Luan Simões 31/10/2010
Me decepcionei um pouco
PONTOS POSITIVOS: Os personagens; Todos são muito bem construídos e possuem todas as qualidades e defeitos que qualquer ser humano tem. A história é muito bem detalhada e nos dá todo o panorama da vida do protagonista; Um conceito de enredo muito interessante.
PONTOS NEGATIVOS: A narração é simplesmente conclusiva; Não dá muitos espaços para o suspense, para a intriga do nosso raciocínio. Deixa o livro meio lento, e todas as vezes que achamos que vai haver uma reviravolta a história se mantém no mesmo ritmo. Faltou elaboração de ação; Não no sentido literal, o que seria bom, mas ação na consecutividade dos fatos. O que mais chama a atenção são os vários personagens (ponto positivo) que vão sendo apresentados ao longo do texto.
O livro vem com uma proposta diferente, a de um impasse entre o personagem principal, Julius Clarence, o magnata americano, e um outro mercador da bolsa, Clive Maugh, o super especulador inglês.
No entanto não é o que acontece. O livro começa no ápice, o da mudança de vida de Julius, com ele se preparando para o fim de sua vida e a adoção de uma nova identidade.
Após isso, começa a explicação de onde ele veio, sua juventude, seus trajetos até Wall Street, a fundação da Clarence & Associados, como se tornou um magnata admirado pela alta sociedade nova iorquina, seus casamentos, minúcias da sua vida pessoal, momentos interessantes de suas viradas durante as dificuldades, seus amigos, seus nem tão amigos assim, etc.
Daí você deve estar se perguntando: e o impasse de Clarence com Clive Maugh?
Não tem. Isso mesmo, não tem até a reta final do livro, onde acontece um grande evento e põe os dois numa posição de confronto que passa bem rápido devo dizer.
Existe uma leve competição no corpo do livro mas nada que mereça destaque, pois afinal eles são especuladores de bolsas de valores do mundo todo, logo há competição.
O livro põe um trecho contando o presente e outro contando o passado de Julius Clarence, e isso nos dá a sensação que algo grande vai acontecer, mas não tem ação. Apenas conclusões.
A ideia é ótima, só não foi bem elaborada. Se existisse uma guerra entre a Clarence & Associados e o Banco Centro-Europeu de Laussane (onde Clive Maugh trabalha) o livro seria rápido, intrigante, emocionante até. Pois os personagens são muito bons, todos são interessantes, dos empregados até os magnatas.
É uma pena, poderiam reescrevê-lo. Julius é sinistro.