Simone 22/06/2017SHELDON, Sidney. A perseguição. Rio de Janeiro: Record, 1994. 143 p. De imediato o prólogo de “A perseguição” desperta nossa curiosidade para a trama que se segue: “- Cuidado! O piloto sabia que iam morrer.” Autor de best sellers como “Se houver amanhã” e “A ira dos anjos”, Sidney Sheldon também foi roteirista, alcançando sucesso com as séries “Jeannie é um gênio”, nos anos 60, e “Casal 20”, nos anos 80. Entretanto, foi com a publicação do seu primeiro romance “A outra face”, em 1970, que sua carreira deslanchou, passando assim, a ocupar-se mais da escrita de livros que levam o suspense como sua marca registrada.
Com a morte dos pais, a vida tranquila do jovem Masao Matsumoto transforma-se em um pesadelo. Herdeiro de uma das famílias mais importantes do mundo, ele viaja até os Estados Unidos, com os tios, para buscar as cinzas de seus pais. Ao chegar lá, no entanto, descobre um terrível plano do tio, Teruo-ojisan, para eliminá-lo e apoderar-se de sua herança.
Após a tentativa frustrada de pedir ajuda à polícia, o jovem se vê sozinho em um país estranho, sem dinheiro e obrigado a lutar pela própria vida. Inicia-se, então, uma fuga constante, repleta de reviravoltas. Viver passa a ser uma questão de honra para ele, faria isso em memória dos seus pais.
Ninguém é confiável, o tio se utiliza do poder que tem agora para premeditar os passos do sobrinho e finalmente matá-lo. Por sorte, em uma dessas fugas, uma jovem cruza o seu caminho; Senae trabalha em uma das fábricas do finado pai de Masao. Ela tenta aproximar-se dele e ajudá-lo, a ponto de se arriscar por ele. Sua amizade e generosidade despertam um sentimento novo no rapaz que fica dividido em ter que partir, contudo, sua única chance de sobreviver talvez seja encontrar Kunio Hidaka, um amigo antigo de sua família, o qual poderia ser seu aliado.
Apesar do final previsível, o romance de Sidney Sheldon cativa pelas guinadas existentes na trama, assim como pelo exemplo de coragem e perseverança do jovem Masao. O autor não se aprofunda em alguns temas como no relacionamento do rapaz com a tia, irmã de seu pai, e no desfecho da “amizade” entre ele e Senae.
Do gênero infanto-juvenil, a obra evidencia-se num âmbito mais tênue e breve, distanciando-se um pouco do estilo acentuado de assassinatos e intrigas presentes na maioria dos livros do autor. Porém, não menos empolgante, lê-se o primeiro capítulo e logo se deseja ler o segundo, o terceiro e assim sucessivamente, até o final. É a vontade de estar com Masao, de saber o que aconteceu e o que vem a seguir, de torcer por ele e esperar que ele consiga.