Gabi 01/05/2024
Quando terminei de ler, fiquei alguns minutos em silêncio para digerir tudo que li. Como não se sentir atravessada por tudo que ela coloca em suas cartas a Deus? A gente acompanha a trajetória de Celie desde sua adolescência até a maturidade. Passamos junto com ela pelas transformações de sua vida, tão marcada por dores, angústias e amor. Apesar de ser um livro com temáticas tão sensíveis e impactantes, Celie faz ser leve, mesmo quando rodeada de acontecimentos ruins. Ela e sua irmã, Nettie, são inesquecíveis. Celie vê o mundo ao seu modo, enxerga as cores da vida com o seu olhar de quem nunca saiu do país, mas que através da escrita, da amizade e da curiosidade, o mundo conseguiu se transformar aos poucos. Tudo ganha o tom púrpura. É uma estória que questiona muitas coisas, inclusive a figura que Celie fazia de Deus, como onipresente, onipotente, porém branco. Com certeza é um daqueles livros que você carregará por muito tempo dentro de si depois da leitura.