Alle_Marques 24/12/2023
“Existem tantas coisas que nós não compreendemos. E tanta infelicidade acontece por causa disso.”
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“A incredulidade é uma coisa terrível. Como também é o mal que fazemos aos outros sem saber.”
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Não é difícil de entender o porquê desse livro ter se tornado o clássico obrigatório que se tornou. É uma obra provocante e dolorosa do início ao fim e tão necessária quanto os temas abordados exigem que seja.
Cada passagem, situação, sofrimento, cada injustiça, tudo é trabalhado para nos fazer simpatizar e sofre junto com a Célia e as pessoas a seu redor, e funciona, é impossível ler e não sentir, seja tristeza, revolta ou nojo, seja felicidade, alivio ou determinação. É uma história que vai muito além do sofrimento e da violência, é sobre identidade, conquistas, amor próprio, autonomia e resiliência, mas sem cair em moralismo cego e fútil, Célia nos ajudar a compreender, graça a seu jeito ingênuo e espontâneo de pensar, como até mesmo em meio aos mais cruéis sofrimentos, abusos e provações, mesmo nas situações mais sombrias, podemos ter breves momentos de alivio e felicidade verdadeira, e devemos aprender a reconhecer e aproveitar o máximo possível disso enquanto temos tempo.
Alice Walker tem uma sensibilidade única na escrita que torna seu trabalho arrebatador, ela é direta, visceral e poética, nos entrega uma obra profunda e comovente. É uma história que machuca, mas que nos recusamos a largar até a última página finalizada e que nos acompanha durante muito tempo, mesmo depois do livro terminado.
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“... E eu num podia entender porque a gente vive se tudo que a vida faz na maior parte do tempo é fazer a gente se sentir mal.”
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11° Livro de 2023, 16ª Resenha de 2023
Desafio Skoob 2023