O rumor do tempo e Viagem à Armênia

O rumor do tempo e Viagem à Armênia Óssip Mandelstam




Resenhas - O rumor do tempo


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Vitor Hugo 23/03/2024

PROSA OU POESIA?

O escritor russo Óssip Mandelstam (1891-1938) foi essencialmente um poeta, tanto que foi um dos expoentes do movimento acmeísta, do início do século XX, sendo sua poesia considerada "difícil", "frequentemente obscura e carregada de alusões", embora genial.

Isso é vital para a compreensão dos textos "O rumor do tempo" e "Viagem à Armênia". No primeiro, parece que estaríamos diante de uma convencional obra memorialística, na qual o autor narra suas impressões da juventude na São Petersburgo de 1900 e 1910. No segundo, a expectativa seria de um relato de viagem do autor à República da Armênia, então integrante da URSS.

Não é isso o que ocorre. Sobre o segundo texto, por exemplo, o ensaio de Seamus Heaney, ao final do volume, sentencia que "chamá-lo de diário de viagem é errar o alvo de forma (...) rude".

Como disse o tradutor Paulo Bezerra, responsável também pelo posfácio, o autor pratica "uma prosa na qual praticamente se apagam os limites entre poesia e prosa", bem como que "a passagem da poesia à prosa vem a se constituir, de fato, numa simbiose dessas duas formas de arte literária, como o traço mais característico de sua poética".

É disso que se trata, portanto.

A mim, valeu mais por conhecer a história de um genial escritor russo, que, como tantos outros, encontrou um triste fim sob o rolo compressor do regime stalinista.

Ainda, causou-me admiração o trabalho brilhante de contextualização e tradução da obra, tradução esta definida como "teste dificílimo" pelo próprio tradutor Paulo Bezerra.
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Marina 01/04/2023

Acho que não entendi. Comecei gostando de O Rumor do Tempo, mas depois ele começa a experimentar muito na maneira de escrever e acabei ficando perdida e desinteressada. O Viagem à Armênia é ainda mais confuso. Pra mim não rolou.
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Ricardo256 26/02/2023

Memórias
É um livro que contém duas histórias com memórias de um dos grandes poetas da literatura russa. O rumor do tempo conta as memórias do autor na época que viveu em São Petersburgo e a outra história, Viagem a Armênia, uma prosa mais poética, memórias da época que o autor viajou para o país que fazia parte da antiga URSS. Gostei muito também dos textos de apoio que ajudaram a entender um pouco mais da história do autor. Foi legal conhecer mais um russo da literatura.
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@gezaine_ 19/03/2022

Ótimo livro para termos noção da vida na Rússia e Armênia no final do século XIX e início do século XX. Gostei mais do Rumor do tempo.
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Wellington 09/06/2021

O Rumor do Tempo e Viagem à Armênia – 3,5
Este não é um livro para mim.

Começarei pelos pontos positivos: há poucas, mas boas passagens sobre a cultura judaica dentro da Rússia pré e pós revolucionária, isso em O Rumor do Tempo. Também há relatos dos países bálticos – muito diferentes de como são hoje, aparentemente, o que infere valor histórico. Quanto à referida viagem do título, traz alguns cenários interessantes da Armênia, de como seu povo vivia, de peculiaridades das relações. É outro belo exemplar da Coleção Leste, da Editora 34, com tradução impecável e excelentes notas explicativas. Gostei mais do posfácio que do livro, e aqui voltamos a ele.

Não há diálogo, não há história; é uma obra memorialística, quase um diário de divagações, que mescla aspectos biográficos (na primeira parte) com impressões esfumaçadas de um país (segunda parte). Fala-se sobre pessoas que transitaram na história do autor, lugares, personalidades da época, minúcias... E, bom, é isso.

A quantia de notas explicativas mostra quão próximo você deve estar do contexto para entender o cenário. Que me importa saber o nome de uma rua? Por que devo conhecer uma figura passageira da história do autor? Se tais eventos fossem munidos de ímpar sensibilidade, de amostras de como isso impactou sua vida, etc., eu teria gostado. Mas é uma escrita que exige imaginação. Põe alguns dados na frente do leitor e este que monte o quebra-cabeça, que encontre o motivo da exposição. O livro, em si, me pareceu estéril. Não senti curiosidade a respeito da próxima página; só queria acabar logo. Obviamente, minha leitura da segunda parte foi prejudicada por quão enfadonha me foi a primeira: já tinha emburrado com o autor.

Então chega o longo posfácio para me ajudar. É como se dissesse: “note a musicalidade da escrita”... Ah! É, faz sentido. “Veja o cenário conturbado, por isso que a escrita também o é”... É, pode ser. Depois, Mandelstam escreveu um poema satírico contra Stálin; foi preso, solto, preso de novo e morreu “doente, faminto e enlouquecido” (sic) numa estação de trem a caminho dos trabalhos forçados na Sibéria. Outra curiosidade: “Viagem à Armênia” era para ser um relato fidedigno daquela jovem nação soviética; foi contratado pelo governo para tal. Porém, produziu esta obra, “em associações de puro lirismo” (sic).

Recomendo o livro para... Hm. Para quem gosta de poesia, talvez; isso aqui é prosa, mas é bem poética. Para quem precise de relatos ou fontes da época. E para quem tenha curiosidade mórbida sobre ruas que trocaram de nome.
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GIPA_RJ 30/12/2010

Já li "Viagem à Armenia. Mandelstam é brilhante , mistura adjetivos , sensações , cores , cheiros , descreve a história local inserida num contexto maior.
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