João 05/06/2015Poderia ser mais profundo, mas vale a pena*trocadilho não intencional no título :B
Bem difícil avaliar esse aqui. Por mais que a proposta de redenção do Aquaman tenha sido muito boa, a execução, ainda que por muito pouco, não completa as expectativas. Geoff Johns brinca muito bem com o fato do personagem ser um herói rejeitado, mas explora pouco as oportunidades que tem de fazer o leitor realmente gostar dele. Apenas faz com que o compreendamos melhor e passemos a dar a ele o devido respeito.
Talvez não haveriam tantas lacunas se o roteirista tivesse explorado o lado mais emotivo e conflituoso dos "vilões" ou dado um pouco mais de espaço para o desenvolvimento de diálogos (que, por vezes, também foram um pouco fracos, caindo em alguns clichês e fazendo eu sentir que não conhecia bem quem eram os personagens) em vez de usar tantas páginas para as cenas de ação. A sensação ao se chegar no último quadro é a de que esse volume serviu para preparar o terreno para a história de verdade que virá a seguir.
Mas é um daqueles casos de ver o copo meio cheio ou meio vazio, e eu prefiro a primeira opção, principalmente considerando que a história tem lá seus bons momentos, como os flashbacks e os momentos em que Arthur e Mera são reconhecidos por seu heroísmo. O ponto mais forte, no entanto, é a arte espetacular do Ivan Reis (principalmente nas primeiras edições), que mais do que justifica as páginas duplas. As cores também são de uma vivacidade ímpar. Do que já li até agora dos novos 52, Aquaman com certeza fica no top 3 se tratando de arte.
A edição da Panini é quase impecável. Senti falta de mais extras no final (só há três páginas com esboços de personagens) mas, tirando isso, vale muito a pena ter na estante.
Nota final: 3,5.