Lutando na Espanha

Lutando na Espanha George Orwell




Resenhas - Lutando na Espanha


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V_______ 13/06/2021

George Orwell não é apenas a Revolução dos Bichos e 1984
O livro reúne os livros Homenagem à Catalunha e Recordando a Guerra Civil Espanhola e outros escritos do autor sobre o tema, como artigos, resenhas, cartas, etc.
George Orwell faz seu relato durante o tempo em que permaneceu associado a milícias que lutaram contra o fascismo na Espanha. Sem romantizar a guerra com heróis, batalhas gloriosas ou líderes geniais, mostra a realidade das condições precárias e inclusive momentos de tédio, que podem parecer absurdas em um front, relata também os dias de "socialismo real" que vivenciou durante certa parte do conflito, não fosse a guerra, uma verdadeira utopia e finalmente a cassação do partido ao qual lutava.
George Orwell definitivamente não se resume apenas as seus dois grandes clássicos, sua qualidade como escritor pode ser vista em outros livros e textos, como é o caso desde. Quanto mais leio dele, mas admiro duas posições e reflexões políticas, sempre com critica ao totalitarismo e a defesa a verdade. Ótimo livro.
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Marcos 16/05/2021

A essência de Orwel
A guerra civil espanhola é o que Orwel passou nela fundamenta o seu trabalho, pelo menos tenho certeza que fundamentou 1984 e A fazendo dos Animais. Orwel é claramente antifacista e deixa claro sua postura política, não é um hipócrita que muda de lado conforme a maré. Mas sua postura vai além do antifacismo, ele é um antitotalitário. Suas críticas cabem tanto ao facismo, quanto ao comunismo. E, muito provavelmente, a qualquer outro tipo de regime com viés de repressão, assassinatos políticos, distorção de fatos através de narrativas, etc. Esse livro não só conta a história em um período pré segunda guerra, como também nos diz muito sobre o atual período em que líderes populistas atacam a democracia com viés totalitário. Compreender a luta de Orwel é necessária para evitarmos uma reprise em nosso próprio país. Agradeço ao Xadrez Verbal pela recomendação de leitura e parabéns ao Filipe e ao Matias pela apresentação.
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Elaine Messias 20/03/2021

Relato
Em dezembro de 1936, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, a Espanha vivia um conflito armado. Aos 33 anos, George Orwell viaja para a Catalunha a fim de fazer a cobertura jornalística da Guerra Civil, mas quase de imediato se alista nas brigadas populares para combater o exército fascista do general Franco: ?Naquele tempo e naquela atmosfera parecia a única coisa imaginável a se fazer?.

Misto de relato autobiográfico, narrativa de guerra e literatura de viagem, a que se soma também a análise geopolítica de seu tempo.
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Beatriz.Cruz 03/02/2021

Três narrativas, um livro
Lutando na Espanha (ou Homage to Catalonia) é um interessantíssimo relato de viagem. George Orwell nos leva à situação política da Espanha nos anos 30 e explica um pouco da sua luta pessoal contra o fascismo. O livro foi escrito alguns meses após seu retorno à Inglaterra, enquanto a Europa não sabia ao certo o que iria acontecer nos anos seguintes.

Essa obra é composta por três grandes vozes narrativas: inicia-se com George Orwell descrevendo a guerra e as batalhas em si, como um grande diário de aventuras; a segunda parte, composta pela uma extensa explicação do cenário político da época e as divisões partidárias da Espanha; por último, um epílogo dos acontecimentos.

Por mais necessário que o segundo pedaço do livro seja, na minha opinião, é ponto fraco da obra. Demasiado extenso e complexo, apesar de fundamental para entender como Orwell saiu da Espanha. Poderia ter sido reduzido a menos de um capítulo.

Fora isso, é uma leitura excelente e realmente intrigante. É surreal pensar que a mesma pessoa que escreveu Animal Farm e 1984 tenha passado pelas situações descritas pelo livro. Show de bola.
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Conrado 31/12/2020

Lutando na Espanha de Orwell: a coexistência do humanismo e do humor no meio de uma guerra civil
Em “Lutando na Espanha”, o escritor, jornalista e ensaísta britânico George Orwell, mais conhecido pelos best-sellers “1984 e “Revolução dos Bichos”, narra em primeira pessoa sua experiência durante a Guerra Civil Espanhola. O conflito, que foi simultâneo à revolução espanhola de viés libertário/ anarquista, aconteceu entre 1936 e 1939 e colocou partidários antifascistas contra fascistas: um prelúdio da Segunda Guerra Mundial.

Orwell inicialmente desembarcara em Barcelona para cobrir o confronto como repórter, mas quando sentiu a atmosfera revolucionária do lugar, resolveu se alistar nas milícias do POUM (Partido Operário de Unificação Marxista). O General Franco comandou uma rebelião do Exército com apoio da Igreja Católica, a Itália de Mussolini e o Terceiro Reich Alemão contra a recém-proclamada República Espanhola das forças republicanas que haviam acabado de conquistar uma vitória esmagadora nas eleições locais.

O registro de Orwell é valioso tanto como um documento histórico de alguém que viveu e testemunhou a história sendo escrita (e reescrita) na sua frente, como também por seu valor artístico — o humanismo do britânico está presente em cada uma de suas linhas e um certo senso de humor peculiar em meio ao caos de uma guerra civil.
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Bruno 27/06/2019

A Guerra Civil Espanhola e tudo o que ela representou
O volume agrega a não-ficção "Homenagem à Catalunha", o texto "Recordando a guerra civil espanhola" e outros escritos de Orwell relacionados ao período, marcadamente resenhas publicadas em jornais de livros que surgiram na época e correspondências para leitores, editores etc.

O livro principal mostra detalhes do que aconteceu na Espanha no período em que Orwell esteve lá. A leitura recheada de siglas partidárias e entidades políticas é confusa de início, mas se explica com a leitura, e permite um grande aprendizado histórico e político dos vários aspectos dos meados do século 20, tudo isso com a honestidade e franqueza típicas desse escritor cujo esforço para relatar os fatos com o mínimo de interferência de suas próprias convicções e princípios é notável.

Quem já leu outros textos pós-1937 do autor vai notar o peso que a experiência teve em sua vida e como ela se refletiu em sua obra. No mais, ótimas descrições possibilitam uma imersão do leitor em todo o clima do período, e mostram como, mesmo 80 anos depois, muito do que testemunhamos hoje no meio político, seja no âmbito interno de uma nação, seja na geopolítica, tem relação forte com esse passado sombrio, dando a impressão de que as mesmas batalhas políticas continuam a acontecer diante de nossos olhos, com uma outra roupagem, apenas.
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fenguel 02/01/2018

George Orwell retrata com muito bom senso a guerra civil espanhola. Um retrato muito interessante da época...
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Bolena 02/03/2016

Não tenho palavras para dizer o quanto eu gostei desse livro.
Confesso que não conhecia bem esse conflito e fiquei fascinada por ele. Uma coisa incrível foi a forma como Orwell conseguiu descrever o lugar e o sentimento de companheirismo e igualdade da época, pelo menos dos primeiros meses.

No Recordando a guerra civil ele diz que mesmo que não houvessem disputas internas e tivesse acontecido revolução anarquista, Franco ainda iria ganhar a guerra pois seu exército estava melhor armado e tinha apoio exterior. Mesmo assim, dá uma tristeza ao imaginar que as coisas poderiam ter sido diferentes...

Não sei se é uma boa crítica, mas tentei dizer meus sentimentos ao terminar o livro. O livro foi escrito em 1937 mas continua sendo super atual. Várias coisas que o autor diz acontece ainda nos dias de hoje.

Não consegui resistir e vou colocar meus dois trechos preferidos do livro:

"A verdade, ao que se percebe, torna-se inverdade quando pronunciada pelo inimigo"

" Eu tinha chegado mais ou menos por acaso na única comunidade na Europa Ocidental em que a consciência política e a descrença no capitalismo eram mais normais que seus opostos... Em teoria havia perfeita igualdade, e mesmo a prática não estava distante disso. Há uma noção de que seria verdade dizer que se estava experimentando uma prévia de socialismo, o que significa que a atmosfera mental que prevalecia era aquela do socialismo. Muitos dos aspectos normais da vida civilizada ― ostentação, apego ao dinheiro, medo do patrão, etc. ― tinham simplesmente deixado de existir. A divisão normal de classe da sociedade tinha desaparecido ao ponto em que é impensável para a atmosfera mesquinha da Inglaterra... Estávamos em uma comunidade onde a esperança era mais natural do que a apatia ou o cinismo, onde a palavra ‘camarada’ significava camaradagem e não, como em muitos países, uma forma de chamar a atenção de alguém. Respirávamos o ar da igualdade... Aquilo que atrai os homens comuns para o socialismo e os faz querer arriscar suas vidas por ele, a ‘mística’ do socialismo, é a ideia de igualdade; para a vasta maioria dos povos, ou socialismo significa uma sociedade sem classes ou ele não significa nada.”
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Anita 08/01/2013

O livro em si é muito bom, apesar do tema, ele é relativamente leve e com base nele podemos entender melhor muito do que o levou a escrever A Revolução dos Bichos e 1984. Minha única ressalva fica sobre a edição, infelizmente as notas estavam erradas, em Homenagem a Catalunha faltou notas e em Orwell na Espanha a numeração ficou errada, o que realmente atrapalha a fluidez.
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JB 30/07/2009

Mais uma pérola de Orwell
Falar que a obra de um autor é resutado de suas vivências pessoais, chega a ser de uma obveidade e estupidez agressivas. No entanto, na vida de todos os que se dedicam à qualquer ramo da atividae humana, há sempre uma experiência que os marcará para o resto da vida e será um dos fios condutores de sua produção.
Esse fato, no caso do escritor e ensaísta inglês George Orwell, chamou-se "Guerra Civil Espanhola", o cruel conflito europeu que antecipou e desenhou o conflito que surgiria poucos anos depois, a Segunda Guerra Mundial.
No entanto, convém notar que o livro de Orwell (na verdade a composição de vários deles) nos mostra um painel diferenciado do confito em si e das questões políticas que o condenaram ao fracasso de antemão. Essa visão arguta e incisiva decorreu de um fato que poderia se dizer "acidental": como não chegasse à Espanha com as credenciais do Partido Comunista Inglês mas sim do Partido Trabalhista independente, não foi engajado nas chamadas Brigada Internacional mas sim na brigada do Partido Obrero de Unificación Marxista (POUM) de inspiração trotskista.
Essa questão aparentemente secundária, foi determinante para que todas as contradições emergentes da conjuntura internacional dos partidos de esquerda ficassem evidentes e aflorassem de forma terrível. Basta lembrar que na então União Soviética estava sendo travada uma disputa ideológica que sangrou o movimento comunista internacional, ou seja, os espurgos e também a decretação, por parte de Stálin, da sua renuncia ao internacionalismo que teve como suas vozes Trotsky, caído em desgraça quando da disputa pela sucessão de Lênin como líder do governo comunista soviético.
A disputa que se faz no plano internacional, como não poderia deixar de ser, refletiu diretamente no conflito espanhol de forma dramática e quase inimaginável: dado que a União Soviética era a principal fonte de fornecimento de armas para a Espanha, impôs sua política de "caça às bruxas" que estava vigente nas terras dos soviets.
Cria-se, portanto, uma contradição absoluta uma vez que, além de não intervir com tropas, a União Soviética implanta um "conflito" interno que leva à divisão das forças que lutavam contra Franco. Todo esse trajeto é excepcionalmente dissecado por Orwell, merecendo uma leitura detida.
Por último, gostaria de dedicar algumas linhas à uma veemente crítica que o autor faz contra a manipulação da informação e da criação de uma "verdade" que não corresponde absolutamente ao que ele próprio viu e viveu no "front". Gostaria de transcrever um pequeno trecho que encontra-se na página 276 do livro: "... No passado, as pessoas mentiam deliberadamente ou enfeitavam inconscientemente o que escreviam ou esforçavam-se para chegar à verdade, sabendo muito bem que deveriam cometer vários erros; mas, em cada caso, acreditavam que aqueles "fatos" tinha existido e eram, em maior ou menor grau, passíveis de serem descobertos. (...) Um historiador britânico e um historiador alemão discordariam profundamente sobre muitas coisas, ate´mesmo sobre princípios fundamentais, mas ainda haveria aquele conjunto de, por assim dizer, fatos neutros sobre os quais nenhum dos dois contestariam um ao outro. É apenas essa base de concordância comum, com a implicação de que os seres humanos são todos uma única espécie animal, que o totalitarismo destrói. A teoria nazista na verdade nega, explicitamente, que algo como "a verdade" exista. (....) O objetivo implícito nessa linha de raciocínio é um mundo de pesadelo, no qual o Líder, ou alguma panelinha do poder, controla não só o futuro mas o passado. Se o Líder diz de tal ou qual evento: "Nunca aconteceu", bem, então nunca aconteceu. Se ele diz que dois e dois são cinco - bem, dois e dois são cinco. Essa perspectiva me assusta uito mais do que bombas - e, depois da nossas experiência dos últimos anos, está não é uma afirmação frívola".
Na minha visão esse parágrafo permeia todas as principais obras de Orwell mas tem uma terrível e perene atualidade. Em um mundo de um poder hegemônico absoluto que é, no fim das contas a intenção de todo regime totalitário, as opiniões não são apenas manipuladas mas transformam-se num ente de manipulação irresistível. Será que não estamos passando, em termos internacionais ou nacionais, o mesmo processo? Fica a pergunta.
Portanto, ler esse livro é percorrer um universo perene de experiências e ter mais elementos para ter uma visão não apenas de um evento perdido no tempo mas da consolidação de um aparato ideológico que venceu o tempo e chega até nossos dias. Recomendações sinceras.
clandestini 26/01/2010minha estante
Muito boa sua reseha, começo hoje a leitura deste livro. Sou estudante de história e meu TCC será sobre a guerra civil espanhola e sobre este livro que resenhaste tão bem.





Jean 28/07/2014minha estante
"Em um mundo de um poder hegemônico absoluto que é, no fim das contas a intenção de todo regime totalitário, as opiniões não são apenas manipuladas mas transformam-se num ente de manipulação irresistível. Será que não estamos passando, em termos internacionais ou nacionais, o mesmo processo" ?

Principalmente nos termos nacionais.




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