Ceile.Dutra 04/02/2013Resenha retirada do meu blog - www.estejali.comEu sempre quis ler este tipo de história, mas só fiquei sabendo disso depois que comecei a ler este livro.
Audrey acabou de terminar o namoro de quase um ano com Evan, vocalista da banda Do-Gooders - uma daquelas bandas que sonha com o sucesso, mas está bem longe de se tornar conhecida. Como havia prometido para ele, ela vai ao show da banda onde terá um cara de uma gravadora. Audrey já foi imaginando que seria mais uma ilusão de que alguém os contrataria, porém, antes de cantar a última música, Evan fala que tem uma música inédita para mostrar e que a música foi composta naquela noite e fala sobre a namorada que terminou com ele (e justo naquela grande noite. Cruel). Acontece que a música era realmente muito boa e levou a galera ao delírio. Era aquele tipo de música que gruda na cabeça das pessoas.
"Juro, se aquela música não fosse sobre mim, se eu nunca tivesse encontrado com Evan, estaria naquele palco sacudindo o corpo que mamãe me deu, de tão viciante que era. Mas, em vez disso, fiquei enraizada no chão e meu queixo estava em algum lugar perto dos meus joelhos."
Audrey não estava preparada para ver a história do seu rompimento com Evan na boca das pessoas e teve que enfrentar alguns dias de avacalhação na escola. Onde ela ia, escutava alguém falando "Audrey, espere!" (nome da música), mas, felizmente, depois de algumas semanas, tudo se acalmou. Pelo menos por um tempo. O tal cara da gravadora viu potencial naquela música e contratou a banda. O sucesso de "Audrey, espere!" foi instantâneo e os caras foram até fazer turnê internacional. A banda ficou muito conhecida e, consequentemente, Audrey. Todos queriam saber quem era aquela garota, por que ela havia terminado com Evan, como ela tinha sido cruel - ou seja: Audrey virou uma celebridade também, com direito a paparazzi e fãs histéricas. O problema é que ela não queria isso, se aborrecia muito com as fofocas e falta de privacidade. Audrey só queria ser normal de novo e ser uma musa inspiradora não ajudava em nada.
"Porém, ninguém me avisou que a minha vida estava prestes a mudar. Não me falaram sobre os paparazzi e editores de revistas e relações-públicas e do advogado que meus pais teriam que contratar. Com certeza, não me falaram que vocês todos iam saber meu nome até o fim do ano.
E isso é tudo que vocês realmente sabem: o meu nome.
Mas agora chega, crianças.
Eis o meu lado da história."
Este livro é a versão de Audrey sobre os fatos. Ele já parte do pressuposto que você também foi espectador e acompanhou tudo através da mídia - o que é fantástico, porque enquanto ela vai contando, vai conversando com você também para que você compreenda como foi ser a protagonista daquilo tudo. E foi, de fato, uma loucura.
Na orelha do livro, tem uma pequena história de uma pessoa que tenho certeza que, se você não conhece, já cantou o nome dela por aí: Anna Julia. Quem não se lembra do sucesso de Los Hermanos que falava de uma menina que ignorava o cara e de como ele sofria? Quem era a tal Anna Julia? Era de verdade? Aquilo era uma declaração? Sim, ela existe e passou por quase a mesma coisa que Audrey, porém, como ela mesma diz, as proporções são diferentes, uma vez que naquela época, as coisas não se espalhavam quase como um viral na internet. Isso só facilitou meu envolvimento com o livro: eu queria mesmo saber como é este outro lado. (Confesso: se Carla ou Anna Julia tivessem surgido agora, certamente eu shipparia.)
O livro é muito bom, mas muito mesmo! Audrey é divertida, mas de uma forma irônica de verdade. Não é nada forçado do tipo "isso aqui é um livro, tenho que ser mais formal" - não, as coisas realmente fazem sentido e são engraçadas. Isso sem falar dos personagens secundários: a melhor amiga dela, Victoria, é daquelas que a gente tem vontade de ter uma igual (ou ela é igual a sua melhor amiga mesmo); os pais de Audrey são reais muito reais e engraçados; James, o cara que trabalha com ela, é quietão, na dele, mas também muito palpável. Enfim, tudo neste livro é real - não são coisas que acontecem todos os dias, mas é muito fácil de imaginar e possível de acontecer.
Mais do que indico - ele vai um pouco além da vida de sub-celebridade de Audrey e aborda algumas questões mais profundas disso tudo. Ah, não posso deixar de falar da diagramação: aparentemente é simples com páginas em papel pólen, letras em tamanho médio (bem confortável de ler), mas no começo de cada capítulo (que são bem curtos), tem o trecho de uma música que tem tudo a ver com o que será narrado. E o livro tem algumas referências da cultura pop (Audrey e Victoria são fãs de HP) o que nos aproxima ainda mais do enredo. Amei, favoritei e... LEIAM!