As Senhoritas De Nova York

As Senhoritas De Nova York Daniel Piza




Resenhas - As Senhoritas De Nova York


7 encontrados | exibindo 1 a 7


cattusiter 02/01/2023

Mais que uma história
Acredito que esse livro, por mais curto e suscinto que seja, é mais que uma história. Acredito que seja uma inspiração conscientemente criada para que nós, leitores, passemos a ser um pouco mais Fernando e Gustavo e enxergar o mundo com certo equilibrio entre sentimentos e racionalidade (ambos essenciais) sem nunca deixar de questionar, investigar e analisar o que vivemos e vemos.
(Adicional pessoal: também sempre apreciar as artes sem receios e/ou limites)
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gi. 10/09/2021

Preferia não ter lido
Tive que ler pra um trabalho da escola (Ensino Fundamental II) há alguns anos e foi uma das piores coisas que li em toda minha vida. Se fosse possível, daria 0 estrelas.
Desconexo, insinuações sexuais constrangedoras, enredo fraco e personagens sem personalidade. Honestamente, não sei quem pensou que esse livro era uma boa proposta educacional. Não agrega em nada, só motiva os alunos que não tem gosto pela leitura a continuarem odiando. Tenho certeza que existiam clássicos melhores que eles poderiam ter proposto no lugar dessa bomba.
Jade 10/09/2021minha estante
Tu estuda em qual colégio?




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Mara Vanessa Torres 05/05/2020

Romance aparentemente juvenil levanta discussões sobre vida e arte

Há alguns anos, li em uma revista de fantasia, FC e horror uma declaração interessante do escritor e quadrinista Neil Gaiman em que ele afirma que “voltar a ler um livro favorito é uma das coisas mais infelizes e absurdas que podemos fazer”. Nessas linhas, eu revisito não apenas o livro, mas também o seu autor.

Daniel Piza, falecido em 2011, é o jornalista que mais admiro e um dos críticos brasileiros que mais me enche de contentamento e satisfação. Ler as suas inúmeras produções – ensaios, entrevistas, matérias, livros e críticas – exerce sincero enlevo em meu estado de espírito, permitindo que eu mantenha o foco e não me distraia com nada ao redor. Nos momentos de leitura, todos os meus esforços de concentração, inspiração e criatividade acompanham as palavras de Daniel que, como diria o jornalista americano H.L Mencken, me permitem “sentir o vento do mundo no rosto”.

A propósito, meu primeiro contato com a citada expressão de Mencken foi em novembro de 2012, em uma manhã nublada de sábado, ao som da voz de Elvis Costello e sentindo o perfume do odorizador de ar espalhado pela minha mãe por toda a casa. Naquela época, eu ainda estava com o coração balançado por dúvidas sobre rumos profissionais – como ainda estou -, martirizando meu cérebro com perguntas nas quais eu já sabia a resposta. Também naquela manhã, eu estava lendo “As senhoritas de Nova York: descoberta de Pablo Picasso” (editora FTD, ilustrações de César Landucci, 1996, São Paulo, pág. 96), livro de estreia de Daniel Piza.

A obra traz a troca de correspondência virtual entre os amigos Fernando e Gustavo, quando o primeiro vai passar uma semana em Nova York com a família. Impressionado com a organização, fluidez e avanço cosmopolita da cidade, Fernando remete suas impressões ao amigo. Logo no começo, percebemos a diferença de personalidade entre os dois, mas nada a ponto de abalar a amizade e o diálogo frutífero que surge das perguntas, dúvidas e afirmações levantadas pela dupla.

Aliando o sensorial ao intelectual, Fernando se permite equilibrar as descobertas que encontra pela frente, sem deixar que o ‘desencanto tome conta’. Apaixonado por Adriana, o jovem une o mundo de percepções que vai se descortinando à sua frente durante a viagem ao sentimento que nutre pela colega de escola. Gustavo é mais cético, racional e eremita, e está sempre disposto a não se perder em abstrações. Por ter um relacionamento complicado com o pai, o rapaz amarga esse tipo de contato e busca na leitura de “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, as respostas para as angústias diárias que tomam conta de sua alma.

Já em Nova York, ao visitar o MoMA (The Museum of Modern Art), Fernando esbarra na tela ‘As senhoritas de Avignon’ (Les demoiselles d’ Avignon), de Pablo Picasso, e um lampejo de consciência e iluminação transformam a visita em um insight. Fernando cria uma nova obsessão e passa a pesquisar e estudar tudo sobre o quadro. Dentre as curiosidades registradas nas cartas que envia a Gustavo, Fernando argumenta detalhes da construção da tela, como os setecentos desenhos preparatórios feitos por Picasso antes de começar a projetar a pintura; revela também os detalhes técnicos, como os tipos de planos e o uso das cores, assim como a escolha das posições, formas e localização de cada mulher na tela. Em poucas páginas, temos uma verdadeira aula de arte como questão e como processo de consciência.

A arca do tesouro desenhada por Daniel Piza ainda fica maior quando Gustavo submerge em discussões sobre a obra de Dostoiévski. Para ele, o conflito de consciência do personagem Raskolnikov e os questionamentos que surgem a partir desse torvelinho moral, emocional e intelectual, é parte integrante do que enfrentamos no nosso dia a dia. Gustavo começa a apontar o dedo para normas e regras sociais, criticando-as. O “embate” intelectual entre os dois amigos, onde um defende a arte visual como propulsora de mudança e o outro argumenta a favor da força inegável da literatura na metamorfose de vida do homem, é acompanhado de perto pelo leitor que, de acordo com suas próprias inclinações, toma partido de um dos lados.

A riqueza do debate, trazendo ideias novas e argumentos, além da aposta em um novo formato para a clássica correspondência epistolar, torna o livro do jornalista um ótimo estímulo para ampliar a consciência, onde o prazer também é posto em questão. Conhecido por seus aforismos e reflexões críticas, Piza começou a mostrar a que veio logo na obra de estreia, com frases como:

“EU PREFIRO O NOVO, E É POR ISSO (FAZ PARTE DA VIDA BEM VIVIDA) QUE MINHAS EXPECTATIVAS SE FRUSTRAM OU SE SUPERAM”. (PÁG. 30)

“ESFORÇO E PRAZER NÃO SÃO COISAS OPOSTAS!” (PÁG.72)

Por trás de uma aparente proposta juvenil, esconde-se mais uma – de muitas – pérolas deixadas por Daniel, que precisou se despedir da vida bem mais cedo do que deveria. Deixou imensas saudades, mas continua fazendo pessoas terem o que dividir e descobrir. E toda vez que um leitor, assim como eu, regressa às produções de Piza, arrisca-se em universos desconhecidos que nunca terminam. Porque assim foi Daniel: um homem que não coube no seu tempo e que arriscou a segurança das crenças estabelecidas em troca de uma vida com independência intelectual. Como diria o poeta E.E Cummings: “É preciso coragem para crescer e se tornar quem você verdadeiramente é”. Daniel Piza teve essa coragem.

site: https://biblioo.cartacapital.com.br/daniel-piza/
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Dose Literária 30/12/2013

As senhoritas de Nova York, de Daniel Piza
Há alguns meses, li em uma revista de fantasia, FC e horror, uma declaração interessante do escritor e quadrinista Neil Gaiman, em que ele diz que "voltar a ler um livro favorito é uma das coisas mais infelizes e absurdas que podemos fazer". Neste caso específico, eu revisito de forma absurdamente instigante não apenas o livro, mas também o seu autor.
Daniel Piza é o jornalista que mais admiro e um dos escritores que mais me enche de prazer e felicidade. Ler as suas inúmeras produções - ensaios, entrevistas, matérias, livros e críticas -, exerce tal enlevo em meu espírito que não consigo prestar atenção a mais nada ao redor. Nos momentos de leitura, todos os meus esforços de concentração, inspiração e criatividade acompanham as palavras de Daniel que, como diria o jornalista americano H.L Mencken, me permitem "sentir o vento do mundo no rosto".
Leia mais em http://www.doseliteraria.com.br/2013/12/as-senhoritas-de-nova-york-de-daniel.html
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Bill 20/06/2011

Livro fraco, mais parece propaganda de anarquia para adolescentes.

Foi usado pelo MEC, obviamente, pois nosso sistema educacional não educa, infelizmente.
Mara Vanessa Torres 28/12/2013minha estante
Discordo do seu posicionamento. Adorei o livro! Bem escrito, construído de forma objetiva e aprofundada, sem os reducionismos que encontramos em muitos livros juvenis.

E, ao contrário do que você citou, não há nenhuma "propaganda de anarquia para adolescentes". Tal posicionamento é bem diverso das ideias e pronunciamentos feito pelo autor durante toda a sua vida e carreira.


Bill 29/12/2013minha estante
Mantenho minha opinião.




Dan 06/01/2011

O Grande Alicerce
Este livro veio em minhas mão como um presente, foi ganhado em 2000 ou 2001, não me lembro ao certo.
É uma obra de muita importância em minha vida, pois nela é retratado a importância de se observar as obras de arte (e cá me refiro as literárias, plásticas, a música e outros) de forma que se adaptem e mudem sua vida da forma em que for possível.
Tornou-se então o grande alicerce do meu caráter, que foi depois forrado com muitos livros, músicas, filmes e pinturas e me deu o grande prazer e orgulho de ser quem sou hoje.
Recomendo, principalmente para quem está se moldando, ou seja, jovens de até 80 anos.
Mara Vanessa Torres 28/12/2013minha estante
Dan,

Também senti o mesmo ao ler o livro de estreia do saudoso Daniel Piza.

O Daniel me ajudou - e continua ajudando - nas descobertas de novas ideias e conhecimentos.




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