O Poder Ultra Jovem

O Poder Ultra Jovem Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - O Poder Ultra Jovem


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rntpincelli 07/11/2023

Quem não deixa de ser jovem e instigante é o nosso Carlos Drummond de Andrade. Aliás, mais que jovem: ultrajovem. E com poder. Sim, o "Poder Ultrajovem", que marcou a infância de muita gente nos anos 1990, foi criado bem antes, pelo poeta de Itabira.

Lançado originalmente em 1972, esta coleção conta com a crônica-título “e mais 79 textos em prosa e verso”. Naquele momento, Drummond chegava aos 70 anos e já era o escritor mais consagrado do país. Mas, com a mesma inquietação da juventude que observa — e às vezes até encarna — neste livro, ele estava longe de parar. Inspirado por um sucesso de Roberto Carlos (então jovem), o autor que tropeçou numa pedra no meio do caminho reza uma crônica em “JC, eu estou aqui”. Em “Literatura”, transforma-se em gravador que descreve tudo o que ouve numa sessão de autógrafos, do pedido de uísque para matar o calor ao empurra-empurra da fila no fim do evento.

Um grupo de jovens cientistas, alunos de um colégio ligados à Universidade da Guanabara, e um preá no papel de cobaia são os os personagens de “Olhos de Preá”. Já o protagonista de “Atanásio 100%” é um chefe de departamento que preza pelo cumprimento rigoroso das ordens, sobretudo sobre a vestimenta — o eterno tiozão que aborrece a vida do jovem trabalhador.

O lado jovial de Drummond também aparece nos poemas. “Versos Negros (mas nem tanto)” debocha dos velhos hipocondríacos, que veem câncer em tudo. “A um senhor de barbas brancas” dirige-se aos aposentados que, por mais que tenham sido profissionais bem qualificados, acabam por terminar o ano (e a vida) na forma de Papai Noel. O poeta rejuvenescido bate-se até contra velhos que não são humanos, como as “Carrancas do São Francisco” transplantadas diante de um banco na Rua do Ouvidor.
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scapebookside 10/08/2023

Um dos melhores presentes que já ganhei! as crônicas de Drummond são maravilhosas. amo a forma como ele observa e como nos apresenta o cotidiano. é mt gostoso de ler, só que realmente é bom ler devagarinho, um texto por vez :)
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Anny128 23/09/2015

É quase senso comum dizer que Carlos Drummond de Andrade é um dos poetas brasileiros mais conhecidos e lidos por aqui. Ainda que através de versos soltos postados no Facebook, e mesmo que as pessoas não saibam que ele é o autor, Drummond está lá.

Em O poder ultrajovem temos uma miscelânea de estilos literários, comprovando a faceta muitas vezes desconhecida do Drummond cronista e contista. Aqui a poesia tem seu lugar, porém entremeada aos demais estilos praticados pelo autor. Também são abordados assuntos dos mais variados, da infância criativa que dá título à obra ao time de futebol masculino campeão mundial de 1970.

Lançado em 1972, quando o autor já possuía setenta anos, nos deparamos também com a então crescente ditadura militar (ou revolução democrática, como alguns preferem). Isso fica nítido em trechos de crítica velada, talvez a única forma de comentar o regime então vigente sem que a obra ficasse proibida em algum porão escuro.

Os textos selecionados, muitos deles publicados em jornais da época, transitam também através de problemas típicos de escritor, como o bloqueio criativo, narrado em “Hoje não escrevo”, e a sessão de autógrafos, retratada em “Literatura”.

A edição lançada pela Companhia das Letras traz ainda posfácio do crítico Alcir Pécora, que ajuda a elucidar o momento político e pessoal no qual se encontrava Drummond quando do lançamento original.

Ler Carlos é sempre um ato recomendável, pela variada gama de emoções que ele nos proporciona na extensão de sua obra, atemporal como permanece

site: http://www.leioeu.com.br/2015/09/o-poder-ultrajovem.html
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Alessandra 28/12/2009

Das 87 crônicas, gostei apenas de 5.
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