Dana 23/09/2016
Uma mulher brilhante
Ler Susan Sontag é o tempo inteiro, mentalmente, exclamar como essa mulher era BRILHANTE!
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"Ao mesmo tempo" reúne dezesseis textos que a autora esboçava a intenção de publicá-los, mas infelizmente veio a falecer.
Seu filho, David Rieff, nos brinda, então, com essa fantástica coletânea de ensaios e discursos feitos nas diversas premiações que a autora ganhou.
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À medida que avançamos na leitura, percebemos a lucidez e saudável inquietação em buscar conhecimento e preservar a consciência da simultaneidade dos fatos aqui ou lá... do outro lado do mundo.
Há um olhar aguçado acerca da literatura e um incansável ativismo político.
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A Susan não se calava diante da tortura irascível, das injustificáveis e longas guerras, atentados terroristas etc.
E também instigava o leitor/ouvinte a refletir sobre o papel do escritor e da literatura, a importância da tradução.
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"... o que os escritores fazem deveria nos libertar, nos sacudir. Abrir avenidas de compaixão e de interesses novos. Lembrar-nos que podemos, simplesmente podemos, aspirar a ser diferentes, e melhores do que somos. Lembrar-nos que podemos mudar".
(em "A Consciência das Palavras")
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Poderia destacar vários textos enriquecedores, mas destacarei um que me levou às lágrimas de emoção no final: "Literatura é liberdade - discurso ao receber o prêmio Friedenspreis".
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Então eu digo: se não leu, leia Susan Sontag!
Faça esse bem a você mesmo ?