Os dois mundos de Astrid Jones

Os dois mundos de Astrid Jones A.S. King




Resenhas - Os Dois Mundos de Astrid Jones


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Estefani 16/10/2019

Perfeito na medida certa
Astrid Jones é uma menina de 17 anos, que veio de Nova York para Unity Valley há 7 anos e vive com sua família, uma vida simples. Sua mãe não está nem aí pra ela, vive em seu mundo, com seu trabalho e gosta só da irmã dela, ela e a irmã são afastada mas se dão bem (mais ou menos) e seu pai vive no porão fumando maconha, mas ela se da bem melhor com ele do que sua mãe e irmã. Astrid adora olhar os aviões do seu quintal na mesa de piquenique, de lá ela manda seu amor para os passageiros do avião, e logo após, mostra um pedaço da vida de um dos passageiros que estão andando naquele avião. É daí o nome do livro, o mundo dela e o mundo dos aviões.
Apesar de não gostar da cidade ela vive bem, até que se descobre lésbica e tem todo o processo de aceitação e o medo de se assumir. Ela conheceu sua namorada no serviço e as duas se dão super bem, Dee já é assumida e já ficou com várias outras meninas, enquanto Astrid só teve um namorado e Dee é a primeira menina que ela fica. Até que um dia ela e seus amigos Kristina e Justin vão há uma balada gay e são descobertos por serem de menor e Astrid tem sua sexualidade exposta para os pais e todos da escola.
É um livro curto e super interessante de ler, mesmo sendo uma história simples sem muitos mistérios e curiosidades eu li muito rápido. Achei muito fofo a paciência que Dee tem com Astrid e a coragem de Astrid. Acabou se tornando um dos meus livros preferidos.
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Kristine Albuquerque 01/08/2019

A fofura da Astrid merecia uma história melhor.
[abandonado em 35%]

O que me atraiu primeiramente para este livro foi a questão da bissexualidade, e esse é também um dos principais problemas dele. O que deveria ser um livro divertido e cheio de representatividade acaba se tornando um grande desserviço, já que a autora utiliza o tempo todo a dualidade hetero/homo como norma e como se fossem os dois lados da mesma moeda, o que só reforça o estereótipo e a invisibilidade da população bissexual. Ela não aborda isso ou se retrata em nenhum momento, o que confirmei lendo os capítulos finais e também em outras resenhas de quem realmente leu o livro todo. Mesmo que se pudesse atribuir isso à falta de conhecimento da personagem sobre a questão, não há qualquer interação que a faça ampliar isso. Sendo um livro com tal temática, achei que faltou o cuidado em pesquisa e sensibilidade por parte da autora.

Outro ponto que me pegou de surpresa foi que, apesar de ser um YA, a linguagem é bem mais jovem do que eu esperava, talvez para um público entre 12 e 15 anos, o que também não me atraiu tanto assim. Eu gosto de ler YA's e livro infantis, mas o tom de A. S. King não combinou comigo. Um resumo que definiria bem este livro é que ele é uma versão de Gossip Girl mais jovem e que se passa em uma cidade do interior, escrita por John Green.

Sim, A. S. King utiliza o mesmo tom de John Green ao inserir algumas referências filosóficas e/ou poéticas, de forma pouco natural e que pouco acrescenta ao enredo. A semelhança com Gossip Girl fica por conta do plot (sim, fui à procura de spoilers) e, antes disso, dos comentários preconceituosos de, aparentemente, todas as pessoas da cidade quanto às pessoas que vivem fora de qualquer padrão. Até nesse ponto a autora não soube dosar a mão, nem trabalhar qualquer tipo de reflexão em cima disso. Esse foi o meu primeiro contato com a autora, e talvez também tenha sido o último.
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Natália | @tracandolivros 01/06/2019

Os Dois Mundos de Astrid Jones
Astrid Jones é uma garota de 17 anos que tem sentimentos conflituosos. Ela vive em dois mundos, duas realidades. Uma delas é em casa, onde sua mãe é fechada e apenas a critica, seu pai está sempre chapado para lidar com os problemas diários e sua irmã é a junção entre eles; e onde tem seus amigos, Kristina e Justin que levam o relacionamento mais perfeito da vida.

No outro mundo, existe apenas ela no seu trabalho de verão com a sua paixão, a pessoa de quem ela gosta.

Por não ter com quem conversar sobre seus sentimentos, Astrid passa horas deitada no jardim observando o seu e mandando seu amor para os passageiros nos aviões; porque eles não vão julgá-la, e ela não tem para quem distribuir todo o seu amor.

Contudo os dois mundos vão acabar se chocando e ela terá de lidar com as consequências.
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“Ela se inclina para me dar um beijo de despedida e, quando me beija, eu desejo estar morando no planeta certo onde beijar Dee Roberts não é grande coisa. Onde não significa que eu tenho que colocar um rótulo na minha testa para que as pessoas descubram o que há de errado comigo.”
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A narrativa do livro é incrivelmente fluída, com capítulos curtos e uma linguagem bem jovem. Astrid é uma menina muito querida, dá aquela vontade de abraçar ela toda vez que ela se sente triste ou confusa.

Os problemas abordados no livro são bem reais, eu acho que eles poderiam ter sido mais aprofundados, talvez. As formas como tudo é falado, e o que faz pensar foi bem dosado, é realmente um livro para jovens, é aquele livro que deveria fazer parte de um currículo de leitura. É leve, descontraído, mas deixa muito a pensar.

site: https://www.instagram.com/p/Br8bXQXgXG8/
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Luana | @luanareads 08/01/2019

Muitas atitudes e risadas :)
Primeiramente quero falar que esse livro me fez gostar muito mais de filosofia do que antes, além de me ajudar muito na escola por tratar de filósofos e seus conceitos nos quais eu estava estudando, haha, valeu Astrid!

Astrid é uma adolescente no qual frequenta a escola, principalmente nas aulas de filosofia, as quais fica completamente louca, mas não literalmente, e trabalha em um estabelecimento com a jogadora de hockey mais bonita de sua irmã, e também única gay assumida.

Ela não tem um bom relacionamento com sua mãe, que trabalha em casa e finge que sua filha não existe em maior parte do tempo, porém um pouco melhor com seu pai, apesar de maior parte do tempo ele estar sobre efeitos de drogas. Astrid e sua irmã já foram mais próximas um dia. Além de filosofia, ela frequentava as aulas de trigonometria, como sua mãe a obrigava, mas que não durou muito tempo, as aulas de filosofia eram muito mais interessantes para ela.

Para fugir dos problemas, desabafar e sem ser julgada, Astrid todos os dias vai até seu quintal e deita-se na mesa de piquenique que lá está e olha para o céu, em busca de aviões que passem para mandar seu amor aos passageiros, depois de uma confissão. O interessante desse livro é que os capítulos se intercalam em Astrid e as confissões que relacionam super bem os problemas com os passageiros, e isso é muito legal, porém no começo ficou difícil distinguir isso.

Astrid tem poucos amigos, nos quais guarda também seus segredos. Sua melhor amiga é lésbica, e ela não está longe disso também, pois o livro inteiro trata sobre sua aceitação, sair da caverna, assim como ela relaciona com a Alegoria da Caverna de Platão. Sua mãe não aprova isso e está sempre empurrando algum garoto para a filha, e ela a odeia por isso.

Ao longo do livro conta o romance escondido de Astrid e a jogadora do time de hockey no qual sua irmã mais nova joga. Ninguém sabe, até as duas e seus amigos serem pegos em uma boate, e é aí que a cidade inteira fica sabendo por meio de fofocas, outro assunto que a autora trás e foca bastante nisso.

Já havia lido outros livros de romance gay, mas esse me surpreendeu muito mais que os outros. Como a autora traz um conteúdo de uma forma descontraída, divertida. É um livro que te faz vontade de ler mais e mais para saber em que parte ela vai ter orgulho de si mesma e aceitar-se da maneira que escolheu ser, e da aceitação de seus pais diante do assunto.

Com certeza é uma ótima aposta de leitura, super leve e gostosa. E se você gosta de filosofia, melhor ainda :)
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Marie 16/12/2018

Eu me apaixonei por cada palavra, confesso que fiquei incomodada em alguns momentos. Senti uma solidariedade enorme pela personagem. Astrid Jones: eu só queria segurar sua mão e dizer - vai ficar tudo bem Astrid, são eles que estão errados!
Não queria deixar de acrescentar o quão atual é este livro, é reconfortante e desesperador na mesma intensidade.
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mainvisivel 06/11/2018

Se fere qualquer existência serei resistência
Esse livro é maravilhoso de tantas maneiras diferentes! Gostaria de ter lido algo assim na adolescência, teria me ajudado a enfrentar melhor as mesmas dúvidas e a pressão de todos os lados, assim como Astrid. Também foi maravilhoso os momentos em que Astrid questiona tudo com a filosofia, aplicando o método socrático e a alegoria da caverna ao seu mundo de cidade de pequena cheio de pessoas preconceituosas que vivem de aparências. Astrid é cativante, questionadora e engraçada apesar de pamonha (como ela mesma se define), acompanhar a história é acompanhar as indagações, o medo, o amadurecimento, os segredos e conflitos com a família quando se é lgbt. Ler esse livro me fez até atrelá-lo a situação política atual do Brasil, onde o preconceito e a violência venceu por enquanto as urnas, onde questionam coisas básicas como direitos humanos, negam a igualdade, o respeito ao próximo.
Enfim, quero dizer que gostei muitos dos personagens, mesmo os mais irritantes como a Ellis e a Claire, e as histórias dos passageiros dos aviões também eram cativantes (apesar de tristes muitas vezes). Só quero deixar uma crítica e observação: a invisibilidade do bissexual no livro (alguém aqui também já frisou isso). A palavra bissexual não foi mencionada nenhuma vez no livro, a autora esqueceu o B de LGBT apesar de citar a sigla algumas vezes. Astrid nunca pensou sobre ser bi, era sempre "gosto de meninos ou gosto de meninas", em nenhum momento ela pensou sobre gostar dos dois. Isso pode parecer inofensivo, mas não é, bissexuais sofrem com a invisibilidade, bissexuais saem menos do armário, bissexuais têm mais tendência a depressão e o número de suicídio entre bissexuais é alto, teria sido interessante se Astrid tivesse sido uma bissexual que saiu do armário, teria sido interessante ela ter pensado: posso amar os dois. Não quero dizer que não seja interessante/importante uma história sobre um rapaz que sai do armário ou uma lésbica (quem tbm sofre com a invisibilidade), mas não falar sobre bissexualidade foi um erro, me deixou bem triste. Contudo, o livro é maravilhoso, recomendo e leria outra vez!
P.S: Seremos resistência
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Gio 30/09/2018

Astrid é uma menina de 17 anos que mora em uma cidadezinha do interior onde os habitantes vivem fofocando absurdos sobre os demais moradores. A família da protagonista é complicada e "peculiar", seu pai sempre vive chapado de maconha, sua mãe não demonstra amá-la e sua irmã que sempre está apoiando as loucuras de sua mãe. Nesse ambiente, ela não tem com quem desabafar suas angústias, e por isso deita-se em seu jardim, olha os aviões no céu, e expõe suas dúvidas mais secretas aos passageiros, já que eles nunca irão julgá-la. Em seu conflito solitário, ela se vê dividida entre dois mundos: um em que é livre para ser quem é de verdade e dar razão ao que vai em seu íntimo, e outro em que precisa se enquadrar desconfortavelmente em convenções sociais. Essa obra trata-se de uma adolescente que luta para se libertar de rótulos que a sociedade impõe.
Sem dúvida se tornou o MELHOR livro que já li, me deixou refletir sobre várias coisas e até me identifiquei em certos pontos com a protagonista, leiam, sério.
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_theamboy 18/09/2018

Fofo e sincero
Um livro com uma temática que é desenrolado muito fácil. muito fofo. Astrid me representa!
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lavsbooks 03/07/2018

Os Dois Mundos de Astrid Jones traz a estória de Astrid, uma adolescente no último ano da escola que lida com os dramas comuns a fase que está vivendo, desde de problemas de relacionamento familiar a fofocas dos corredores da escola.
O livro traz a jornada de autoconhecimento da protagonista, que vai se descobrindo aos pouquinhos, o que é muito gostoso. O leitor acompanha desde o início o quanto a Astrid vai amadurecendo a cada página, se apaixonando e se aceitando. Fora que, a forma que ela lida com sua família também é um plot bem legal do livro, é interessante ver que a Astrid tímida que mal falava com seus familiares e amigos nas primeiras páginas, consegue enfrentar cada um no final e de uma forma bem saudável.
Uma das manias que mais fez eu me apegar a Astrid foi o quanto ela era genuína a mandar amor para as pessoas, principalmente para os passageiros de aviões que ela observava passar. Era uma amor, como ela dizia, totalmente entregue. O interessante também foi as estórias dos passageiros que a gente tinha contato no meio da leitura, uma mais linda que a outra, e era emocionante quando o passageiro “sentia” o amor da Astrid. Derramei algumas lágrimas.
A escrita da autora é apaixonante. Ela flui tão bem que nem percebemos e já estamos em mais da metade do livro, fora que, as vezes, soa até poética. King consegue fazer diálogos muito bons, e apesar de Astrid ser bem detalhista as vezes, não incomoda, na verdade o leitor entende como uma característica da personagem, não da autora.
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Jennefer 20/05/2018

Os dois Mundos de Astrid Jones
Libro muito bom, linguagem de facil compreensão, aborda tema de se descobrindo na sexualidade!
Otimo livro para conhecimento lgbt! A forma da divida e descoberta da sua sexualidade, tem que ser respeitada!
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Dani 26/03/2018

Resenha para o Blog Livros & Café
Astrid Jones é uma adolescente como outra qualquer: estuda, é a editora da revista da escola, possui melhores amigos, tem um trabalho aos fins de semana, e também uma namorada. Este último sendo algo escondido de seus pais e também de seus amigos. Astrid vive em uma cidade onde todos têm algo a dizer; onde a grande maioria são preconceituosos e exigem a perfeição. Este é um grande problema para a garota: ela não é perfeita. Seus pais estão longe de serem o casal mais feliz do mundo; sua mãe as vezes finge que ela não existe, seu pai vive ausente, mesmo que esteja presente no mesmo ambiente, e sua irmã está longe de ser sua amiga. Os amigos de Astrid escondem de todos um segredo, o qual somente ela tem conhecimento. Além de tudo isso, Astrid ainda precisa enfrentar o fato dela estar apaixonada pela sua colega de trabalho, e não saber como dizer a seus amigos sobre Dee; nem conseguir se assumir perante todos.

“Eu pergunto a elas: tudo bem mentir para poder ser feliz?”

Quando ela começa a visitar um bar gay, ela consegue se soltar mais e aproveitar mais a vida. Mas quando ela e seus amigos são descobertos, a vida da garota vira um inferno. Ela começa a escutar piadas nos corredores da escola, comentários maldosos sobre ela e seus amigos; além de seus pais que insistem que ela se assuma. Tudo munda na vida de Astrid, até mesmo seu namoro com Dee.

“O que importa é sairmos daqui inteiros. O que importa é encontrar a verdade sobre nossas próprias vidas, não se importar sobre o que as pessoas pensam que é a verdade sobre nós.”

Narrado em primeira pessoa, Os dois mundos de Astrid Jones aponta para o fato de muitos jovens não conseguirem se expressar, não conseguirem conversar com seus pais; não saber como fazer isso. Muitas das vezes eles não enxergam uma forma de se abrirem. Alguns podem pensar que não serão ouvidos, que seus problemas serão considerados bobos. Quantos jovens sentem medo, ainda mais quando chega aquela fase dos descobrimentos. Muitos adolescentes nessa idade não sabem se serão aceitos pelos pais, e isso faz com que eles se escondem e não conseguem encontrar alguém com quem se abrir sem ser rejeitado.

“Eu não me importo e essas pessoas não me amam de volta. Isso não é para ser recíproco. É uma entrega. Porque se eu entregar tudo, então ninguém vai poder me controlar. Porque se eu entregar tudo, estarei livre.”

Uma das coisas mais importantes aqui é a A. S King levantar questões sobre amor, relacionamentos, aceitar e amar quem você é. Nunca tinha lido nada da autora, mas eu me apaixonei pela escrita dela. O livro possui uma narrativa tão leve, fácil, que não foi dificil me envolver com os personagens. Estes sendo encantadores. Astrid é uma garota tão fofa, que carrega seus medos e incertezas, mas que vai aprendendo. E é muio bom ver esse crescimento da personagem. Dee também foi uma personagem que gostei, apesar de algumas atitudes dela ao longo da narrativa terem me irritado um pouco. Outro ponto que amei nesse livro são as histórias paralelas de passageiros de aviões. Sempre que pode, Astrid manda seu amor a essas pessoas, que de certa forma, possuem algo em comum com a garota. Essas histórias deram um toque a mais na narrativa.

“Eu sou igual a um piloto de avião e um mecânico. Eu sou igual a você. Você é igual a mim. Isso é universal. Exceto que não é.”

Em suma, Os dois mundos de Astrid Jones é fofo, mas isso não quer dizer que ele seja bobo ou que seja mais um livro para ser lido e esquecido. Não, a trama é envolvente e questionadora. Uma boa dica para quem adora um bom jovem adulto ou um livro que nos faça pensar.


site: www.livrosecafe.com
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Holding0ntoyou 22/03/2018

Surpreendida
Pedi para alguém me dar de presente esse livro de aniversário e enfim ganhei, estava lendo muitos livros de séries ultimamente e queria dar uma "relaxada" na leitura e quando ganhei o livro já quis direto ler ele.
Achei q ia ser um livro bestinha de romance com alguma lição de moral no final, mas não é bem isso.
O fato do livro trazer uma história LGBT com garotas já é algo "diferente".
Achei o tema bem interessante pois é algo q muita gente passa na nossa sociedade.
O livro trás várias reflexões sobre estereótipos e coisas do tipo, abordando bastante a filosofia grega, outra coisa que amei porque aborda de forma bem "suave" e você consegue entender muito bem oque o filósofo defendia.
Enfim, eu amei o livro, tanto que nunca fiz uma resenha na minha vida e senti a necessidade de falar, todos deveriam ler esse livro, seja você adolescente ou não!!!
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Ana Lima 15/01/2018

É isso: finalmente consegui ler Os dois mundos de Astrid Jones, um livro que estava na minha wishlist há, pelo menos, dois anos. Digo que valeu a espera, que livro meus caros! Com uma escrita poética e narrativa em primeira pessoa, conhecemos uma adolescente de 17 anos que está começando descobrir o mundo a sua volta, trabalhando em seu primeiro emprego e tomando lições sobre filosofia na escola que a inquietam pelo restante do dia.

Com tanta coisa acontecendo é inevitável que a cabeça de Astrid vire uma bagunça, porém, não há válvula de escape no mundo real: com pais pouco interessados na sua vida, ela resolve o conflito de uma maneira muito simples, deitando no quintal de sua casa e contando sua vida aos passageiros dos aviões que avista no céu. Cada passageiro tem sua própria história, que pode ou não ser real, mas de fato, agora eles fazem parte da vida real de Astrid.
O mais interessante desse livro é que cada uma das aflições de Astrid com certeza já passou pela cabeça da maioria dos adolescentes, pelo menos os da minha geração. Se hoje, aos 23 anos, não tenho certeza de quase nada na minha vida, imagina a Ana de 17? E o livro mostra isso de uma maneira real. Sem querer fazer comparações, mas citando o que sempre ouço sobre os personagens do John Green, que muitas vezes são distantes da realidade, os personagens em Astrid Jones são reais até demais.

E as situações, incrivelmente, também. Tudo é muito real. Tudo é muito identificável, apesar da excentricidade da protagonista. O medo de mostrar seu real interior para uma cidadezinha preconceituosa e interessada na vida alheia não é um medo único, é um medo que, no fim das contas, acabamos descobrindo que toma conta da sua melhor amiga, do namorado da sua melhor amiga e daquela garota super bacana que trabalha contigo limpando camarões.

Sem querer dar spoilers (mas talvez já dando), por fim, o livro me ganhou ao mostrar representatividade. Ao mostrar que, às vezes, não precisamos de rótulos pra apenas sentir as coisas, não precisamos gostar de homens ou de mulheres e sim de pessoas. No fim das contas, tudo é só uma questão do corpo com o qual viemos ao mundo, porque alma, caráter, empatia e todas as qualidades e defeitos que pudermos listar são construções sociais.

site: www.poesiadestilada.com
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