Resenhas - Feminismo e consciência de classe no Brasil

Luana 05/09/2022

Esse foi meu primeiro livro feminista brasileiro e não tive dificuldades na leitura, ele é bem introdutório apesar de citar mil referências e autoras que vale a pena procurar.

Mauricio 21/04/2018

O livro e otimo .. ele e baseado no doutorado da autora ...mas e fluida a leitura ... tem termos tecnicos oq eu particularmente gosto pois amplia o vocabulário do leitor... otima leitura pra quem quer refletir sobre o tema

Hofschneider 02/07/2020

impotantissímo para o brasil
um livro feminista classicista que defende que um dos fundamentos do feminismo é o seu anticapitalismo e o antipatriarcalismo, pois são eles (patriarcado e capitalismo) que dividem a sociedade em classe, gênero e "raça".
é baseado numa tese de doutorado da autora que chegou a ser apresentada até na frança, local onde o movimento feminista é muito forte politicamente.
o livro é incrível, anotei inúmeras citações do livro do qual a linguagem não se torna difícil de compreender. no começo ela traça sua linha teórica baseada em marxistas teóricos e socialistas, inclusive saffiote.
na metade para o fim do livro ela fala sobre os movimentos feministas brasileiras, a onguiação de alguns movimentos, as conquistas de alguns movimentos, movimentos como a marca mundial das mulheres. um dos problemas que ela encontra na pesquisa é a autonomia desses movimentos, já que quando associados a partidos acabam se limitando, ou quando aceitam patrocinadores, acabam se tornando mais brando e mais bem comportado para agradarem as agendas de quem patrocina os movimentos. o autofinanciamento também é um problema nessa questão. também é falado sobre a questão das discordancias de como resolver problemas como a legalização do aborto, violência e entre outras coisas, entre os movimentos, não ha uma unificação, embora alguns lutem por isso.

a falta de teoria feminista é abordada também no livro, como o feminismo negro e de outras minorias, não têm um embasamento teórico brasileiro de fato. este livro trata da consciência desses movimentos, com entrevistas de pessoas que realmente fazem parte dos movimentos para demonstrar seus problemas e suas características.

um livro/tese muito sincero e real.

Mariana Ginane 27/08/2020

Feminismo e Desenvolvimento de Consciência de Classe
?Quando falamos, portanto, em consciência militante feminista, referimo-nos, primeiramente, à percepção da mulher como sujeito de direitos, o que exige a ruptura com as mais variadas formas de apropriação e alienação dela decorrentes, especialmente a ruptura com a subserviência que lhe é socialmente atribuída?
Publicado em 2014 por Mirla Cisne (Assistente Social, mestre em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco, coordenadora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e professora do curso de Serviço Social desta instituição), encerra em suas páginas o valiosíssimo estudo da autora sobre o feminismo materialista.
Em um primeiro ponto, há a definição dos termos essenciais, para depois se analisar o processo de desenvolvimento da consciência de classe e revolucionária, em uma sociedade marcada pela alienação e pela ideologia dominante. Ao longo do escrito, a autora esmiúça as opressões específicas que a mulher sofre nas relações sociais, e discute a formação familiar, a divisão sexual do trabalho (utilizando o conceito de rapports sociaux de sexe), a monogamia e a heterossexualidade compulsórias, bem como a submissão imposta.
Depois, a autora põe-se a analisar a realidade brasileira: o fenômeno de onguização dos movimentos de mulheres no Brasil e, em específico, três movimentos: Associação de Mulheres Brasileiras, a Marcha Mundial das Mulheres e o Movimento de Mulheres Camponesas (respectivamente AMB, MMM e o MMC). Dentros desses movimentos, traz a experiências de mulheres participantes, de maneira anônima, e discute desafios atuais, principais conquistas, financiamento do movimento, entre outros.
A autora deixa claro o quanto é urgente romper com as ideologias de dominação hierárquicas, e que para isso a maneira com qual são socializadas meninos e meninas precisa mudar. Isso faria parte do processo de libertação social.
Enfim, apesar do tema complexo, a leitura do livro é tranquila. Os termos não usuais ao nosso cotidiano são bem explicitados e o conteúdo é colocado com clareza. Além de extremamente informativo, esse livro se gabarita como impulsionador para o processo de desenvolvimento de uma consciência crítica e, ainda, nos inflama ainda mais para a necessidade de mudarmos o sistema vigente no que concerne aos aparatos repressivos.