José Tiago 10/07/2018Desejo CrônicoPara muitas pessoas não é novidade Rubem Braga ser apoteótico em suas crônicas. Eu, há alguns dias, tive minha primeira experiência com a obra do autor. Sim, as críticas positivas estão certas. "Ai de ti, Copacabana" é uma obra maravilhosa e muito sensível.
Tido como um dos melhores cronistas brasileiros, Rubem Braga retrata neste livro momentos vividos no Chile e seu retorno para o Brasil. Da aspereza de "Terremoto" ao idílico de "Cordilheira". "O sol dos Incas", como relato histórico, demonstra em apenas uma página o peso da colonização e a resistência da cultura dos povos - neste caso, em especial, os espanhóis e o Chile.
O cronista, já de volta ao Brasil, nos apaixona com o mistério em " A Primeira Mulher do Nunes". A figura da mulher vai tomando proporções magníficas com a maneira que vai sendo citada no texto; " O Natal de Severino de Jesus" com uma crítica religiosa e sociocultural impactante; " O Nascer no Cairo, Ser Fêmea de Cupim", a realidade sobre a linguagem e nossa utilização dela.
O fato é que Rubem Braga desperta no leitor uma outra personificação de leitor: Com bastante entusiasmo, variações de humor e desejo em um só relato. Faz-se, assim, a beleza da crônica em seu estado máximo.