Isabella.Wenderros 24/05/2022Tudo que Anne Fortier lançar, eu quero ler.Dias atuais: Diana Morgan é uma acadêmica de Oxford que procura reafirmar seu lugar naquela instituição. Especialista em decifrar idiomas antigos, sempre foi uma estudiosa das Amazonas – mesmo sendo ridicularizada constantemente por seus colegas – principalmente pela influência de sua misteriosa avó. Sua rotina segue igual até o dia que é parada na rua por um desconhecido com uma proposta absurda, mas irrecusável: ter acesso à uma escavação que vai provar, definitivamente, a existência das lendárias mulheres guerreiras. Além disso, o pagamento é excelente. Apesar dos riscos, ela decide partir em busca de respostas – não apenas sobre a longínqua história dessas pessoas, mas também sobre sua própria família.
Idade do Bronze Tardia: Mirina é uma caçadora talentosa. Quando volta para sua vila depois de passar alguns dias com sua irmã mais nova, nas florestas da região, descobre que sua mãe foi assassinada, acusada de causar a doença que dizimou os vizinhos. Responsável por uma criança e expulsa de casa, ela decide partir em busca da Deusa da Lua – uma divindade para quem foi apresentada ainda na infância e que poderia ajudá-las. A caminhada, porém, não é fácil e logo Lilli também adoece, ficando cega como consequência. Mesmo quando chegam ao templo e superam os primeiros obstáculos, o destino traz desafios que vão transformar a jovem Mirina em uma líder forte e respeitada.
Meu primeiro contato com Anne Fortier foi através de Julieta – uma experiência incrível. A estrutura narrativa entre os dois livros é bem parecida, com uma mistura entre passado e presente, entrelaçando personagens e atos que reverberam centenas de anos depois. Em “A Irmandade Perdida” a viagem no tempo é ainda maior e muitos profissionais são envolvidos na trama: arqueólogos, filólogos, historiadores, colecionadores de arte.
A escrita da autora conseguiu me transportar para uma verdadeira viagem pelo mundo tanto ao lado de Diana nos tempos atuais, quanto com Mirina e suas companheiras. Muitos mistérios abraçam não apenas os acontecimentos, mas os próprios personagens que vão sendo apresentados. Anne entrega uma riqueza de detalhes tão fascinante que parei em vários momentos para pesquisar os locais em que a situação se desenrolava e, para minha surpresa, minha imaginação não errou tanto enquanto seguia suas descrições. Para alguém – como eu – que adora ler sobre o passado e tentar saber mais sobre épocas tão distantes, a leitura é um deleite.
O romance das duas protagonistas em suas respectivas vidas me envolveu de formas diferentes, mas não é foco. Mirina é uma mulher forjada em bronze procurando por um local de liberdade para si e suas amigas, enquanto Diana busca pelo elo perdido com a incrível avó que conheceu e perdeu ainda criança. É um livro sobre a força feminina e os caminhos trilhados por muitas mulheres diferentes em circunstâncias diversas.
Particularmente, acredito que quem tem algum conhecimento sobre os mitos gregos e a Grécia Antiga vai conseguir apreciar ainda mais a experiência – o que não é o meu caso. Eu não sei nada sobre o assunto, mas acabei ficando com muita vontade de explorar o tema – mais um ponto positivo do livro!
A autora é uma artista na hora de me transportar para outros tempos e outras realidades, pintando um quadro rico em cores e texturas. Espero ler mais coisas dela em breve.