Sara 13/07/2022
Nanette Blitz Koning nasceu no dia 6 de abril de 1929 em Amsterdã, capital da Holanda, filha de um pai holandês e mãe sul-africana. Sua mãe, chamada Helena, antes de se casar trabalhou como secretária e seu pai, chamado Martyn Wellen ocupava um cargo de diretoria no banco de Amsterdã, era inteligente e falava diversas línguas, o irmão mais novo, chamado Willem, morreu de problemas cardíacos com 4 anos de idade, um problema com o qual nasceu e seu irmão mais velho de 16 anos, chamado Bernard Martyn, era quieto e conservador, diferente de Nanette que com 14 anos, gostava de praticar exercícios e falava com muita frequência. Tudo era definitivamente uma vida normal até Hitler impedir os judeus de utilizarem os transporte público, bicicletas ou qualquer tipo de lazer nas praças, praia ou viagens de férias e serem demitidos de seus respectivos trabalhos. Correndo para um futuro incerto, os judeus acreditavam que todos esses acontecimentos chegariam ao fim em breve, como aconteceu na primeira guerra mundial sem consequências mais agravantes. Mas é exatamente o oposto que ocorreu! Certo dia, estavam Nanette e sua família dormindo e acordaram com a gestapo revirando a casa em busca deles e assim os levaram para o campo de Westerbork: um campo menos rigoroso em questão aos demais. Até que fossem deportados para o campo de Bergen- Belsen, foram separados homens de mulheres e mesmo assim Nanette conseguia conversar com seu pai através da cerca por algumas vezes, percebeu que com o decorrer dos dias seu pai emagrecia rapidamente por trocar o único alimento que recebia no dia por cigarros para aliviar seu estresse que sentia por estar enclausurado injustamente e ainda de não poder ajudar a família. Alguns meses depois, morreu o seu porto seguro, seu querido pai. O que fazer diante de uma situação desesperadora!? Mesmo assim Nanette encontrou forças para seguir a diante por ainda ter sua mãe contigo e saber que o irmão se encontrava vivo. Passado uns dias, como seu pai morrera, foram alocadas para um campo inferior no qual tiveram mais problemas de receber comida e o trabalho aumentou drasticamente, até seu irmão ser deportado para o campo de Oranienburg, um dia antes de sua mãe ser transferida para trabalhar incansavelmente em péssimas condições na fábrica de componentes para aviões em Magdeburg. Com o decorrer dos meses, os britânicos venciam cada vez mais os alemães, até tomarem posse do campo de Bergen-Belsen em abril de 1945, "Comandado pela operação de libertação Bergen-Belsen". No momento da libertação os soldados encontraram cenas que já mais estariam preparados para lidar, a situação dos judeus era drástica, alarmante e aterrorizante. Nanette e outros prisioneiros estavam completamente desnutridos e muito debilitados. Com isso, foi transferida para o hospital em Celle, na Alemanha para tratar do tifo que contraiu na prisão. Logo depois de estar curada descobriu que tinha tuberculose e pleurite que prejudicava a capacidade de suas vias respiratórias, por esse motivo foi transferida para Santpoort, uma cidade mais próxima de Amsterdã para ser alojada em um sanatório para se tratar da doença e dos traumas psicológicos e físicos causados pelo sofrimento do holocausto, ficando por 3 anos. Depois de recuperada, foi morar com uma conhecida que tinha sido enfermeira do seu irmão Willen de 4 anos. Pouco tempo depois foi morar com seus tios na Inglaterra e mesmo assim com os traumas sofridos conseguia refazer a vida trabalhando em um banco como secretária. Quando conheceu John Koning com quem se casou e teve três filhos, Elisabeth Helena, Judith Marion e Martin Joseph. Atualmente mora no Brasil e faz palestras nas escolas e universidades, relatando os acontecimentos do holocausto, como um legado das vozes que jamais serão ouvidas novamente. Descobriu depois pela cruz vermelha que seu irmão e sua mãe morreram nos locais enviados.
Uma história triste e ao mesmo tempo de superação, uma guerreira que venceu a luta, mesmo tudo se opondo contra ela. Com toda franqueza, vale a pena ler porque nos traz de perto a cruel realidade do que a guerra representou na vida das pessoas e de como os judeus sofreram.