Ilusões Perdidas

Ilusões Perdidas Honoré de Balzac




Resenhas - Ilusões Perdidas


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João 29/07/2014

É um livro importante de Balzac.
Lucien de Rubempré é uma personagem bem construída e é fascinante (e convincente) a descrição do ambiente literário da época
Proust considerava esse livro como o melhor de Balzac. Concordo com Proust.
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Magasoares 31/03/2020

Recomendo.
Não é a ambição que corrói um homem, é a ganância.
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Lucas1429 08/04/2020

Leitura deliciosa
Balzac nos contextualiza num cenário político francês turbulento. É um livro com personagens muito cativantes, Lucien é ótimo protagonista, muito bem desenvolvido. As críticas que o livro faz as relações de poder, do jornalismo e da monarquia são muito precisas. Assim como ele também não perde ao constituir um belíssimo romance de formação baseado em sonhos e frustrações, amor e melancolia. Trabalha com maestria todos os sentimentos que evoca. Ótimo livro.
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gabri.fonseca 30/08/2020

É um livro que ilustra bem o começo do jornalismo na Europa, que era super panfletário e pouco informativo. Tem um enredo pessimista como já sugere o título.
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Claudia 12/09/2020

AS LETRAS NA FRANÇA DO SÉCULO XIX
Não é por acaso que Ilusões Perdidas está na prateleira dos grandes clássicos da literatura. Além de um bom enredo e personagens bem construídas, Balzac traz um panorama da França no século XIX. Me interessou especialmente o retrato do Jornalismo e do mundo editorial/livreiro da época.
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Vinicius.Maximo 03/02/2021

Magnífico retrato da sociedade francesa do séc. XIX
A verdade é que o título da obra diz tudo: ilusões perdidas.
Balzac entrega neste romance uma verdadeira nuance dos sentimentos humanos, mostrando de maneira sublime como as engrenagens da sociedade capitalista francesa na primeira metade do século XIX funcionam. Nesta linha, o romancista francês faz um contraponto entre a calma vida provinciana e a selvagem vida pariense, adicionando seus personagens às mais pérfidas situações, tais como a busca pelo poder a todo custo, a mesquinharia, e os desdobramentos de uma sociedade na qual todos os meios estão apontados apenas para uma coisa: o dinheiro.
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luke 12/02/2021

Livro quase perfeito. Lucien Chardon é daqueles personagens que ou você ama ou odeia. Mesmo quando Lucien passa dos limetes é impossivel não se simpatizar por ele ou no minimo ser solidão.
Ilusões Perdidas é o cerne da Comédia Humanitaria, Balzac usa aqui todo o seu talento para descrever a (breve)ascensão de Lucien Chardon e sua longa queda, até a sua (improvavel?) redenção.

O titulo tem um significado muito mais amplo do que se pode imaginar. Abrange acima de tudo as desiluçoes de si mesmo e das expectativas e esperanças que são postas sobre você.
Por tudo isso considero Lucien Chardon como um dos mais emblematicos de todos os personagens da literatura.
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Mariele 16/02/2021

Grande obra
Mej primeiro livro do Balzac surpreendeu. Eu não esperava muita coisa. A história é envolvente e interessante e as histórias e escolhas do protagonista nos fazem pensar em nossas próprias. O sjcesso vale tanto a pena assim?
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jmrainho 21/02/2021

Ilusão é para os fracos
"As Ilusões Perdidas" enquadra-se numa das principais obras de Honoré de Balzac (1799-1850) porque foi aperfeiçoada com o tempo e num processo de amadurecimento literário do autor. É fruto de diversas histórias publicadas em folhetim, como costumavam fazer vários escritores em seu tempo. Foi burilada, incrementou-se experiências pessoais de Balzac como jornalista, impressor falido, autor e frequentador de rodas literárias, salões aristocráticos e mesas de bar.

Para entender essa obra é preciso contextualiza-la no tempo e no espaço e compreender a "vida loca" de Balzac dentro do quadro social de sua época.
Em primeiro lugar, Balzac lutou muito para se afirmar como escritor. Se formou em direito e trabalhava num cartório. Conheceu ali as mazelas da justiça, que funciona para quem pode pagar e corromper. Largou essa vida e foi viver da escrita. Sua família condenou o ato, mas lhe sustentou por quase dois anos. A fonte secou e ele foi viver da escrita na imprensa incipiente da época. Tentou ser impressor e editor, mas faliu. Teve amantes casadas, uma delas, por 18 anos. Com a morte do marido, casou-se com a amada e morreu logo depois em 1850. Foi um garoto da província que tentou ganhar a vida na capital, Paris. Tudo isso está em As Ilusões Perdidas em nome de diversos personagens.
Foi escrita entre 1835-1843 (mas aborda uma época na França entre 1819 e 1849). Nesse período lançou outras histórias. Os personagens se misturam em várias obras. Era preciso escrever muito para sobreviver. Em 1830 escreveu 19 romances, tinha vida social intensa e tentou ser deputado e não conseguiu. Experimentou diferentes estilos de escrita. Até que uniu o que se já conhecia de romance histórico (inspirado em Walter Scott), literatura de costumes que agradava as moças aristocráticas, acrescentando suas experiências pessoais, sem cair na armadilha da autobiografia (que tentou e não der certo em "Alberto Savarus) e ainda uma inteligente e sutil crítica social que os analfabetos funcionais aristocráticos não perceberam.

A obra, portanto, trata da indústria gráfica na época, a briga dos concorrentes, o jornalismo insipiente que vivia da chantagem social, do dinheiro sensor da monarquia, ou da opção pelas causas do liberalismo - que trazia leitores e assinantes. E ainda, das tramas, puxa-saquismos, hipocrisias, e passadas de perna dos salões aristocráticos e dos bastidores do teatro. Do reino dos amantes casados ou não. Da luta de intelectuais para não se corromper. Da vida fácil da corrupção de dinheiro e ideias. E do impedimento que as classes inferiores, mesmo com algum representante bonito e inteligente, não tivesse acesso às mamatas aristocráticas.

Assim, o garoto plebeu Luciano Chardon, muito jovem e projeto de poeta, tentou mudar de vida indo para Paris nas mãos de sua amante aristocrática. Foi abandonado por ela e no submundo literário da capital contou com a sorte e o acaso para entrar no jornalismo. Se vendeu ao sistema de vingança ou oportunidade de negócios por manchar reputações. Quando não foi mais útil ao sistema, caiu em desgraça e voltou à miséria. Com a falta de outros meios de comunicação, os jornais tinham uma grande influência na opinião pública, pelo menos na minoria - mas poderosa - alfabetizada.

Enquanto isso, seu grande amigo David Séchard, que se casou com sua irmã, permanece na província e tenta aperfeiçoar a fabricação do papel - sonho de riqueza que os concorrentes lhe roubam - e ao mesmo tempo administrar uma pequena gráfica em plena decadência.
Os dilemas morais e as tramas dos poderosos para manter privilégios em várias áreas faz parte da narrativa.

A continuação de "As Ilusões Perdidas" está em "Esplendores e Misérias das Cortesãs" (trabalhada de 1838-1847). Mas este último saiu antes de "As Ilusões Perdidas", numa característica de Balzac que foge da lógica da linha de tempo de uma história. Seus conhecimentos anteriores de editor ajudaram a entender as artimanhas do mundo literário. Vendia inicialmente trechos de histórias para folhetins e jornais. Se agradassem, transformava em novela em capítulos. Depois juntava tudo em um livro, ou mais de um. Depois agrupava livros em uma coleção. Assim, vendia a mesma história várias vezes. E dessa forma surge sua coleção de 95 de seus livros e contos em "Comédia Humana", onde incluiu de novo "As Ilusões Perdidas". No Brasil, "A Comédia Humana" foi publicada integralmente em 17 volumes entre 1945 e 1953. Balzac era um autor local, francês, em seu tempo. O seu conterrâneo e amigo Victor Hugo, tinha uma visão mais global, e lançou "Os Miseráveis", por exemplo, simultaneamente em vários países, inclusive no Brasil, em 1862, um grande feito logístico-literário-comercial para a época.

Agora o tempo de Balzac. Depois da revolução francesa (1789-1799) a aristocracia dá um golpe no povo e reconstitui a monarquia de sob formas - mais ou menos absolutistas. Seja com os Bourbons ou Napoleão. Napoleão cai em 1814. A Restauração Bourbon - rei Luís XVII até 1824, depois Carlos X -, vai da queda de Napoleão até a Revolução de julho de 1830, quando o povo toma o poder de novo. "As Ilusões Perdidas" começa em 1819, portanto, na Restauração. Nessa época, o rei percebe o perigo da imprensa e edita uma lei para impedir que novos jornais surjam e aos poucos vai acabando - diretamente ou indiretamente - com os jornais de oposição. Se digladiam jornais "vendidos" à monarquia e outros de oposição com os liberais ou outras correntes menores.

Balzac permanece fiel a si mesmo e sobrevive nessa luta ideológica. O resultado, é sua obra que sobrevive até hoje, uma testemunha ocular do seu tempo que ainda perdura na essência, vendo a história se repetir com os mesmos personagens sociais e políticos com caras e fardas novas.

Balzac faleceu sem ser o que almejava, um aristocrata. Mas foi estremamente popular. Seu enterro no cemitério Père-Lachaise, em 18 de agosto de 1850, contou com o escritor-aristocrata (que também não se vendeu aos interesses dos poderosos da época) Victor Hugo fazendo o discurso fúnebre perante um dos maiores cortejos que a cidade havia assistido. As suas ilusões perdidas foram apenas o sonho de alpinismo de classe social.
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TRECHOS

O amor é uma poesia em ação.

Há criaturas que amam um prazer infinito em encontrar nos acidentes de paisagem, nas transparência do ar, nos perfumes da terra, a poesia que tem na alma. A natureza fala por elas.

O tempo é o mais precioso capital das pessoas que só tem a inteligência como fortuna
Os êxitos literários só se conquistam na solidão e através de um trabalho obstinado.

A ideia de trabalhar por uma pessoa amada tira ao trabalho toda a sua amargura e os seus aborrecimentos.

As criaturas de talento nunca são compreendidas por sua família.
"Para que serve a educação? Para confundir o entendimento".

Há pessoas às quais tudo é permitido; podem fazer as coisas mais absurdas, nelas tudo é decente, e todos porfiam em lhes justificar as ações. Mas há outras para quem o mundo é de uma severidade incrível: estas devem fazer tudo bem, jamais se enganar, nunca falhar, nem mesmo deixar escapar uma tolice.

O jornalismo é um inferno , um abismo de iniquidades, de mentiras de traições, que não se pode atravessar e de onde não se pode sair puro, senão protegido, como Dante, por louros divinos de Virgílio.

Fora do mundo literário, não há uma só pessoa que conheça a horrível odisseia pela qual se chega ao que é preciso chamar, segundo o talento, a voga, a moda, a reputação, o renome, a celebridade, o favor do público; diferente degraus que levam à glória e que não a substituem nunca. Não há exemplo de dois homens que tenham triunfado por caminhos iguais.

O segredo da fortuna, em literatura, não é trabalhar; trata-se de explorar o trabalho de outrem. Os proprietários de jornais são empreiteiros, e nós pedreiros. Assim é que, quanto mais medíocre for um homem, tanto mais rapidamente subirá. Pode engolir sapos, resignar-se a tudo, lisonjear as pequenas e baixas paixões de sultões literários...

Para fazer obras belas, terá de, a penadas de tinta, esgotar seu coração de ternura, de seiva, de energia, e ostentar paixões, sentimentos, frase. Sim, escreverá em lugar de agir, cantará em vez de combater, há de amar, há de odiar, há de viver, em seus livros; mas quando estiver reservado suas riquezas para o estilo, seu ouro e sua púrpura para os personagens, tendo de andar em andrajos pelas ruas... feliz por haver criado, rivalizando com o Registro Civil [Quando os personagens parecem tão vivas quanto os nomes de pessoas de verdade registrados em cartório].

Todo homem superior eleva-se acima das massas; seu sucesso está pois na razão direta do tempo necessário para que a obra seja apreciada.

A consciência, meu caro, é uma bengala de que cada qual lança mão para bater no vizinho, e da qual não serve jamais para uso próprio.

Trabalhar em jornal: não é preciso um imenso talento, mas uma grande sorte para neles penetrar.

Bastará esse bolero (bolero de Sevilha) para atrair todos os velhos que não sabem que fazer de seus restos de amor.

O jornal em vez de ser um sacerdócio, tornou-se um meio para os partidos, e de um meio passou a ser um negócio. Não tem fé nem lei. Todo jornal é uma loja onde se vendem ao público palavras da cor que deseja.

Achincalhará a vítima quando esta triunfar. Se for punido, se tiver de pagar pesada multa, há de assinalar o queixoso vencedor como a um inimigo da liberdade do país e das luzes. ... Servi-se-á da religião contra a religião, e da Carta (constituição) contra o Rei. Ridicularizará a magistratura quando a magistratura o descontentar, e há de louvá-la quando servir às paixões populares.

O progresso, uma admirável mistificação destinada aos burgueses.

A intriga é, aliás, superior ao talento: do nada faz alguma coisa, enquanto que, na maior parte do tempo, os imensos recursos do talento servem apenas para fazer a desgraça dos homens.

Na vida dos ambiciosos e de todos quantos não podem triunfar senão com a ajuda dos homens e as coisas, segundo um plano de ação mais ou menos bem estabelecido, observado e mantido, há um momento cruel em que não sei que poder os submete a rudes provas; tudo falha ao mesmo tempo, por todos os lados os fios se rompem ou se emaranham, a desgraça surge de todos os cantos. Se um homem perde a cabeça em meio dessa desordem moral, está perdido. Os que sabem resistir a essa primeira revolta das circunstâncias, que se conservam firmes deixando passar a tormenta, que fogem, subindo por meio de um espantoso esforço, à esfera superior, esses são os homens realmente fortes. Todo homem, a menos que tenha nascido rico, enfrenta assim o que é preciso chamar a sua semana fatal.

A força da lei, minha senhora, pertence em definitivo ao credor.

Em família, a gente sempre se acomoda com a desgraça; faz-se dela um leito, e a esperança faz aceitar a sua dureza.

Petit-Claud bem adivinhara o ódio vivaz que tem as mulheres ao homem que não soube amá-las quando elas desejaram ser amadas.

A solidão muda completamente a força dos sentimentos. O homem solitário, e cheio de preocupações, cede a pensamentos contra os quais encontraria pontos de apoio no meio ordinário da vida.

Os grandes cometem quase tantas covardias como os miseráveis; mas cometem-nas na sombra e fazem ostentação das suas virtudes; permanecem grandes. Os pobres exercem suas virtudes na sombra e expõem suas misérias ao sol: são desprezados.

Um mal arranjo vale mais que um bom processo.
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Lorena Tostes 05/03/2021

Maravilhoso! Fiquei impressionada e enojada(raiva sorridente também)pelos acontecimentos, pois no fim das contas você acredita que o final será com sempre é, e ele acaba de dando uma rasteira ! Valeu cada página e cada agonia passada.
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val 19/08/2021

Lento
O livro tem apenas 3 capítulos longuíssimos que se desenvolvem lentamente pra acelerar tudo no fim.
Para mim, valem as observações do autor sobre a profissão de jornalista e as tramas por trás das intenções que parecem boas. Os personagens deixam-se levar pelos "bons" conselhos e me identifiquei com essa inocência deles que acaba levando ao título da obra.
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