Lili 16/07/2019NojentoBom, esse livro me fez sentir raiva e nojo do início ao fim. Vamos aos fatos:
Molly, nossa protagonista é uma mulher de alma livre. Criada em boa família mas era considerada uma vergonha para os pais por seu espírito indomável. Então quando prometida em casamento a um velho rico ela prefere fugir de casa.
Molly então passou a viver como prostituta, e em pouco tempo administrava uma casa com outras garotas que também vendiam seu corpo. O lugar era pobre e o bairro também.
Agora, por outro lado temos Charles, um homem de negocios de família, bem de vida, dois filhos e uma esposa como a sociedade da época (Londres 1875) exigia: uma verdadeira dama dedicada ao lar, filhos e ao marido.
O falso moralismo e a hiprocrisia reinavam nessa época. Visto que homens casados e até mesmo padres saiam com a prostituta Molly. E o que Charles fez? Isso mesmo. Traiu sua mulher Kate com Molly.
Até ai ateeee vai. Da uma raiva de Charles, pois sua esposa Kate sentia desejo de fazer amor mais vezes com ele, mas por ser uma "dama" tentava reprimir e ocultar, visto que o mesmo ou se aliviava sozinho ou com Molly.
Aparentemente se apaixona pela prostituta, porém não vejo química alguma nas cenas deles juntos. E fica claro que ele não ama sua esposa como ela o ama, para ele o casamento são apenas aparências. Mas Charles tem essas duas mulheres: e ele é horrível com as duas. Por não gostar da esposa é distante com ela e por estar apaixonada por Molly é muito abusivo. A maior parte das cenas deles é Charles gritando, xingando ou tentando comprar a prostituta para ser somente sua. Inclusive uma das cenas é claramente um estupro: ela pede que ele saia de cima dela, esperneia e da muita aflição de ler. gente DEPOIS DO NÃO É ESTUPRO.
Então ele a leva morar num quarto alugado para ela longe do prostíbulo e a deixa sozinha na maior parte dos dias e quanto retorna temos outra cena nojenta do suposto amor entre eles é quando ele decide que quer ter um filho com ela , sem ao menos pedir o que ela quer (visto que o corpo é dela): ele avisa quando está quase gozando e sem autorização termina a relação dentro dela, aumentando a possibilidade de uma gestação. Isso que ele mal podia se dedicar aos gêmeos que tinha com a esposa, mal conseguia ver Molly e iria deixa-la criando essa criança sozinha. E por mais duas cenas quando eles estão discutindo Charles faz ameaças de bater nela e "quebrar os ossos".
Gente, isso não é amor.
Com sorte, nossa querida Molly decide deixar esse homem e ir atrás de sua liberdade. Sem dúvida alguma o dinheiro dele e o status não valiam a pena para nossa protagonista. Inclusive quando ela quis partir, ele nem ao menos para leva-la de volta. ele não a amava, amava apenas possuir ela.
Entendi perfeitamente a atitude dela de voltar ao prostíbulo. Lá ela foi bem recebida pelas colegas e se sentiu amada. Eu senti isso. Lá era o lugar dela. Mas essa imbecil ficou ainda lamentando por não poder estar com ele.
E fiquei feliz também por Kate se livrar desse homem, ainda eram marido e mulher de aparências, mas ela encontrou um amante bacana.
Medo de meninas novas lerem esse livro e acharem bonitinho esse romance. Não é fofo, é abusivo. Sejam como Molly: ela pode ter sofrido por larga-lo, mas tenho certeza que seria mais doloroso conviver sob as regras e desejos daquele homem ingrato, que ditava ordens e se achava no direito disso por ser homem e ter dinheiro. Liberdade é ótimo. Ainda bem que Molly percebeu isso.