Perceval

Perceval Chretien de Troyes




Resenhas - Perceval


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Lucas_bs 15/11/2023

Um bom livro, me diverti bastante lendo ele.
Apesar de em algumas partes achar a leitura um tanto confusa e repetitiva.
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Carlos_e_Bianca 14/03/2023

Um bom romance!
No início eu acabei ficando um pouco perdido porque a história passa por várias etapas de uma maneira bem rápida, mas depois ela se torna constante graças a um objetivo.

Foi o primeiro romance de cavalaria que leio e acabei gostando bastante do gênero.

Com certeza voltarei a lê-lo e buscarei outros do tipo.
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Candil 20/06/2022

É muito interessante, apesar de inacabado me vi tão entretido na narrativa que terminei antes do previsto.
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Ber 02/08/2021

Cavalaria: composição, atuação e elevação, com uma dose de sci-fi
O presente livro ilustra com coerência (por ser fruto do período) as participações do grupo dominante da cavalaria, na sociedade feudal. Mais do que apenas servir como uma forma de retratá-la, ''Perceval'' de Chértien de Troyes, apresenta os inúmeros códigos referentes ao mundo dos cavaleiros. Outrossim, é impossível não falar dos esforços que o compilador faz, no intuito de promover uma elevação desta classe, seja do ponto de vista moral, espiritual, ou no âmbito que para nós, no presente, já é um tanto banalizado, que seria o do ''amor cortês''. Além disso, a obra apresenta uma série de passagens inexplicáveis, verdadeiras incógnitas em termos de signos e significados, tornando-a instigante, mesmo 800 anos após seu lançamento. É uma leitura interessante mesmo se lida sem relacioná-la com o pano de fundo histórico, pois apresenta uma trama em que as protagonistas viajam entre mundos diferentes do ordinário, que aparentam conter em si, uma funcionalidade temporal distinta do comum. Tais episódios, são surpreendentes, afinal, não espera-se de uma leitura do período medieval, tantos elementos que possam ser relacionados com verdadeiras histórias de ficção científica da nossa época. Devido a esses fatores citados, recomendo o livro para àqueles que desejam surpreender-se com as narrativas de um passado longínquo, mas que muito reverbera no dito mundo contemporâneo.
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César 30/03/2021

Romance de cavalaria
Bastante interessante, apesar da leitura ser impactada pela falta de capítulos/paradas na parte inicial. Depois o livro se desenvolve bem.
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Bruno 27/03/2014

Perceval, ou o Romance do Graal (Chrétien de Troyes)
Para nós, leitores modernos, é estranho, no bom sentido, lermos um texto que é tão obviamente moralista e evangelizador. A moral – aquela filosófica, não esse arremedo de vigiar os costumes do próximo – é um tema que com a modernidade se tornou secundária, sendo gradativamente substituída pela ética, o que pra mim é estranho, pois todas as revoluções comportamentais que passamos nos últimos 50 anos justificariam uma revisão sobre o bem e o mau.

Enfim, não é sobre isso que pretendo escrever. Meu intento é escrever sobre um texto inacabado do século XII sobre a Demanda do Graal. Publicado no Brasil pela Martins Fontes, dentro da Coleção Gandhāra, Perceval ou o Romance do Graal narra as aventuras do cavaleiro da Távola Redonda Perceval, o Galês, em busca do Santo Vaso e da Lança que Sangra sem Nunca Secar.

A história, em si, é bem conhecida de todos, por isso não entrarei profundamente nela. O que me importa nela são as características expostas no primeiro parágrafo. Sou um grande entusiasta sobre o medievo da cristandade, principalmente no tocante a cultura cortês. Desde de tenra idade, sempre gostei da histórias que envolvessem cavaleiros, damas, reis e rainhas. Porém, por conta da minha formação e da minha leitura, eu havia criado um modelo pronto de mentalidade e sociedade do período. Ler as aventuras de Perceval me mostrou o quanto engano eu estava.

Primeiro, em toda a história há uma forte intenção de evangelizar o leitor, sempre comparando a Demanda do Graal, que nós, modernos, temos a aproximar de uma cultura “pagã” e “celta” do que cristã, principalmente pelas adaptações místicas que a Matéria da Bretanha e a cultura arthuriana tomaram, é usada a todo o momento como uma alegoria às virtudes católicas. O que tem de estranho nisso? Quando e para quem Chrétien de Troyes escreveu sua versão dessa história. Chrétien escreve essa novela de cavalaria aproximadamente da década de 1180, em nome do conde Felipe de Flandres. Ou seja, escreve já no final do século XII para uma classe privilegiada, a nobreza.

Ora, não seria um dos pilares da nobiliarquia ser parte e protetora da fé cristã católica romana? Bom, isso é o que nos ensinam os bancos escolares, porém a realidade parecia muito mais distante disso. Perceval é retratado como um cavaleiro puro, que gradativamente vai abandonando todos os pecados até se tornar o Guardião do Graal, ou seja, um paralelo com a vida que um bom cristão deveria possuir. É uma história, basicamente, catequética, tendo inclusive passagens da Bíblia, fora outras referências cristãs.
Outro fator que pula aos olhos é o papel que é atribuído às mulheres. Elas são retratadas de maneira secundária, sendo somente Brancaflor, esposa de Perceval, que aceita esposá-lo porém não consumir o matrimônio, tendo algum destaque. Além da mãe de Perceval, porém apenas no começo da história. Nem a rainha Guinevere é relevante para a narrativa, apesar do rei Arthur aparecer diversas vezes, o nome de sua consorte, salvo ledo engano meu, não é mencionado nenhuma vez. Aqui não há Morgana, a Fada, a Dama do Lago, ou qualquer outra personagem feminina, exceção à Brancaflor, de peso e profundidade.

É interessante como as leituras contemporâneas da Matéria da Bretanha alterou seus significados e o próprio cerne da história, dando um tom místico e mitológico para algo que era puramente teológico e moralizante, não moralista. Sinais de uma época pouco racional? Talvez...

O que temos então? Temos o retrato de uma sociedade basicamente masculina, violenta, afinal todos os conflitos são resolvidos na base do duelo e do combate, e às franjas da consolidação do poder eclesiástico. Perceval passa de um ser totalmente ignorante e pagão, aqui usado no sentido de não fazer parte da fé cristã, até se tornar monge e Guardião do Graal, e ser referenciado quase como um santo. Ou seja, uma pura demonstração de como a fé em Cristo e na sua Santa Igreja leva o homem, não como espécie, como gênero, para um mundo melhor, ideal e sem a dor e o pecado.

Claro que isso é apenas uma leitura possível de tal história, que por si só, como narrativa, se suporta sem os significados que uma leitura mais intelectualizada possa lhe atribuir. A história é muito boa, cativante e edificante. Sua universalidade, ou digamos, ocidentalidade, torna a sua leitura quase que obrigatória para aqueles que buscam entender de onde viemos e como a nossa sociedade foi construída com o passar dos anos. Outro atributo digno de nota é a tradução, que respeita os termos originais e de época, sem saltar nenhuma apropriação de vocábulo sem o sentido para a época.

site: http://brunorosa82.blogspot.com.br/2014/03/perceval-ou-o-romance-do-graal-chretien.html
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Luiza 25/07/2013

Belíssimo Documento sobre o Graal!
Adorei o livro! O prefácio e as notas ao final dos manuscritos reunidos ali esclarecem muito sobre a Demanda do Graal. Gostaria de ler em língua francesa para me aprofundar no assunto, pois a maioria dos documentos são franceses (sem tradução em português).
Seguem alguns trechos que me chamaram atenção:
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"O Graal é ora é um prato fundo, ora uma pedra. Em seu livro sobre a lenda do Graal, fundamentado nas pesquisas de C. J. Jung, Emma Jung demonstrou que os dois símbolos são conexos. Ao graal-vaso, cálice que recolheu o sangue de cristo, correspondem os signos mitológicos da cornucópia da abundância, do caldeirão mágico dos celtas, da taça dos gnósticos. Acrescento o Cesto de Elêusis. Vasos miraculosos que alimentam o corpo e a alma. Quanto à pedra caída do céu, vamos reencontrá-la no vocabulário da alquimia. É o símbolo da reconciliação dos contrários. Para a alma medieval, atormentada pelo problema do mal, a Pedra do Graal é um símbolo de esperança, o sinal da nova promoção, da irrupção do divino no âmago do humano."
* Armand Hoog, em prefácio para o livro "Perceval ou O Romance do Graal", de Chrétien de Troyes.

O tema do Graal é ao mesmo tempo oriental, céltico e cristão. A bacia sagrada que devolve a vida aos mortos, o Rei Pescador, a lança, a terra enferma, o reino do outro lado do mundo: imagens equívocas e obscuras como o destino do homem. Quando, do fundo das idades, afloram as consciências individuais, estas as interpreta de formas diferentes. Porém, aos olhos do homem, o mito continua a ser a reencarnação de uma sabedoria superior e sagrada, velha como a espécie. Quando os sonhos individuais assumem dimensões mitológicas, vemos a imagem fálica da lança, símbolo elementar da vida, surgir ao mesmo tempo na dança dos curetes, na tradição irlandesa da «bleeding lance», no bastão imemorial do tarô, nas cerimônias do rito de greco-bizantino, na magia mediaval, nos remanescentes folclóricos atuais da Cornuália e das ilhas Shetland. Admiro, então, não como um contrassenso, mas como uma correspondência, que a imaginação cristã do século XIII tenha reconhecido na lança pagã que sangrava ininterruptamente o instrumento da nova redenção, a arma de Longino transpassando o flanco de Cristo.
* (prefácio de Armand Hoog para o livro de Chrétien de Troyes, "Perceval ou O Conto do Graal")

O cristianismo vai ao fundo das imagens coletivas do ciclo arturiano recuperar, para uso próprio, a taça, a lança, o prato e a espada. Batiza a taça de Graal, põe uma gota do sangue de seu Deus na ponta da lança antiga. A procissão dos mistérios é santificada. O local de iniciação passou a ser o Castelo - Castelo Aventuroso, Castelo do Rei Pescador, Castelo de Cobérnic. Tudo isso sem maldade, é verdade. Entretanto há algo de novo. Ao se tornar cristão, o mito ficou mais rico. Depois de passarem pelo ciclo arturiano, nunca mais os símbolos da libertação humana serão raramente os mesmos.
* (prefácio de Armand Hoog para o livro de Chrétien de Troyes, "Perceval ou O Conto do Graal")

"Quando natureza e coração se juntam, nada mais é difícil".

O amor tem tão grande império sobre os que domina e inspira que eles nada ousariam recusar do que lhes é ordenado.

"Muitos dos beijos que recebeu ele dispensaria facilmente. Mas quando um homem é desejado com era sire Gawain, cada uma toma o que pode, mais do que ele quer; porém como se defender?" - ("Manuscrito de Mons", parte da Vulgata dos romances arturianos / continuação de "Perceval ou O Romance do Graal", de Chrétiens de Troyes)

Perceval deixou Brancaflor com o coração mais triste do que ela poderia imaginar. Concentrado em seu objetivo de grandeza e valor, ele se proibiu qualquer repouso, qualquer esquecimento ou sonho. A própria ventura que Brancaflor representa parece-lhe abandono do dever. (Texto de Gerbert de Montreuil, século XII, parte da Vulgata dos romances arturianos - continuação de "Perceval ou O Romance do Graal", de Chrétiens de Troyes)

Perceval está deitado, porém dorme mal. Sonha que está deitado sobre um ninho de répteis, que incomoda com seu peso e que fervilhavam sob ele. Depois ouve uma voz melíflua que canta: "Onde encontrarei meu meigo amigo?". É um pesadelo que o desperta. Sente como se exalasse um vapor. Abre os olhos e vê a mais linda mulher que homem possa encontrar na terra, mas que se curva sobre ele como um demônio, bela, perigosa e perturbadora:
- Perceval, gentil amigo, como fazes mal a meu corpo! Há mais de um ano te procuro e até agora não sei se terei recompensa! Sou filha do Rei Pescador. Vou te revelar todos os segredos que inda ignoras. Amo-te e desejo-te tão intensamente que desvendarei a verdadeira razão da Lança mágica e do Graal nutritivo, contanto que deites comigo e proporciones meu deleite.
...
Perceval porém responde:
- Certo que estás louca, ou viveis de galanteria! Não desejo vosso deleite, pois sois falsa apaixonada. É indigno de uma jovem tão bela atirar-se a novos amores. Pensei em Deus e em honra e na Cruz onde Ele pendeu!
Traçou então o sinal-da-cruz, e o Inimigo em fuga fez um barulho horrível, com tal tempestade que não houve nos bosques, meia légua ao redor, ave nem fera que não sentisse mortal pavor. Perceval entendeu que novamente tivera afazer com o Demônio. Tirou a espada da bainha e com a ponta desenhou um grande círculo no chão, ao redor do cavalo e da cama. Depois recolocou a espada na bainha, tornou a deitar e finalmente dormiu em paz.
(Texto de Gerbert de Montreuil)

"É preciso saber que no leito de Perceval colocaram um rico edredom feito de plumas escolhidas pela fada Brangemal na ilha de Guernemue, e quem deitar sob ele nunca terá gota, nem fogacho ou mal algum, e o coração permanecerá fiel a seu amor." (* texto de Gerbert de Montreuil, parte da Vulgata dos romances arturianos, continuação de "Perceval ou O Romance do Graal", de Chrétiens de Troyes, séc. XII)
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