Lobo de Rua

Lobo de Rua Jana P. Bianchi
Jana P. Bianchi




Resenhas - Lobo de Rua


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Camila 09/01/2016

Leia!
[Resenha completa no blog The Nerd Bubble]
O foco da história é Raul, um recém-transformado lobisomem enfrentando a dura realidade de ser morador de rua e agora licantropo, o que já não é fácil por si só. A transformação é horrivelmente dolorosa e ainda pode te levar a comer coisas indigestas - tipo pessoas. Tito Agnelli, lobisomem experiente, se apieda da situação do guri, o acolhe e tenta ensinar-lhe o básico para lidar com essa nova realidade. Além dos ensinamentos, é Tito quem apresenta Raul à Galeria Creta, um local seguro para passar as noites de lua cheia (sem comer ninguém). Mas tudo tem um preço, é claro.

O que mais gostei em Lobo de Rua e na escrita da Jana é o realismo; sempre fui da opinião que a verossimilhança é o mais importante quando escrevemos fantasia - ou seja, não é porque a história tem magia ou zumbis que as leis da física devem ser ignoradas e os mortos-vivos possam andar pelo teto (a não ser que seja o zumbi do Homem-aranha, aí talvez). Enfim, em Lobo de Rua tudo é cruelmente plausível e real do começo ao fim (especialmente no fim). Aqui não há lugar pra contos de fadas - o sobrenatural existe e não é coisa de criança.

Além do realismo, Jana tem um estilo de escrita bonito, técnico sem ser enfadonho, bem-humorado e sombrio em medidas proporcionais e nos momentos adequados. Eu ri, me emocionei, chorei e me contorci um pouquinho com a dor dos personagens. E isso é um baita elogio!

Por falar em personagens, não há o que reclamar. Tito e Raul são ambos profundos e muito bem construídos. Isso é, a propósito, outro elogio à autora: não deve ser fácil escrever tão bem um menino de rua, sendo que essa é uma realidade que conhecemos (em geral) superficialmente. Sei que Jana pesquisou bastante para criar Raul e isso reflete na história - eu acreditei na dor e nas ações dele, em sua humanidade. Tito, ao contrário de Raul, é um cara vivido e bem mais velho do que parece. Imigrante italiano, ainda usa algumas palavras no idioma nativo (o que eu acho uma graça, pra ser honesta). Também é uma graça e muito tocante o que passa na cabeça dele ao se relacionar com o garoto, tão sofrido e tão sozinho. Os outros personagens - a cigana Soraia, Téo e sua amiga, e o Minotauro - são tão reais quanto os outros, apenas não recebem tanta atenção na novela, o que será sanado em A Galeria Creta, eu espero.

Tendo apenas 112 páginas, alguns poderiam duvidar que a história seja satisfatória. Pois não duvidem; Lobo de Rua cumpre muito bem seu papel de prequela, deixando "pontas soltas" para o próximo livro, mas consegue também "resolver os assuntos" da própria novela. Não posso falar mais nada para não arriscar dar spoilers, porque tu NÃO vais querer estragar a experiência, então vou deixar apenas minha recomendação: se tu gostas de fantasia urbana, faça um favor a ti mesmo e leia Lobo de Rua.

site: http://mynerdbubble.blogspot.com.br/2016/01/review-lobo-de-rua-jana-p-bianchi.html
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Igor 15/06/2017

Jana manda bem
Bem, não sei ao certo o que dizer de Lobo de Rua além de que gostei. É, certamente, uma leitura que me agrada, principalmente pelos pequenos momentos que me fizeram dar aquele sorriso de canto de boca e pensar "É, mandou bem". A obra é criativa onde tem de ser e satisfaz, sem dúvida, um bom amante da literatura fantástica. Há um ou outro ponto mais delicado no enredo e tive a impressão de que determinados elementos mereciam mais tempo de desenvolvimento, mas isso não torna a história ruim de qualquer maneira que seja.
Aguardo ansioso pelo próximo volume da Galeria, e espero que sinta o mesmo ao terminar esta leitura.
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Vilson 25/01/2016

Para além de luas cheias e balas de prata.
Sempre que preciso avaliar um livro, me vejo diante de um dilema: apreciar como teórico ou como diletante?

Isso faz muita diferença, pois o pomo de ouro da análise estética é justamente ser capaz de analisar objetivamente coisas que você não gosta (mas entende que são bem construídas) e apontar erros (ainda que doa) em coisas que você gosta; o segundo, por sua vez, é o leitor que mede uma narrativa com sua régua customizada: o gosto. O teórico avalia clinicamente; o diletante só quer se apaixonar por um livro. O primeiro precisa que o livro lhe proporcione um almoço de bom tamanho; o segundo exige uma noite de amor com luz de velas, pétalas de rosa e Marvin Gaye de trilha sonora.

Com Lobo de Rua, não passei por esse dilema. Me apaixonei pelo livro tão logo comecei a leitura, e ainda tenho dificuldade em encontrar nele problemas de formais ou temáticos. É talvez o livro mais "sabonete" que li em 2015. Melhor que isso: é um livro sobre lobisomens, que se passa em São Paulo e eu, que morro de medo de narrativas de terror e suspense e costumo não gostar de fantasia urbana, grudei obsessivamente nele.

Em Lobo de Rua, Janayna Pin nos apresenta um mundo profundamente sinestésico - cada textura e odor nos é descrito com riqueza de detalhes, e isso quase nunca é agradável, mas é satisfatório pra p*rra.

Neste mundo pitoresco, a licantropia é uma triste realidade, uma aflição, uma doença. Aqui, não podemos esperar por lobisomens completamente "alterizados" - nós os vemos, em sua forma humana, lamentando o que fazem quando se tornam monstros sob a influência da lua cheia: sim, eles se arrependem e tentam se controlar - o que não é possível.

Por outro lado, também não podemos esperar "monstros conscientes" aqui - ao contrário da opção de muitas narrativas de horror e ação mais recentes, os lobisomens descritos por Pin, tão logo estão transformados, são tomados pelo que há de mais básico em seus seres e se rendem por completo à fome e à libido. Nada pode parar seu avanço animalesco contra o que estiver em seu caminho.

Neste contexto, somos apresentados ao jovem morador de rua Raul (com um nome estranhamente onomatopaico) e ao italiano expatriado Tito, e só eles importam para esta análise. Não me entenda mal, outros personagens são apresentados, com destaque para o Minotauro, um ser mitológico que rege um submundo fantástico sob São Paulo - ele é uma mistura dos personagens interpretados por Tom Wilkison em Batman Begins (Chris Nolan, 2005) e Denzel Washington em Dia de Treinamento (Antoine Fuqua, 2001), sem contar a cabeça de bovino, evidentemente.

Entretanto, "carisma macho" à parte, dois terços do livro enfocam as interações entre o italiano e o menino, enquanto o primeiro tenta educar o segundo a respeito do que é ser um lobisomem - em suma, uma vida amaldiçoada e desprovida de romantismo, uma vida cujas dores psicológicas e físicas Pin descreve com muito detalhe clínico e nenhuma misericórdia. Sentimos, junto aos dois pobres diabos, o desconforto das mandíbulas em plena expansão e de um rabo brotando na base da espinha.

Aliás, falando em carisma macho, é curioso notar que a autora criou um universo extremamente masculino aqui. Há apenas duas personagens femininas, e embora ambas sejam motores tão essenciais para a trama quanto os demais, são nitidamente obscurecidas. O próprio Tito observa que ser lobisomem é uma condição irremediavelmente masculina, sem qualquer poesia ou romantismo. Com efeito, o mundo que a autora criou reflete isso duramente: um mundo de suor, acotovelamento no transporte público, feridas abertas e sanduíches de mortadela.

Mas nem tudo é presente em Lobo de Rua, e este é um de seus maiores trunfos. Pin estabelece uma história para além da história, brindando o leitor com migalhas de um suposto passado. Pelos olhos de Tito temos um suave vislumbre do que se passou em outras épocas deste, que é um mundo real, mas um tipo de real 2.0.

Problemas? Um só. Janayna Pin não é uma leitura fácil. A autora tem vocabulário e não poupa o leitor de descrições meticulosas. As descrições são tão meticulosas, na verdade, que em muitos momentos parecem saídas de um relatório médico/policial. Leitores que apreciem ação em colheradas fundas também encontrarão dificuldade com este livro de lobisomem - não há lutas ou perseguições. Trata-se, enfim, do drama de dois caras que sabem que são doentes e fazem o possível para enjaular sua doença, de forma que não venham a ferir ninguém. Se você não chorar ao fim dessa narrativa, me parece provável que você não seja capaz de chorar com muitos livros.

Quando digo que esses pontos são problemas, quero dizer que são problemas para certos tipos de leitores. Para mim, que aprecio narrativas de experiência, de ponto de vista e de busca de identidade, foi um belo de um banquete.

E, além do mais, lendo essa pérola, me senti indo mais uma vez a São Paulo, cidade que amo como só um paranaense interiorano e deslumbrado seria capaz de amar. Não tem como não gostar desse livro.
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Dudu 10/02/2016

Pena que acaba rápido
Fico muito feliz de ver como a fantasia nacional está bem servida.

O livro é ótimo e retrata muito bem como é a vida de um morador de rua em uma cidade grande. Nos faz refletir bastante sobre a vida de pessoas que não possuem nada, que vivem todos os dias sem perspectivas.

Tudo isso recheado com uma raça lendária: Lobisomens! Esse tipo de criatura aparentemente funciona muito bem na fantasia urbana, nunca li outros livros do gênero, mas me lembrei de quão bem funcionou no jogo The Wolf Among Us da Telltale. A escrita é maravilhosa e nos faz sentir as dores e aflições dos personagens.

O único defeito na minha opinião é que acaba rápido.

Por mais que eu entenda que a história que autora quis contar não precisasse de muito mais páginas do que o livro possui, gostaria de mais um tempinho nesse universo para conhecê-lo melhor. Que venham mais livros!
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Horroshow 13/02/2016

Resenha por Marina Borges (Blog Horrorshow)
Eu andava um pouco desanimada com livros nacionais depois de uma péssima experiência que contei aqui no blog, até que encontrei a Janaína e o livro Lobo de Rua em uma das maravilhosas avenidas dessa cidade imensa chamada Facebook. A moça é de Paulínia – SP, bem pertinho de casa, e estudou na UNICAMP, onde eu estudo, melhor universidade, óbvio. O curso dela você jamais adivinharia: Engenharia de Alimentos. Como engenheira não sei, mas como escritora está mais do que recomendada!

Lobo de Rua é, na verdade, um prólogo, uma introdução à história da Galeria Creta. Eu, pra variar, não sabia disso quando me interessei pelo livro, até porque adoro procurar algo sem saber absolutamente nada sobre a história. Raul é um jovem morador de rua que está passando por algumas mudanças muito desagradáveis em sua vida. Toda lua cheia ele descobre a maldição que o transforma em um lobisomem. Por conta das características dessa maldição bem peculiar, encontra Tito, um lobisomem bem mais velho do que ele, que o dá abrigo e algumas direções. Temos outros personagens, como Soraia, uma cigana com um olho de cada cor, e o Minotauro, dono da Galeria Creta. O que exatamente eles são? Infelizmente também não descobri ainda.

(... Continue lendo no link abaixo)

site: http://bloghorrorshow.blogspot.com.br/2015/12/lobo-de-rua-jana-p-bianchi.html
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Aline - @vivendoepifania 06/03/2016

Fantástico!
Hoje eu vim falar de mais um livro fantástico da nossa literatura nacional. Lobo de rua é um prelúdio para a série A Galeria Creta (ainda não lançada) de Jana P. Bianchi.
O livro teve seu lançamento de forma independente em 2015, e conta a história de Raul, um jovem que vive nas ruas de São Paulo, e que de repente passa a sentir estranhos incômodos físicos. Seu problema? O jovem é portador da licantropia, que agora está se manifestando. Espasmos de dor, manifestação de uma ferida sem que houvesse se machucado, pressão no maxilar… Esses são só alguns dos males que lhe afeta nas noites de lua cheia, mas o pior é sentir que algo violento e selvagem está aprisionado dentro de si, e ele nada pode fazer.
Em sua primeira noite como um lobisomem, não fazia ideia do que estava acontecendo, mas atraiu a atenção de Tito Agnelli, um senhor italiano também portador da licantropia, que lhe acolhera com carinho, sem se preocupar com a vida que Raul levava.
Tito entende tudo sobre sua maldição – como costuma chamar – e passa todo seu conhecimento para o jovem que lhe despertara a compaixão.

"O garoto sentiu uma súbita vontade de chorar. Engoliu o ímpeto imediatamente, acostumado pela vida nas ruas a nunca demonstrar fraqueza. Franziu mais as sobrancelhas.
– Como? – perguntou, sem saber exatamente o que queria ouvir.
Tito suspirou.
– Você foi contaminado, filho – sentenciou, sério. – Agora, é um lobisomem."

A partir daí Lobo de rua começa a se desenvolver ainda mais, e somos apresentados a esse universo fantástico que acontece dentro de nossa própria realidade. A narrativa de Jana é forte, detalhista e em alguns momentos até bem chocante.
Por ter essa característica de iniciação no mundo da Galeria Creta, o livro, em certos momentos, dá a impressão de ser uma grande apresentação, ou prólogo, para algo ainda maior. O que é definitivamente um ponto positivo, porque atiça a curiosidade e faz com que desejemos não apenas chegar ao final, mas ler o restante da série também.

Vamos aos personagens principais. Mesmo contando com poucas páginas, captamos a essência dos dois personagens que estão em foco nesse livro. Raul é apenas um jovem maltratado pela vida, com seus próprios traumas e inseguranças. Com uma personalidade quase arisca, o jovem desperta não só a piedade de Tito, como a do leitor também. É um personagem extremamente real em sua situação de vida, mesmo dentro de uma fantasia.
Tito Agnelli também possui um jeito meio calejado por se encontrar há anos na condição de lobisomem. Com ares um tanto paternais pelo jovem protagonista, o italiano cativa nosso carinho desde sua primeira aparição. Mesmo que as vezes seja um pouco explosivo, Tito transmite uma confiança, e força sem tamanho ao longo do enredo.
Coadjuvantes vão surgindo, e também nos deixam intrigados, querendo saber mais sobre a história. Como por exemplo, a cigana Soraia que chama atenção nos poucos momentos que aparece.

Lobo de rua é intenso, real dentro de sua fantasia, e muito cativante. Recomendo, e estou bem ansiosa para a continuação!

Mais resenham em:

site: http://universotacito.blogspot.com.br/
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Laís Helena 24/05/2016

Resenha do blog Sonhos, Imaginação & Fantasia
Lobo de Rua introduz o leitor ao universo de A Galeria Creta (livro ainda em processo de escrita) nos apresentando a Raul, um jovem morador de rua com uma condição que torna sua vida ainda mais difícil: a licantropia. Porém, ele é acudido por Tito Agnelli, que, até onde se sabe, é o único outro lobisomem que habita São Paulo nos dias atuais, e com a ajuda dele, compreende o que é ser um lobisomem — desde a contaminação até as consequências de abrigar uma fera incontrolável em seu interior.

Essa premissa simples se desenrola em uma trama bem elaborada, que vai aos poucos ampliando o universo apresentado pela autora, ao mesmo tempo em que deixa o leitor querendo mais, com uma surpresa no final que provavelmente abre caminho para a provável premissa de A Galeria Creta. E, falando em universo, apesar de apenas alguns pequenos detalhes terem sido apresentados nesta novela, vê-se que ele foi muito bem construído: os lobisomens, a Galeria Creta e diversos seres fantásticos (como vampiros e videntes) que foram citados rapidamente na história foram mesclados de forma tão coerente com um cenário real (São Paulo) que não fica difícil imaginar que eles possam existir.

Outra coisa que me agradou muito foi a escrita. Livros de novos escritores (e não somente de escritores brasileiros e independentes) geralmente apresentam a escrita um pouco imatura, muitas vezes relatando a história em vez de mostrá-la e deixar que o leitor a sinta, mas isso não aconteceu com Lobo de Rua. A narrativa apresenta todos aqueles detalhes necessários para me fazer sentir como se estivesse vivendo uma história, ao mesmo tempo em que é fluída, fazendo as páginas se virarem sozinhas (li toda a novela em uma única “sentada”). O único ponto negativo que eu poderia citar é que faltaram descrições, tanto de lugares famosos de São Paulo quanto da Galeria Creta.

Os personagens são poucos, mas bem construídos. Ainda que as motivações de alguns deles não tenham ficado claras, ou que o mistério tenha se mantido, é possível perceber que existem. Além disso, a maneira como a autora retratou seus dramas (especialmente os de Raul, um menino de rua) os tornou mais críveis e humanos.

Também destaco a maneira como foi abordada a licantropia. Podemos reconhecer o mito do lobisomem, que nesta história também se transforma com a lua cheia, mas a autora inovou na forma como a licantropia é transmitida, e também em alguns detalhes sobre as consequências de se transformar em um lobo todo mês. Não falarei muito sobre isso para não estragar a surpresa.

O final encerra essa história de maneira que, embora não previsível, soou adequada à trajetória de Raul. Ao mesmo tempo, deixa algumas pontas em aberto, encaminhando o leitor para as histórias que estão por vir e fazendo-o ansiar por elas. A revisão é impecável, e todo o cuidado de Jana com os aspectos da obra (que possui excelentes ilustrações) nos prova que a publicação independente é uma alternativa, e não a falta dela.

site: http://contosdemisterioeterror.blogspot.com.br/2015/07/resenha59.html
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marcosm 16/06/2016

Uma grata surpresa
Tenho que começar dizendo que não curto lobisomens e afins. Dito isto, gostei bastante de Lobo de Rua. É uma história curta, bem contada e acho que o grande acerto da autora foi focar no essencial. Não se perde tempo com descrições longas, contextualizações, etc. O escopo do livro é bem pequeno, poucos personagens, mas muito bem explorados. Gostei do Raul, mas gostei mais do Tito. O final é surpreendente e deixa abertos muitos caminhos que podem ser explorados em outras obras.
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Maria Santos 07/08/2016

Leitura muito mais do que recomendada! (#QualquerCoisaLTDA)
Acredito que a Stephenie Meyer deveria dar uma lida nessa novela, assim não faria lobisomens tão meigos e vampiros tão fofos que nem causam medo. Ok. Não vamos julgar os outros autores.
Jana tem um estilo bem legal ao narrar os fatos, que independente de onde estejamos, vemos as coisas que narra, acontecerem de fato. Meninos abandonados à própria sorte. Homens, mulheres e crianças que são julgadas como marginais pela população, o qual muitos são destinados a caminhos errôneos e que não conseguem submergir para condições melhores. É uma leitura que nos faz refletir certos modos, certas situações e certos conceitos que temos. Uma ótima leitura!
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Tamires 02/12/2016

Lobo de Rua, de Jana P. Bianchi
Sinopse: “Raul é um morador de rua, um homem invisível e desgraçado como tantos os outros. Como se sua desgraça não fosse suficiente, Raul contrai a maldição da licantropia, tornando-se um lamentável lobo de rua. Tito Agnelli não compartilha do abandono de Raul, mas conhece muito bem a sensação de ser rasgado por dentro, todos os meses, pela coisa vil que se abriga nele. Assim, compadecido com o sofrimento do recém-transformado, Tito acolhe Raul na Alcateia de São Paulo, extinta até então por falta de lobisomens residentes na Pauliceia. Depois de décadas de contaminação, Tito conhece cada detalhe da maldição que o transforma em lobisomem. Além disso, conhece também a Galeria Creta, um lugar em São Paulo onde ele e outros dos seus são bem vindos nas noites de lua.

Basta pagar o preço.”

Lobo de Rua, da autora Jana P. Bianchi, é o mais novo lançamento da Editora Dame Blanche, disponível para compra em e-book na Amazon e em outras plataformas online. Aqui, conhecemos o jovem Raul, um menino de rua que transforma-se em lobisomem e não sabe lidar com mais esse problema em sua vida. Surge, então, Tito, um imigrante italiano, lobisomem experiente, que se dispõe a ajudar o garoto em sua nova realidade.

Jana P. Bianchi ambienta sua história de lobisomem em São Paulo, e isso é maravilhoso! A autora mostra que sim, é possível escrever fantasia de qualidade sem usar como cenário a Europa ou algum lugar fictício que claramente situa-se no velho mundo. Lobo de Rua é uma história envolvente, portanto, de leitura rápida, que consegue nos deixar próximos não só do sofrimento de Raul, mas também de sua realidade, como um menino desabrigado e a margem da sociedade brasileira.

“ – Vixe – lamentou Raul, seu instinto alarmado e preocupado pelo simples conceito de antagonistas à sua nova raça. – Espero mesmo não ter atraído um caçador. Não sabia de nada disso.

– Ah , não, garoto, acho que cheguei a tempo desta vez. Quando senti você no mês passado, tratei de monitorar a Folha, o Estadão, a Globo.com. Não saiu nada muito óbvio, fica tranquilo, você foi até que bem discreto. E, de todo o modo, não temos mais nenhum grande caçador residente em terras brasileiras. O último, Onofre Fagundes, morreu no início da década de oitenta, em uma expedição de caça na Floresta Amazônica, mordido por uma das mais malditas criaturas dos infernos.

– Por um lobisomem? – Perguntou Raul.

– Não…

– Vampiro, então?

– Não, pô. Por um mosquito – disse Tito, dando uma risada amarga e rouca. – Malária, vê se pode. Uma ironia dos caralhos, não?”

A edição da Dame Blanche traz, ainda, uma breve entrevista com a autora, da qual, aliás, já virei fã. Posso dizer, pela primeira vez, que adorei uma história de lobisomem. Já quero mais.

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-lobo-de-rua-de-jana-p-bianchi/
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Francis.Graciotto 09/12/2016

Ótimo livro!
Lobo de Rua foi uma leitura rápida, mas entregou tudo o que eu esperava e um pouco mais. A história toda é ambientada em São Paulo, misturando lugares reais com fantasia, e os personagens são muito fáceis para o leitor se identificar. Apesar de Lobo de Rua ser uma história completa, a autora apresenta um universo que me deixou com vontade de explorar além. Quero mais histórias da Galeria Creta!
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mouemily 18/01/2017

Lobo de Rua é brutal.

Praticamente todos meus amigos sabem que lobisomens são meus monstros favoritos. Coloco minhas mãos em qualquer coisa que tenha essas criaturas - e volta e meio acabo assistindo ou lendo filmes, seriados e livros terríveis em tudo quanto é sentido. Mas Lobo de Rua foi, justamente, uma daquelas obras que fazem valer a pena esse meu desespero. Do nível pular direto pros primeiros lugares na lista logo que li as primeiras páginas.

O primeiro livro (ou novela) de A Galeria Creta tem uma escrita muito boa. As descrições são tão detalhadas que você se sente dentro da ação. Cada capítulo é iniciado com um trecho de um livro do universo que explica a licantropia da melhor maneira possível, o que por si só já prepara o leitor para o que está por vir. Ainda assim, esse não é um dos tópicos que eu mais gostei no livro. O que eu amei mesmo, de verdade, do fundo do coração (que doeu muito lendo esses 14 capítulos) foi a construção do monstro lobisomem. Em pouca mais de uma hora de leitura, Jana consegue explicar e expor a licantropia de um jeito maravilhoso sem soar didático. Mesmo quando Tito, o lobisomem mais velho, explica a licantropia para Raul, o recém-transformado, a conversa dos dois é tão verossímil e real que você não se sente um aluno em uma aula chata ouvindo um professor mecânico. Os palavrões e as reações de Raul a cada nova descoberta eram deliciosas, mesmo sendo de cortar o coração. E a transmissão da licantropia como a de uma doença sexualmente transmissível foi uma mudança inesperada e chocante nessa mitologia.

Os poucos personagens que aparecem também são incríveis e nos deixam cheios de curiosidade. Raul, o protagonista, me destruiu. Tito, o italiano centenário, é tão bem escrito que eu mal posso esperar para ler mais sobre ele. Minotauro, Téo e Soraia, então, nem se fala. Mesmo não sendo o foco dessa história, dá pra ver que eles ainda têm muito a nos contar. E eu mal posso esperar pra descobrir mais, principalmente quando lembro das referências a vampiros e chupa-cabras.

Fantasia urbana é um dos meus gêneros favoritos e, quando ela é tão bem feita e ainda por cima tão brasileira, a única conclusão é que eu vou amar - mesmo não sendo grande fã de lobisomens sanguinários e sofredores como os de Jana (muito menos dessa história de que mulheres não podem se transformar).
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Taverneiro 11/04/2017

Licantropia nos becos de São Paulo
...
O livro conta a historia de Raul, um menino de rua afligido pela maldição da licantropia. Vamos acompanhando as primeiras transformações dele, até que ele é encontrado por um lobisomem muito mais experiente, Tito, que o ajuda nos pormenores da transformação e explica para ele o “submundo” em que agora ele está envolvido.

Raul é um garoto bem sofrido, e o texto não esconde isso em nenhum aspecto. Ele já sofria antes pela vida nas ruas e com a maldição isso só se agravou. O texto da Jana explora muito os sentidos do leitor, com cheiros, toques e sons, sem fazer uma leitura descritiva pesada. Conforme vai lendo, você acaba sentindo os cheiros, as dores e alegrias sem parecer que você leu aquilo tudo, como se o texto não saísse das folhas para a sua mente, e sim te puxasse para dentro da cena. Isso é muito bom para demonstrar o sofrimento de viver nas ruas, e a grotesca transformação em lobo, movendo ossos e esticando a carne. A autora faz isso sem transformar a historia em um horror gore, e toda essa graça é um dos pontos fortes do livro, na minha opinião.

A partir do momento em que Tito chega, Raul se torna o personagem ouvinte, acompanhando o leitor na apresentação de toda a mitologia por traz dos lobisomens e um pouco do mundo fantástico além do mundo normal. A história se revela como sendo de mestre e discípulo, onde daí para frente vai se explorando mais a relação de Tito e Raul.

O livro vai crescendo de um drama com a situação de Raul para algo mais voltado a fantasia urbana, lá para o finalzinho apresentando relances de uma história a mais, com a apresentação da cigana, o minotauro(!) e sua Galeria Creta (um tipo de ponto de encontro para as coisas mais “fora do comum”), isso tudo indo muito além de Raul. Mais são apenas alguns detalhes que provavelmente a autora vai explorar em livros futuros.
...
Eu achei que a história se perde um pouco nas nuances emocionais. Partindo de um drama com lobisomem para uma fantasia urbana, os temas não são mostrados com a profundidade que eles mereciam. O que é uma pena, pois no pouco que foi retratado no livro, já ficou claro a habilidade da autora. Esse tratamento rápido provavelmente se deve ao fato do livro ser extremamente curto, não chega nem a 100 páginas, deixando a obra com um gosto de prologo, o que é uma pena.

Enfim, é um livro bem escrito, com bons personagens e claramente um universo inteiro por trás a ser explorado. A minha principal “critica” é que tem pouca história, e eu queria mais, o que deve ser um bom sinal né XD. O que eu li só me deixou curioso de ver um livrão de 600 páginas escrito pena Jana, que com certeza seria algo memorável. ^^

site: https://tavernablog.com/2016/12/13/dica_da_taverna_lobo_de_rua_originalidade_nas_ideias/
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Luigi 20/04/2017

O Lobo te aguarda na Galeria Creta
Cara, que livro incrível! Uma história de fantasia urbana poderosa na grande São Paulo. Uma visão interessante do mito do homem-lobo, com uma maldição silenciosa que passa através de outra coisa que não uma ferida. O nascimento e um gene adormecido que está só a espera de alguma coisa para ativá-lo. Muito bom.

Raul é um garoto de rua, perdido na grande selva de pedra e sem qualquer visão de um futuro decente… Ou sequer de um futuro. Um garoto que sofre, agora, com a maldição da lua. E ele sequer sabe o que está acontecendo. Ele sequer sabe o que é um lobisomem de verdade, apenas ouviu uma ou outra história pelas ruas, mas nunca imaginou que fossem verdadeiras.

Tito, o italiano viajante, será seu mentor nessa aventura. Nesse rito de passagem que determinará quem ele é e quem ele deixará de ser. O que deve fazer, qual é seu desejo. O que ele tanto anseia. Ah, que relação maravilhosa. Almas perdidas que se encontram e guiam-se juntas. Uma relação de pai e filho que nunca se viram ou sequer foram cunhados pelo sangue. Pai e filho. Amigos. Uma família, uma alcateia.

A autora contou uma história fantástica de um lobisomem brasileiro. Compartilho com ela a paixão pelo mito do lobisomem, pela história dos eternos, mas confesso que costumo vê-los como abençoados e não amaldiçoados, mas todas as visões são válidas. A história muda conforme o lugar e Bianchi nos contou a sua.

site: https://diariolunar.wordpress.com/2017/04/11/resenha-lobo-de-rua-jana-p-bianchi/
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