Bruno.Dellatorre 18/10/2020Uma grata surpresaNo início da leitura, percebi que tratava-se de uma história com ritmo mais lento. Há pouca movimentação, o que pode tornar a leitura um pouco chata para alguns. Eu não estava sentindo falta da dinâmica costumeira dos livros da autora, mas logo aceitei o ritmo da história e decidi acompanhar sem pressa, apreciando os diálogos e a atmosfera muito bem construída do enredo.
O caso em questão é um mistério intricado, que exige um tempo maior para ser resolvido. Por isso o ritmo da história é mais demorado. Se a história tivesse muita ação, as informações ficariam perdidas. Já com ritmo lento, acabamos perdendo muitas informações cruciais pra resolução do crime. No meio de diálogos rotineiros, que julgamos ser dispensáveis e chatos, são reveladas pequenas pistas.
E nem assim o leitor é capaz de desvendar o motivo e o método do crime. O assassino (ou assassina) pode ser descoberto por observação comportamental, mas ainda assim acho difícil.
No geral, é muito bem escrito, agradável e deliciosamente complexo. O desfecho se encaixa muito bem e encerra a história com chave de ouro.
Mas....
SPOILER ABAIXO. NÃO CONTINUE LENDO SE VOCÊ NÃO LEU O LIVRO AINDA E QUER LER...
Achei meio injusto que o título do livro seja ?Os relógios? visto que no fim das contas, eles não significavam absolutamente nada. É uma ironia da autora, certamente, mas não deixa de ser um detalhe digno de menção.
Pra mim, o maior plot Twist nem foi saber que a Miss Martindale era a assassina. O que me deixou mais sobressaltado foi a verdadeira face da miss Pebmarsh. Desconfiei que ela não era lá boa coisa, mas fiquei surpreso com a confirmação dessa desconfiança. Achei a personalidade dela muito fascinante. Não é uma personagem que age como esperamos. Ela até tenta pegar uma faquinha pra matar o Colin! Pra mim, ela foi a melhor personagem do livro.