Lili Machado 12/06/2013Wells narra as aventuras de um viajante do tempo, que vai parar no ano 802.701 Este foi o primeiro livro de H. G. Wells, publicado em 1895 – uma das primeiras obras de ficção científica e a que iniciou os relatos sobre as viagens no tempo.
Na verdade, a ficção científica nasceu com as quatro brilhantes estórias produzidas por H. G. Wells, em 1980. A Guerra dos Mundos apresenta uma invasão alienígena. O Homem Invisível trata de um cientista louco que eur dominar o mundo. A Ilha do Dr. Moreau (resenha no blog: http://scifinowlilimachado.wordpress.com/2012/09/15/a-ilha-do-dr-moreau-the-island-of-dr-moreau-h-g-wells/ ) fala sobre evolução e modificação genética. Mas A máquina do Tempo veio primeiro, lançando a carreira de Wells na literatura.
Wells narra as aventuras de um viajante do tempo, que vai parar no ano 802.701, com sua máquina de marfim, cristal e cobre.
O mundo que ele encontra é habitado por duas raças: os decadentes Eloi, inúteis dependentes de comida, roupa e abrigo, dos subterrâneos Morlocks.
As duas raças, cujos nomes são bíblicos, simbolizam a visão de Wells, quanto ao resultado do capitalismo desenfreado – uma classe superior que acaba dominada pelo proletariado desesperado.
A princípio, o viajante no tempo acha que os Morlock do subterrâneo eram forçados a fazer o trabalho duro, enquanto os Eloi da superfície passavam seu tempo em perpétuo lazer.
Mais adiante, ele descobre que a verdade é um pouco mais complicada.
A sociedade dos Eloi é supostamente ideal – se doenças, guerras, discriminação, trabalho, pobreza – entretanto, as grandes obras da humanidade foram perdidas – a arquitetura, a ciência, a filosofia, a literatura. E os seres humanos tornam-se, basicamente, iguais.
A falta de conflito e de mudanças, que veio com a eliminação dos problemas sociais e de saúde, estagnou a humanidade. Sem lutas não há conquistas.
Este livro prova que a ficção científica não precisa, necessariamente, de ser cheia de tecnologia, mas precisa lidar com grandes temas, como a natureza da sociedade, a esperança do Homem, sonhos e medos – a humanidade. Ao contrário de Julio Verne, que enchia páginas e páginas com nomeclaturas técnicas e mecânicas.
Basicamente, Wells propõe a qustão sobre o que o Homem será num futuro não muito distante. Diferentemente dos cenários de Star Trek e Star Wars, ele nos mostra uma sociedade trágica, contrastando os Eloi e os Morlock, numa crítica da divisão social e econômica.