Alana N. 13/09/2020
"Mas, enquanto a imaginação das outras pessoas as levar a fazer julgamentos errados sobre a nossa conduta e avaliá-la de acordo com aparências superficiais, nossa felicidade estará sempre de algum modo á mercê do acaso."
“Razão e sensibilidade” é um livro interessante e com um ritmo gostosinho.
Vocês, que já leram algo da autora, notaram que ela sempre “resolve” a trama na última página? Sem falar que é engraçado o “resumão” que ela faz nos últimos parágrafos sobre o que acontece aos personagens. Com toda certeza, acho louvável ela conseguir estender tanto os conflitos sem tornar a leitura desgastante. (Ou pelo menos mais desgastante que o esperado.)
Nessa belezinha nós somos apresentados a duas irmãs, com características opostas, passando pelas mesmas situações. Só que, como esperado, por causa de suas personalidades, cada uma agirá de uma forma e justamente isso que resultará nos acontecimentos que se seguem.
Elinor, a mais velha, é a razão e Marianne, a do meio, a sensibilidade. Enquanto uma acredita na ponderação e racionalidade, a outra se entrega completamente a seus sentimentos e convicções. E essas características que vão fazer com os conflitos sejam, ou não, resolvidos.
Por mais que Marianne represente a ruptura com o padrão da época, posso dizer que ela não me agradou. Com toda certeza suas convicções, pensamentos e comportamentos eram completamente “revolucionários”, mas, no geral, essas características só serviram para que ela parecesse infantil, impulsiva, egoísta e autocentrada. Não agregaram aquela carga positiva como com a Elisabeth de “Orgulho e Preconceito”.
Elinor, por outro lado, mesmo sendo e se comportando como o padrão esperava, ao visitarmos seu íntimo, encontramos uma pessoa muito mais interessante e devota a família. Suas ações, geralmente pensadas para que as pessoas a sua volta permanecessem bem, eram sempre coerentes e honrosas. Sem falar que muito de seu comportamento se dá pelo fato de que, aparentemente, sua mãe compartilhava das características de Marianne, sobrando para ela ser o ponto de “equilíbrio” da casa. (Oficialmente ela é a minha favorita e só a minha opinião importa.)
Enfim, não quero falar muito sobre a trama, para não dar nenhum spoiler, mas acredito que, para quem quer ler Jane Austen, até o momento, esse me parece ser o melhor para se começar. A cadencia é lenta, como esperado em romances de época, mas não é tão intrincada como de alguns outros livros da autora. Os personagens são interessantes, a trama familiar é relevante e há tantas pequenas “reviravoltas”, que não dá vontade de dormir. Vale a pena dar uma conferida.
(Ainda não assisti nenhuma das adaptações, mas pretendo. Inclusive se alguém souber onde achar, por favor me diga. Procurei nas internet da vida, mas não encontrei.)