Resenhas - Contos

Kelly Oliveira Barbosa 11/07/2022

“O campo, na verdade, só é agradável com família, e toda árvore é triste se na sua sombra não brinca uma criança…” (p. 150)
A leitura desses contos foi o meu primeiro contato com o escritor português Eça de Queiroz. E acho que acertei uma boa porta de entrada, pois eu amei a escrita do autor, amei!

Essa coletânea da Martin Claret tem oito contos, que segundo o excelente texto de apoio da Cristina Garófalo Porini, representam várias fases da carreira do autor.

É normal na leitura de uma coletânea como essa gostar de alguns contos e outros nem tanto, porém eu gostei de todos sem exceção. São muito bons! O enredo, os personagens, a ambientação, o elemento surpresa ou o ponto de virada comum em contos… Assim, realmente a cada conto que eu lia eu gostava mais da escrita, do estilo desse escritor português.

O primeiro conto é o Civilização, tão bom que entrou para minha lista de favoritos. Ainda que eu não conheça muito sobre o autor, me pareceu ter muito dele nesse conto: o que ele pensava sobre toda a sofisticação e inovações que estavam invadindo o seu tempo. Tanto esse como Um dia de chuva me causaram uma forte impressão principalmente por eu estar lendo na mesma época o livro Os Inovadores de Walter Isaacson. Foi impossível não parar para refletir sobre todas as mudanças que a tecnologia continua trazendo para nossas vidas; e o ponto, o que o Eça questiona já em seu tempo através da sua literatura é se todo esse conforto e facilidades estão nos fazendo mais felizes, será?

Já Singularidades de Uma Rapariga Loira e No Moinho são contos surpreendentes. Ambos apresentam pontos de virada que me deixaram pensando por dias e porque, digamos, em ambos o plot da coisa está sob a personagem feminina da história. É aqui que percebi que o Eça tinha um bisturi nas mãos ao escrever, sem dó ele tece suas críticas e consegue descrever, dar nome há coisas que não gostamos nem de pensar, quanto mais falar sobre.

Para citar um enredo, o conto José Matias é sobre um homem que se apaixona por uma mulher, mas nunca a tem, e nem quando tem a oportunidade. É sobre como em matéria de relacionamentos, temos a tendência da idealização do outro, e às vezes tanto que podemos chegar a enxergá-lo como um deus. Em O Defunto também temos uma paixão, mas o ponto não é a idealização do outro, mas a tal consciência culpada. Como eu disse, o Eça nesses contos escreveu sobre coisas sensíveis e delicadas, das quais muitas vezes é até difícil para nós pobres mortais falar. E fechou para mim como um autor que entendia bem da sensibilidade humana no conto Um poeta lírico, que retrata nada mais nada menos que a sensibilidade da alma do artista e como esta mesmo, um maravilhoso dom, pode fazer dele um tolo infeliz.

Importante dizer que em todos os contos está presente uma crítica afiada a sociedade. E que também os oito são ambientados em vários marcos temporais diferentes; a própria época do autor (final do século 19), a Antiguidade, a Idade Média e o próprio tempo de Cristo em O suave milagre. O tema da religião cristã também é presente em todos os contos, num tom crítico sim, porém também sensível e belo como é o caso desse último citado, que inclusive é um conto que parece ser muito conhecido.

O Eça de Queiroz foi minha grande descoberta nesse primeiro semestre de leituras e talvez até do ano. Estou ansiosa para conhecer seus romances e fico feliz por saber que há muita coisa para ler do autor. Alguns títulos que tenho mais interesse são: Os Maias, O Primo Basílio, A Cidade e as Serras e O Crime do Padre Amaro.

site: https://cafeebonslivros.home.blog/2022/07/11/contos-eca-de-queiroz-110/

Paula 11/04/2020

Em Contos, encontramos várias fases da vida do escritor Eça de Queirós, nos 8 contos apresentados, vamos de história que rementem ao desejo carnal, a simplicidade da vida no campo e a devoção religiosa.
O livro é uma excelente forma de viajar em meio a diferentes fases da literatura, reconhecendo os traços dos movimentos, apesar da linguagem um pouco complexa em alguns pontos, as histórias são de fácil compreensão.

Fernando 19/04/2020

Ainda atual
O que mais me cativou foi o conta Civilização que tem por trás a simplicidade da vida...

Carol 02/05/2020

Vida
Este livro nos mostra diferentes fases da vida de Eça de Queirós.

Juh Lira 20/05/2020

Muito boa a seleção de contos! Os meus preferidos foram "O defunto", "Um dia de chuva" e "Civilização" -- é o Eça no seu melhor, engraçado e tocante :)

Kau 07/09/2020

Queirós, Eça de. Contos. São Paulo: Martin Claret, 2015.
Os contos são interessantes. Alguns são bem confusos mas, no geral, a leitura vale a pena.

Siliane.Ferrari 27/09/2020

Contos
O autor é considerado um dos mais importantes escritores portugueses da história, o livro reúne seus principais contos. Leitura rápida e muito agradável.

Davi.Lima 29/10/2020

Um bom livro de contos
Contos bem simples mas sempre com uma mensagem a trás. Alguns bons outros nem tantos, mas eu gostei.

Elianne.Franchella 22/11/2020

prefiro os romances
Poucos contos dessa coletania realmente me empolgaram, mas vale conhecer.

RobsonGrangeiro 03/12/2020

Passeio pela obra e evolução do ponto de vista do autor.
Li por impulso este livro em um momento de ressaca literária e foi a melhor escolha que fiz. Gostei muito de poder imaginar um Portugal em fins de século XIX, nas cidades de Coimbra, Lisboa e Sintra e seu povo. É o tipo de obra ou conjunto de obra que permite perceber por onde o autor evolui esteticamente seu trabalho.
Os contos mais interessantes são "O defunto" e "Singularidades de uma rapariga loira", ambos tratam de aguçar a imaginação do leitor trazendo uma possibilidade de ficção fantástica e outro um descritivo tão particular sobre uma moça que é provável que você já tenha visto alguém semelhante a ela em algum momento de sua vida.

cs_g_ilson 20/04/2021

Aprendi a gostar depois do terceiro conto.
Os dois primeiros contos não me animaram, em que pese eu tenha ficado fascinado com os detalhes que Eça de Queirós dá ao texto. A partir do terceiro conto, fui querendo terminar a leitura integral do livro, principalmente por não ser tão longo. Se eu precisasse usar uma palavra para resumir a qualidade deste livro, seria: evolução. Eu até voltei aos dois contos iniciais para saber se o meu não envolvimento do começo era sono, tédio ou se por eu não estar habituado às leituras com tantos pormenores. Leiam e tirem as conclusões de vocês. Primeira vez que leio Eça de Queirós e já o pus na lista de autores a serem lidos mais vezes.

Everton Gonçalves 01/10/2021

O Livro reúne 6 contos de Eça de Queirós.
A linguagem causa um estranhamento no início, mas logo o leitor se habitua.
Temos "Frei Genebro" e "O Senhor diabo" que não me chamaram muito a atenção.
"O tesouro" e "A aia" são bem simples e lembram os contos de fadas e trazem uma espécie de moral da história útil para uma aplicação cotidiana.
"Singularidades de uma rapariga loura" é o mais elaborado e interessante conto, refletindo sobre os valores da honestidade, o esforço do trabalho e o amor sincero que não pode se impor sobre os valores morais genuínos.
Chama a atenção o último "O suave milagre" que se assemelha a uma leitura orante do evangelho, onde a busca por Jesus e o efetivo encontro com ele só é possível por meio da simplicidade e inocência de coração.

I. de Rohan @izabelderohan 14/12/2021

Esses contos merecem serem lidos com textos teóricos e uma boa aula de literatura portuguesa para acompanhar, mas na falta desses, ainda são divertidos e reflexivos.

Luana.Resende 10/01/2022

Não me chamou muita a atenção, gostei mais dos últimos contos eles me prenderam mais durante a leitura .

Cibele 28/01/2022

Livro de Contos
Um livro de Contos do Eça de Queirós, contos esses de diferentes épocas da carreira literária do autor.