08/09/2021

A importância da memória
Livro extraordinário sobre a memória e o amor. Quando não guardamos a memória de um fato seria esse melhor cicatrizado? O amor dura anos porque escolhemos esquecer os piores momentos?
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ju 30/08/2021

É um bom livro, só não é meu estilo mesmo. Muito muito lento com o andar das coisas, o casal é super fofo, mas são tantas charadas no caminho que achei de um forma geral chato.
Li como parte de um clube do livro e a maioria gostou, então entendo ser apenas meu gosto pessoal.
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sara320 28/08/2021

o gigante enterrado: arte.
desde o começo da obra, não simpatizar com o casal protagonista, axl e beatrice, é impossível. o cuidado e amor puro que eles nutrem um pelo outro é evidente desde o primeiro capítulo do livro.

ele nos ensina muitas lições, e mostra como podemos aprender muito com outras pessoas ao longo da vida, além de enfatizar as dificuldades que laços fortes têm para serem firmados (processo que acontece inconscientemente e nos ajuda a moldar o nosso caráter).

a escrita do kazuo ishiguro é como um abraço: prende, é geralmente sutil e transmite paz. obra essencial para de forma leve sermos capazes de refletirmos sobre questões importantes de nossa existência - as quais, no geral, iremos desvendando com a melhor forma de adquirir verdades e respostas possível: vivendo.
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Franco 25/08/2021

Memória, guerra e amor numa fantasia quase nada fantasiosa
enredo:

Na Grã-Bretanha do lendário Rei Arthur, um casal de idosos toma uma importante decisão: ir até a aldeia do filho que não veem há muito tempo. Mas como, se há essa coisa no ar que os impede de lembrar onde o filho mora, como ele é, o que faz, por que está tão longe? Em uma viagem por locais inóspitos habitados por criaturas perigosas e por figuras suspeitas, o casal de idosos segue adiante, rumo, sem saber, ao Gigante Enterrado.

(possíveis) pontos positivos:

- tipo um spin off da Lenda do Rei Arthur;
- mistura elementos de fantasia (ogros, feitiços e afins), mas sem descambar para o fantasioso comercial e apelativo;
- um subtexto rico e sóbrio a respeito das consequências da memória (ou da falta dela) sobre o amor e a guerra;
- traz vários pequenos convites para interpretações metafóricas da coisa toda.

(possíveis) pontos negativos:

- é um enredo sem pressa;
- as tramas paralelas custam a convergir para o conflito central;
- há espadas, há guerreiros, há monstros, mas há um quase nada de ação;
- narrador em terceira pessoa que meio aleatoriamente aparece para conversar com o leitor;
- lacunas e pontas soltas que, apesar de intencionais, desagradam quem busca histórias mais redondinhas.

o que mais impressionou:

apesar de trabalhar com temas tão batidos como guerra e amor, a história os expõe numa trama de conflitos e contradições da qual é difícil se sair com respostas simples - dá aquela sensação de que certo e errado, paixão e desejo, são bobeirinhas inventadas para evitar olhar o grande buraco que são a Guerra e o Amor.
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Renatita 21/08/2021

Não é um livro ruim
Só é muito moroso.

À medida em que a leitura avançava, parecia ficar ainda mais difícil de chegar ao fim.

Havia dias em que não dava nem vontade de ler só de lembrar que era esse o livro.

Edit: depois de explicar pra outra pessoa sobre o ritmo do livro e da leitura, me dei conta de que fui, sim, envolvida sem nem perceber. Apesar de os eventos se acelerarem, de certa forma, era como se eu própria estivesse também sob efeito da tal névoa. Reparar nisso me deixou intrigada.
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Felipe 20/08/2021

Nascido na cidade japonesa de Nagasaki em 1954, Kazuo Ishiguro se mudou para a Inglaterra ainda durante a infância. Nela, ele ainda vive, embora só tenha conseguido a naturalidade enquanto cidadão britânico no ano de 1983. Naquela década, após publicar diversos artigos em revistas, ele dá início à sua carreira de escritor.

Nela, ele escreveu oito livros. Além de livros, ele também escreve contos. Os seus talentos não se restringem à Literatura: Kazuo Ishiguro também é compositor, e um álbum no qual ele deu suas contribuições já chegou a ser indicado ao Grammy. E, em 2017, ele chegou a ser laureado com um prêmio Nobel de Literatura. Nesta resenha, falarei sobre “O Gigante Enterrado”, uma de suas mais conhecidas obras.

Antes disso, falarei sobre a relação entre a memória, tempo e História. Em “A Memória Coletiva”, o sociólogo Maurice Halbwachs nos explica o conceito que deu origem ao título da obra e nos traz as suas aplicações. Muitos dos trabalhos do autor foram publicados entre as décadas de 20 a 40 do século XX.

Francês, após o sociólogo passar um tempo estudando na universidade alemã de Gottingen, ele retorna à França em 1905 e conhece Emile Durkhein, outro sociólogo de enorme importância e que o influenciou. Tendo vivenciado as duas grandes guerras mundiais, Maurice Halbwachs também sofreu de uma grande intolerância. Em meio a uma sociedade etnocêntrico, o sociólogo sempre esteve entre aqueles considerados como “outro”.

Naquele contexto, ele passou a fazer parte da Escola de Strasbourg, a qual também influenciou a produção de seus materiais. Também contando com a presença de outros estudiosos nas mesmas condições, Maurice Halbwachs se pôs em uma postura sociológica ideal para a concepção de novas ideias. No caso de “A Memória Coletiva”, o autor rompe com ideias a ele anteriores.

Na época da concepção de sua obra, vigorava o consenso de que a memória nada mais era que um processo neurofisiológico no qual o indivíduo seria o responsável por trazer à mente o seu próprio passado. Com a publicação da obra, o autor trouxe a idade de que a memória individual é fruto de uma interpretação da memória coletiva. Nessa perspectiva, a lembrança seria resultado de um processo coletivo dependente de uma comunidade afetiva.

Somente por meio dela seria possível a um indivíduo ter a faculdade de lembrar como membro de um grupo. Em “História e Memória”, o historiador Jacques Le Goff investigou a associação entre a memória e a construção da História. Na obra, ele demonstra que, sem o registro documentado do passado, as suas lembranças no presente não possuem condições de serem resgatadas.

Encontramos um cenário bastante similar no início de “O Gigante Enterrado”. Em plena Idade Média, havia um vilarejo no qual havia um conjunto labiríntico de tocas que abrigava dois velhinhos: Axl e Beatrice. Nele, não havia um registro documental do passado ou sequer noções bem definidas sobre o tempo.

Nesse contexto, o casal decide empreender uma viagem rumo a outra aldeia para reencontrar o seu filho. Mas sem o registro do passado, como eles saberiam que as lembranças sobre o filho seriam mais do que simples devaneio? Esse foi um importante ponto desenvolvido no enredo.

Os acontecimentos que mencionei no parágrafo anterior ocorrem no primeiro capítulo da obra. Nele, o autor nos conta sobre o início da jornada de Axl e Beatrice para encontrar a aldeia de seu filho. E o término do capítulo coincide com o planejamento da viagem a ser realizada pelo casal.


No seguinte, Axl e Beatrice a empreendem. A Grande Planície era o seu destino final. Durante o percurso, Kazuo Ishiguro explora bem o fato de a ausência do registro de memórias do filho do casal em tudo atrapalhar a busca. Foi uma jornada repleta de perigos.

Em muito ela lembrou a vida de Maria de Nazaré e o carpinteiro José rumo a Belém, local onde Jesus nasceu. Pelo menos a princípio, pois o destino da jornada de Axl e Beatrice teve um final bem diferente. Mas em muitos aspectos os casais se assemelham, falarei mais posteriormente. Enquanto durante o trajeto de Marie e José o casal houve de enfrentar uma grande provação a sua fé, Axl e Beatrice enfrentaram toda a sorte de perigos que as lendas medievais contidas na obra ofereceram.

Conclua a leitura da resenha no blog. Caso tenha gostado e deseje ler mais resenhas nestes moldes, siga o perfil no Instagram: @literaturaemanalise

site: https://literaturaeanalise.blogspot.com/2021/08/resenha-o-gigante-enterrado-kazuo.html
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lucasmnb 01/08/2021

O poder da memória
Encontrei um livro completamente diferente do que imaginava tanto em relação à história quanto a respeito do ritmo, talvez porque se trata do primeiro livro que li do autor.

Imaginei que encontraria um livro de fantasia no sentido mais literal. Não me decepcionei com a dose de fantasia que está lá e achei que o autor soube equilibrar com uma boa parcela de "realidade" fazendo com que as relações entre as personagens e acontecimentos ficassem bem plausíveis.

Dentro dessa visão percebi toda a humanidade e sentimento que os heróis possuem e não necessariamente o ato mais heróico é o que esperamos.

Também achei interessante como o autor abordou o poder da memória e que os acontecimentos positivos e negativos são importantes para solidificar relações.
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romulorocha 31/07/2021

O gigante enterrado, de Kazuo Ishiguro - Nota 8,5/10
Este foi o meu segundo livro do autor no ano. Vencedor do prêmio Nobel, confesso que esperava um pouco mais.

Em O gigante enterrado Axl e Beatrice são dois idosos que vivem em uma pequena comunidade na Grã-Bretanha dos tempos de Arthur. Marcados por esquecimentos e pedaços esquecidos de suas vidas, os dois se lembram do filho mais velho e decidem embarcar em uma viagem até a cidade que mora. Mas como ir sem informações precisas e com uma memória vacilante? Na busca de seu filho, Axl e Beatrice descobrirão muito mais que um caminho, mas um mundo ignorado e cheio de contradições.

O livro é narrado em terceira pessoa e possui uma linguagem envolvente. Mesmo sendo ambientado na Inglaterra, não me senti perdido com as referências.

Senti falta de uma objetividade no livro, bem como um clímax no enredo. Isso contribuiu para que depois da metade da leitura, eu não me sentisse tão envolvido.

#resenhasdoromulo
#kazuoishiguro
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Thiago 11/07/2021

Uma inesperada aventura fantástica sobre amor, memória, guerra. Não sei como falar mais, sem dar spoiler.
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Helaina 01/07/2021

Esse livro chamou minha atenção desde o título. Depois de ler a sinopse então precisava desvendar o mistério da nevoa que faz as pessoas perderem a memória.
"É muito esquisito mesmo como o mundo está esquecendo das pessoas e das coisas que aconteceram ontem ou anteontem. É como se uma doença tivesse contagiado a todos nós."

Em uma Grã-Bretanha de muitos anos atrás, acompanhamos a viagem de Axl e Beatrice para encontrar o filho que há muito tempo não veem. Em uma paisagem rupestre viajamos juntos com o casal de idosos em sua jornada enquanto um clima tenso entre os bretões e saxões se desenvolve.

"Axl fazia questão de que a esposa fosse em frente, pela simples razão de que praticamente todos os monstros ou espíritos malignos que eles poderiam encontrar costumavam atacar a presa posicionada na retaguarda do grupo - da mesma maneira que, suponho, um grande felino persegue o antílope que está no final da manada."

A atmosfera do livro é do tipo fantástica e os seres coexistem com os humanos. Fadas, bruxas e ogros são vistos pelas pessoas com medo, mas sem espanto.

"Não vamos chamá-las de bruxas, mesmo que os modos delas tentem a fazer isso. Vamos procurar lembrar que, um dia, pelo menos algumas delas já tiveram graça e beleza."

"Um barulho fez com que se virasse, e ele viu na outra ponta do barco, ainda banhada em luz laranja, a velha curvada sobre a proa, com fadas - um enxame delas - zanzando em cima da mulher."

"A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi que deviam ser ogros, e ele mais que depressa olhou em volta à procura de uma pedra ou um pau."

O livro foi um pouco diferente do que eu esperava. A história é muito bonita, mas eu esperava um pouco mais de ação. Isso, no entanto não tornou a leitura menos agradável. Adorei acompanhar Axl e Beatrice e ver o amor e cuidado de um com o outro.

Esse livro foge do clichê de protagonistas jovens construindo uma relação. Com Axl e Beatrice vemos duas pessoas que se amam e sofrem com o efeito da misteriosa névoa que os faz esquecer muito do que já viveram.

Como a fantasia não é o foco central desse livro, mesmo quem não gosta do gênero pode se aventurar sem medo.

"Boa senhora, a ilha de que esta mulher fala não é uma olha comum. Nós, barqueiros, já levamos muitos até lá ao longo dos anos e, a essa altura, deve haver centenas habitando seus campos e bosques. Mas se trata de um lugar de características estranhas, e quem chega lá vaga por entre as árvores e a vegetação sozinho, sem jamais ver qualquer outra alma."

"Mas o nosso filho testemunhou o rancor que isso provocou, numa idade em que ele já era velho demais para se deixar enganar por palavras tranquilizadoras, mas ainda jovem demais para entender as estranhas razões do coração."

site: https://hipercriativa.blogspot.com/2017/06/resenha-o-gigante-enterrado.html
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Flaah 28/06/2021

Todos deviam ler
É uma história que faz a gente repensar sobre as nossas memórias e os seus papéis nas nossas vidas e na dos outros.
Leitura tranquila e muuito envolvente.
Um dos melhores livros que li ultimamente!
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Ana Luiza 21/06/2021

Um romance para conhecer a vida
Apesar do autor não se achar escritor de Fantasia, quero recomendar essa história para todes que gostam do gênero, até mesmo quem não gosta.

É uma história mágica sobre a vida. Uma grande metáfora para coisas que estão presentes nela. É sobre o tempo, traumas e morte. Sobre o preço de corrigir erros e sobre partidas.

E mesmo com certas loucuras no enredo e histórias que ficam para nossas fanfic, é linda essa jornada. Desde dos personagens principais, que são velhos, até nas viradas do texto, é uma experiência diferente e perfeita para quem gosta de histórias com magia.
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Cristian Fontoura 31/05/2021

A bênção do olvido
Se alguém consegue tecer uma história bem feita dentro de vários gêneros na atualidade, esse alguém é Kazuo Ishiguro, que transita pela fantasia ao drama político como se fosse a coisa mais natural. O Gigante Enterrado é uma obra de fantasia sobre um casal de velhinhos bretões que saem em uma aventura pelo mundo mágico que ainda respira o impacto do lendário Rei Arthur. O problema é que, além da avançada idade, que os torna alvo fácil pelos caminhos tortuosos da Grã-Bretanha medieval, eles precisam conviver com a falta de memória que o bafo de uma dragoa impõe ali. Juntos deles estão o improvável grupo formado por um cavaleiro remanescente da era arthuriana, um guerreiro saxão com sede de vingança e um menino que fora escorraçado de seu vilarejo. Em meio ao conflito ainda aceso entre bretões e saxões, a obra transmite mensagens sobre a dor e a bênção do esquecimento e sobre a beleza de envelhecer ao lado de quem se ama, mesmo que uma neblina encubra um passado problemático.
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Bacurau 19/05/2021

Axl ?
Névoa do esquecimento, casal de velhinhos em busca do seu filho, guerras, dragões...

Muuuuitas aventuras! No final deu um aperto no peito, fiquei com gostinho de quero mais hehe

Super recomendo! ?
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