Maria - Blog Pétalas de Liberdade 17/10/2016E a série continua como nos livros anteriores: MARAVILHOSA! (Resenha para o blog Pétalas de Liberdade) Olá pessoal, tudo bem? Hoje venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro "Herdeiro de Sevenwaters", escrito pela neozelandesa Juliet Marillier e publicado pela Editora Butterfly em 2015. Ele é o quarto da série de fantasia medieval (ou ficção fantástica medieval) Sevenwaters, sendo que os três primeiros já fecharam um arco da trama. Cada livro conta a história de uma personagem, não sendo continuações diretas (o primeiro é narrado pela Sorcha, o segundo pela filha dela, o terceiro conta a história da neta e o quarto traz outra neta como protagonista). Até é possível lê-los fora de ordem, mas acredito que ser mais legal ler toda a série na ordem.
"- Ah! - disse o Máscara de Cão. - O que faz esse povo de Sevenwaters amar com tanta força e determinação? Já vimos isso acontecer tantas vezes. É um sentimento tolo e perigoso, mas o que podemos fazer?" (página 382)
Clodagh é filha de Sean, o chefe do feudo de Sevenwaters. Ela tem 5 irmãs: Muirrin (já casada e morando em Inis Eala), Deirdre (irmão gêmea de Clodagh), Maeve (que mora com uma tia), Sibeal (que provavelmente se juntará aos druidas) e a pequena Eilis. A mãe das meninas está grávida novamente, uma gravidez arriscada já que ela tem uma certa idade, mas a vontade de dar um filho homem ao marido era maior que tudo. Com o estado da mãe e o casamento de Deirdre, Clodagh está fazendo o que pode para cuidar da casa e das irmãs da melhor forma possível, e ela sempre foi uma boa dona de casa.
"- (...) Aquela mulher, Willow, estava certa. Alguma coisa realmente aconteceu no mundo dos Tuatha De." (página 210)
Acontece que, após o nascimento do bebê, ele é sequestrado. Quem poderia tê-lo levado? Um chefe de outro feudo? Um ser do Outro Mundo (seres mágicos habitam a floresta de Sevenwaters)? Teria o marido de Deirdre algo a ver com isso? O pior de tudo é que os pais de Clodagh a culpavam pelo desaparecimento da criança, afinal, era ela quem estava cuidando dele no momento do desaparecimento e acabou se distraindo.
Clodagh acreditava ter uma ideia de quem poderia ter levado a criança, mas como ninguém acreditava nela, teria que partir sozinha em sua busca, indo até o Outro Mundo, povoado pelos seres mágicos. Uma jornada perigosa, na qual teria uma companhia inesperada e onde encontraria muito mais do que tinha ido buscar.
"- Você é realmente um ser raro, Clodagh, com toda essa compaixão e amor pelas pessoas." (página 332)
Comecei a ler o livro sem saber ao certo o que esperar, pois como já mencionei, o arco principal da trama já havia sido concluído no terceiro livro, e mais uma vez fiquei encantada com a capacidade de Juliet Marillier de contar boas histórias. A protagonista da vez não tinha nenhum dom especial, não era a sétima filha de um sétimo filho que precisava cumprir uma missão dada pelos seres da floresta, não era profunda conhecedora de ervas e formas de curar, não era treinada nas artes mágicas, era apenas uma garota que fazia o possível para cuidar da família e manter uma casa em funcionamento, ainda assim, Clodagh precisou ser tão forte quanto as outras protagonistas para poder buscar sua felicidade. Como nos demais livros da série, a personagem passa por grandes sofrimentos, especialmente ao ver sua própria família desconfiando dela. E também sofre a interferência dos Seres do Outro Mundo em sua vida, mas não deixa que eles tracem seu destino. O que faz a diferença é a intensidade com que Clodagh ama e acredita no amor.
Abrir um livro de Juliet Marillier é como ser transportado para um outro mundo, estar ao lado dos personagens em cada cenário onde se encontram, vendo todos os seres fantásticos que ela apresenta. Um livro de mais de 400 páginas pode ser lido muito mais rápido do que o esperado, pois além da história super interessante, a escrita da autora é muito fluida.
Sobre a edição: amo esse estilo de capa que a Butterfly usa na série, um certo tom metalizado difícil de captar com exatidão nas fotografias, há também o título em alto relevo e as letras prateadas. Há um mapa da área onde a história se passa, além da árvore genealógica da família de Sevenwaters e detalhes no início de cada capítulo. As páginas são amareladas, a diagramação tem margens, letras e espaçamento de bom tamanho. Minha única ressalva é quanto a revisão, pois faltam alguns travessões para indicar quando um personagem está falando e quando são as ações dele que estão sendo descritas, além de terem passado alguns erros, como em certo momento, onde a palavra genro está no lugar de cunhado.
Enfim, fica a minha super recomendação para que vocês leiam "Herdeiro de Sevenwaters" (e os livros anteriores da série), pois a história criada pela Juliet Marillier é encantadora, e certamente fará com que você passe bons momentos se imaginando na floresta de Sevenwaters e em todos os lugares mágicos que são descritos. Fico na torcida para que a editora Butterfly traga logo os demais livros da série para o país (preciso mencionar que o final é bem fechado; diferente dos livros anteriores, nesse não fiquei sem respostas para nenhuma questão). Leia, se você gosta de boas leituras, ótimos cenários, personagens marcantes que são capazes de tudo por amor, protagonistas femininas fortes, fantasia e muita magia!
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