Gabi 23/09/2020
O filme de 1951, dirigido pelo Elia Kazan e estrelado pela Vivien Leigh e o Marlon Brando, é um dos meus favoritos da vida, eu já o achava pesadíssimo e tinha noção de que havia sofrido censura, através dele que eu conheci a peça e me despertou o interesse de lê-la.
O que eu mais gostei nesta leitura, foi a loucura da Blanche Dubois sendo aprofundada, os resquícios aparecem desde a primeira cena, e o quanto mais a história se desenvolve, melhor se conhece os seus traumas e o que isso lhe resultou, havendo até uma categorização destes, a sua sanidade se perde cada vez mais.
Ainda falando sobre a protagonista, ela possui diversas nuances, ela é cativante, frágil, espirituosa, mentirosa, culta, problemática, inteligente e angustiada; ela é uma das personagens mais bem trabalhadas que eu já vi em todos os formatos e mídias.
Na última cena, alguns personagens mostraram um desinteresse que me incomodou, aconteceu algo pesado e logo no instante seguinte, estavam jogando cartas, tratando como se nada houvesse acontecido; eu achei esse desinteresse genial! É um dos momentos que melhor revelam a índole dos personagens em que somos apresentados na história.
O Tennessee Williams é fenomenal, as suas pequenas descrições e diálogos são maravilhosos e captam ótimas observações, eu não vejo a hora de poder ler as suas demais peças.