A Dama de Papel

A Dama de Papel Catarina Muniz




Resenhas - A dama de papel


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Neyla 29/12/2015

Eu sei que tenho me tornado extremamente repetitiva quando falo de livros nacionais que foram incríveis ou de romances de época que me ganharam o coração em uma só flechada. Mas que culpa eu tenho se, com a graça divina, tenho encontrado livros maravilhosos por aí? E dessa vez, além de um nacional de qualidade, temos um romance de época simplesmente encantador.
Em A Dama de Papel vamos conhecer Melinda, uma jovem de boa família, que foi criada para se tornar uma verdadeira dama e ter um bom casamento. Porém, esse não é o desejo que ela tem em seu coração e sabe que um casamento arranjado, como era costume da época, nunca a fará feliz. Melinda presa a liberdade e é por conta disso que resolve fugir quando seu noivado com um homem muito mais velho é anunciado. Sem ter para onde ir, ela acaba indo parar em um bairro pobre de Londres, onde é acolhida pela dona de um bordel.
É neste bordel onde ela recomeça sua vida com um novo nome. Melinda é algo que ficou enterrado para sempre e ela passa a atender pelo nome de Molly, uma mulher excêntrica, de beleza extraordinária e dotada de talentos que levam os homens à loucura. E é justamente por conta de seus muitos dotes que Charles O'Connor irá conhecê-la.
Charles é um bom homem, empresário da indústria têxtil, que sempre foi fiel à esposa e que jamais imaginou-se sendo tentado por uma outra mulher. Mas tudo isso muda quando ele conhece Molly. O que era uma simples curiosidade acaba se tornando algo muito mais forte. Uma atração forte, que logo se transforma em uma louca paixão.
Os encontros entre os dois passam a ser mais frequentes e Charles fica, a cada dia, mais e mais envolvido por aquela mulher misteriosa. Extremamente encantado, ele começa a escrever poemas pensando na bela mulher. Esses poemas são intensos e um tanto lascivos para a época, dotados de sentimentos e desejos. Quando eles vêm a público, por conta de um incidente, deixa a população londrina em polvorosa, afinal todos querem saber quem é a mulher descrita naqueles textos e o autor dos tais poemas.
Em paralelo ao grande burburinho por conta desses textos e seu autor misterioso, vemos que o interesse dos homens por Molly está cada dia maior, o que deixa Charles enfurecido ao ponto de querer tirá-la dessa vida e transformá-la em sua mulher. Porém, como bem sabemos, não é um casamento que ela deseja. O que ela não esperava era que nesta nova vida seu passado pudesse vir à tona, que velhos fantasmas voltassem a lhe assombrar e deixar os seus dias nebulosos.
Juro a vocês que não imaginaria, por um momento sequer, que fosse ser arrebatada por esse livro. Logo de cara achei a premissa interessante, mas estava preparada para uma história nitidamente erótica e rasa. Me surpreendi com a qualidade da trama, com toda a história envolvida e com as cenas sendo muito mais sensuais do que sexuais. Catarina escreve com descrição precisa, mas não enfadonha, sobre os costumes da época e cria um cenário que é muito diferente dos que estou acostumada a ler. Diferente do que acontece em outros livros, somos levados à parte mais pobre da cidade e conhecemos a realidade dura das mulheres que estão inseridas na prostituição. Eu, que nunca tinha lido algo parecido antes, gostei bastante do que encontrei.
Achei os personagens muito bem construídos e desde o início gostei de Molly. Ela se mostrou uma mulher forte, determinada e decidida, qualidades que aprecio bastante nas mocinhas dos romances. Tudo pelo que ela ansiava era por ser livre, não depender de homem algum e viver a sua vida de forma que fosse feliz. Charles, por sua vez, não me agradou de imediato. Para ser sincera, ele não me agradou em momento algum. Apesar de ser apaixonado por Molly, ele não entendia suas motivações e não aceitava suas escolhas. Eu até tentei entender o lado dele, mas apesar de suas atitudes muitas vezes apaixonantes, não é o tipo de personagem por quem eu caio de amores.
O enredo é ótimo e o fim não poderia ter sido melhor. Torci por Molly e para que ela fizesse, no final, a melhor escolha. Apesar de ter ido totalmente de encontro ao que eu imaginava, gostei muito do que encontrei e achei o final totalmente condizente com toda a história. Não foi uma trama que me emocionou, mas fiquei encantada com a intensidade dos sentimentos e do romance entre os personagens. Com toda certeza, irei querer ler outros livros da autora, afinal ela mostrou que tem talento de sobra.
Se você, assim como eu, gosta dos romances de época com toda certeza precisa ler A Dama de Papel. Um romance lindo, que me encantou e que vai encantar você também.
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Galadriel 26/04/2023

Real
Sinceramente fui surpreendida positivamente por esse livro, comecei a ler achando que era uma coisa, mas era totalmente outra, mas foi muito bom. Gostei da narrativa do livro e da maneira que os personagens foram apresentados de uma maneira bem realista na era vitoriana. Só não dou 5 estrelas porque eu gostaria que o final tivesse sido um pouco diferente, mas entendi o intuito da autora.
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Malucas Por Romances 15/11/2015

Esse livro lindo aí que vocês estão vendo, chegou aqui em casa de surpresa. Num belo dia me chega esse livro mas não sabia de onde veio, quem mandou. Cheguei até a pensar que era uma cortesia do skoob :o. Mas foi os lindos da Universo dos Livros que me enviaram esse livro para resenha. Amei demais essa surpresa! Tinha visto o livro na bienal e quando olhei a capa foi amor a primeira vista. Que pena que meu dinheiro não concordou com isso e não pude levá-lo. Universo dos Livros quando quiser me enviar livros estamos aí! Amo vocês!

"Molly é uma mulher que possui tantos talentos que qualquer meia hora ao seu lado é um completo deleite."

A Dama de Papel é um romance de época escrito pela autora brasileira Catarina Muniz. Sim esse livro lindão aí não deve para os autores gringos né? Essa capa está linda demais! A Universo dos Livros como sempre caprichando nas capas.

"Sou pouco, tenho menos ainda. Mas me pertenço."

É o primeiro livro que leio da autora e já posso dizer que amei a escrita da autora. Foi uma leitura descomplicada, fácil de ler. Como quase todos livros de época esse também é contado em terceira pessoa. Em nenhum momento em perdi na leitura, coisa que acontece muito comigo em livros assim. Mas a autora sabe nos envolver na história e em nenhum momento fiquei perdida. Para quem nunca leu um romance de época super indico a começar por esse. Uma leitura descomplicada que com certeza para quem ama ler assim como eu, lê em 2 dias.

"Não poso me apaixonar..", é o que todos dizem quando a paixão já corre solta e virulenta por cada frsta, por cada célula. Quando o veneno já eflui de todos os poros,"

[...]

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Paula 15/11/2015

Escolhas
O romance se passa em Londres, meados do século XIX e conta a história de uma jovem que decide se prostituir a submeter-se a um casamento de conveniência com um homem muito mais velho, escolhido por seu pai.
Agindo assim, Molly pensa estar fazendo sua opção por liberdade, mas o destino lhe reserva armadilhas que fazem o leitor se questionar sobre suas próprias escolhas de independência: são reais ou são apenas uma porta para outro tipo de cativeiro?
Recomendo
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Paula Juliana 08/11/2015

Resenha: A dama de papel - Catarina Muniz

''O equilíbrio emocional era essencial para o equilíbrio econômico. As paixões eram venenosas! Podiam destruir não apenas famílias, mas fortunas e reputações. Da casca para fora, essa era a lei seguida por todos...''

LIBERDADE! Desafio! ESCOLHAS!

A Dama de Papel é uma história sobre escolhas e sobretudo sobre a tão desejada LIBERDADE!
É engraçado como olhamos para trás na história e se deparamos com os papéis das mulheres nesse contexto. Essa obra por meio da ficção crítica as várias ''correntes'' que foram atadas nessas mulheres. Encontramos uma Inglaterra Vitoriana, século XIX, onde a revolução industrial toma conta da Europa. Conhecemos essas mulheres, as DIGNAS e as NÃO DIGNAS, como eram chamadas e julgadas, as damas de companhia e as damas de alta classe que tinham que se manter contidas e podadas, quietinhas em todas as horas do dia e da NOITE.

Período Industrial. Desenvolvimento das cidades e corporações. Assessão da burguesia e dos PROSTÍBULOS!

Melinda ou Mel é uma garota de classe média que não aceita as convenções sociais, que não aceita o casamento que lhe é imposto e que foge de casa e acaba em um bordel! Mel nunca foi a dama convencional como suas irmãs e mãe, ela sempre foi mais curvilineia que as magrinhas e delicadas, sempre foi a que gargalhava alto, que não tinha frescuras e não tinha o não me toques, tinha muita curiosidade e desejo de se libertar!

MULHERES DO SÉCULO XIX!
Damas!?!
REPREENSÃO SEXUAL E DE PERSONALIDADE!

Charles O'Connor é herdeiro de um império têxtil. Casado. Dois filhos. Conhece Molly uma linda prostituta de cabelos negros e livres que muda sua vida!

Catarina Muniz tem uma escrita madura, segura, bem profissional e muito bem caracterizada da época, historicamente falando. Os personagens são maduros e bem característicos.

''-Porque eu jamais aceitei esse destino! Nunca fui simpática à ideia de ser uma moça nobre, cercada de servos, riquezas, limites alheios e frustrações! Nunca me afeiçoei à possibilidade de me esconder à sombra de ninguém, em especial de um homem, um marido. Sempre quis viver para mim mesma, à minha maneira.''

Molly ou Mel estava onde estava porque escolheu estar, ela não faz o tipo ''vitima do destino'', estava mais para senhora da sua própria história. Ela sofre? Sim, não é uma vida fácil e agradável como se era dito. Apesar desse grande todo foi uma escolha dela. Não de seu pai. Não da sua sociedade. Não de seu pretendente marido velho barrigudo. Molly estava colhendo o que plantou e estava feliz de certa forma por isso. Por essa LIBERDADE, que mesmo sendo de certa forma ILUSÓRIA, era DELA. E somente dela!
Os seus atos e motivações confirmam isso durante toda a história!

A Obra toda é montada em cima do contexto histórico da época. A política, os costumes, o tempo, a sociedade são decisivos e totalmente influentes nas vidas dos dois protagonistas.
Molly é forte, lutadora e também orgulhosa e foguenta. Ela gosta de sexo e gosta da liberdade que ganhou com ele.
Charles é charmoso, bem de vida e conservador. De fato apaixonado, mas totalmente alienado e controlado pelas convenções e sua vida cheia de dignidade.

Um história envolvente, dura, direta e nada romântica coberta de erotismo e sensualidade!

A dama de papel de Catarina Muniz foi uma leitura gostosa e ágil, foi muito fácil se envolver e embarcar nessa história um tanto obscura e sensual. O desfecho dela foi um diferencial para mim, saindo totalmente do esperado, combinando em tudo com nossa mocinha torta e cheia de vida! Em meio ao período das máquinas, operários e tecidos, os segredos, as identidades e as escolhas fazem dessa história muito mais que um romance histórico e cheio de críticas. Faz uma tremenda leitura, onde o leitor é desafiado a entrar em conflito consigo mesmo e seus valores e morais, aceitando a vida e as escolhas dessa mulher que conseguiu acima de tudo ser dona de sua história!

''- Sim, Molly. É você a minha dama. A dama cuja corpo, pele, lábios e saliva me envenenaram de tal maneira que já não venho até aqui ao seu encontro, mas ao encontro de mim mesmo.''

Paula Juliana

site: http://overdoselite.blogspot.com.br/
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Josephine.Hale 23/05/2018

Prepara o coração!
O relógio marcou cinco em ponto quando terminei de ler A Dama de Papel.

De antemão já aviso que não sou resenhista, mas queria apenas deixar registradas algumas das minhas impressões desse livro tão... Incrível.

Quando vi o ponto final não sabia ao certo o que estava sentindo. É um livro bem diferente dos que estava acostumada a ler, mas isso me agradou muito, porque, ao longo da narrativa, me vi experimentando uma avalanche de sentimentos contraditórios que só personagens muito bem construídos são capazes de despertar dentro de nós. Personagens verdadeiros, humanos, cheios de defeitos e virtudes que, na ânsia de acertar, podem tomar decisões catastróficas.

Através das palavras muito bem entrelaçadas da autora Catarina Maria, conhecemos um lado de Londres que todos torcem o nariz: a periferia de uma Londres vitoriana, que está em plena ebulição econômica e amordaçada por valores puritanos. Catarina retrata a disparidade de mundos opostos com maestria e cria o cenário perfeito para um amor sofrido e improvável.

Por algumas horas convivi com Molly e sua sagacidade diante da dura vida que leva na periferia, com o sexy e elegante burguês Charles -- debaixo dos paletós bem cortados tem um vulcão em ebulição rsrsrs -- e a doce Katherine, ansiosa para exercer com perfeição o papel que lhe foi ensinado.

Não é uma história fofinha, divertidinha, é um livro de "gente grande."

Resumindo, só amor por esse livro!
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Marriete 28/12/2016

A Dama de Papel - Resenha Autora: Catarina Muniz
Molly é uma mulher de espírito livre, nunca se deixando dominar pelas convenções sociais que obrigavam as mulheres a serem controladas e submissas a seus maridos. Molly nasceu em uma época ingrata, onde a mulher não podia ser dona de si mesma, de seus sentimentos, nem dos seus desejos. Ao ser designada para se casar com um velho a quem não tinha sequer simpatia, ela foge do seio familiar e se refugia na prostituição. Ao menos agora ela pode ser dona de si: do seu corpo, das suas vontades e de suas ações.

 

Molly torna-se conhecida por suas aptidões e começa a ser bastante procurada, nesse ínterim, aparece charles, um empresário abastado que mexe profundamente com a prostituta. Eles se envolvem sentimentalmente e pela primeira vez ela permite se apaixonar. Mas o preço para manter esse amor é muito caro a seus objetivos...

 

A Dama de Papel é um livro de época que retrata as dificuldades femininas, deixando evidente a sua opressão perante a dominação machista, fazendo com que muitas mulheres tomem atitudes drástias em busca de sua liberdade. Em A Dama de Papel podemos ver a intensidade dos desejos carnais, numa linguagem sensual e quente que nos delicia.

 

A escrita de Catarina Muniz nos envolve e encanta! Leio até a sua lista de supermercado rs! Recomendo muito a leitura!

 

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Cailes Sales 20/04/2017

A Dama de Papel é um romance de época ambientado na Londres do século XIX, do mesmo modo que vários outros livros do gênero, contudo, essa história é bem diferente dos demais romances de época que li até o momento e foi, com certeza, uma leitura marcante.

Aqui vamos conhecer Molly, uma mulher que fugiu de um casamento arranjado e teve que se prostituir para sobreviver. Ela foi acolhida pela senhora que comandava o prostíbulo e logo depois acabou assumindo o comando da casa. Com o passar do tempo, Molly tornou-se conhecida entre os homens dos diversos círculos sociais, desde a classe proletária à nata da burguesia. Certo dia, ela recebe um novo cliente chamado Charles, o qual passa a visitá-la cada vez com mais frequência e, de forma inesperada, sentimentos surgem entre ambos.

O que explanei acima é apenas a premissa básica dessa história, que é muito mais do que um romance entre uma prostituta e um cavalheiro. Penso que o romance, por mais que seja o foco da narrativa, não é realmente o cerne de A Dama de Papel, na verdade a relação entre os protagonistas serve de base para que sejam abordadas diversas questões pertinentes a sociedade londrina do séc. XIX, principalmente a situação da mulher neste período.

“[...] Nunca fui simpática à ideia de ser uma moça nobre, cercada de servos, riquezas, limites alheios e frustrações! Nunca me afeiçoei a possibilidade de me esconder à sombra de ninguém, em especial de um homem, um marido. Sempre quis viver para mim mesma, à minha maneira”. (p.45)

O ponto-chave da obra é Molly, que é uma protagonista única. Temos aqui uma jovem que ao se ver privada de decidir sobre o seu próprio futuro, em uma época onde as mulheres eram obrigadas a obedecer aos pais e posteriormente ao marido, toma a decisão de vender o próprio corpo para não ter que se sujeitar a um casamento com alguém que considerava asqueroso, mas que devido a classe social e poder econômico, era visto como um ótimo partido. Temos aqui uma protagonista que enfrentou todos os seus medos para manter o poder sobre si mesma, e eu achei isso incrível!

“Sou pouco, tenho menos ainda. Mas me pertenço! ” (p.102)

Além de nos presentear com uma mocinha totalmente diferente, a autora em diversos momentos traz críticas ao modo como as mulheres deveriam se portar naquela época e também nos faz adentrar na rotina de outra personagem, que ao contrário da protagonista, vive dentro dos parâmetros regidos pela sociedade e, então, mergulhamos em duas diferentes situações, em duas distintas realidades que nos instigam ainda mais a analisar o papel da mulher há séculos atrás, bem como atualmente. São várias as passagens já no início do livro em que a autora descreve os deveres e a “boa conduta” que tinham de ser adotados pelas damas e “mulheres de família” da época, vou colocar apenas um quote para exemplificar, pois se fosse deixar registradas aqui as inúmeras frases impactantes da narrativa, a resenha ficaria gigante.

“Damas vitorianas eram a mola propulsora da engrenagem familiar, devotas ao lar, aos badulaques, à educação dos filhos, aos criados, aos maridos. Damas vitorianas eram educadas desde cedo para que detivessem o domínio dos próprios sentimentos e frustrações em nome do que realmente importava: a estabilidade familiar, ingrediente indispensável para que a riqueza brotasse permanentemente em seus lares”. (p.7)

Charles é um personagem que representa bem a posição masculina naquela época, ao homem também é cobrada uma postura específica, ele tem responsabilidades e deveres com a sociedade, necessita manter as aparências, é imprescindível que desempenhe seu papel no meio social. Não foi um protagonista pelo qual eu tenha me apaixonado, mas gostei de ele não ser romantizado, é um homem com defeitos e preconceitos, e que mesmo movido pela paixão, ver-se imbuído a seguir os ditames sociais.

O relacionamento entre Molly e Charles é intenso e profundo, entretanto, não é um romance regado a flores e versos, mas uma relação complicada de amor e paixão, que muito se distancia do romance perfeito e “água com açúcar”. A todo momento fiquei me questionando até que ponto a relação dos protagonistas era correta, se o “correto” era o “certo” na situação em que se encontravam, e me vi dividida entre querer ou não que eles ficassem juntos.

Diversos sentimentos me assolaram durante a leitura da obra e o principal deles foi a angústia, por vezes escoltada pela indignação. A Catarina Muniz retrata a Londres pobre e marginalizada que raramente encontramos em outros romances de época, ao mesmo tempo em que traz a hipocrisia presente na classe rica dessa bela cidade. E tudo isso é narrado por meio de uma escrita poética que nos envolve ainda mais.

Só tenho a dizer que adorei a leitura e a indico para aqueles que gostam ou não do gênero, pois é uma obra que destoa das demais e, por esse motivo, é algo diferente a ser apreciado. Finalizo esta resenha com mais um trecho impactante e cheio de significados, que me marcou e emocionou bastante:

“Tudo o que Molly queria era ser livre. Dona de si e independente. Tudo o que Molly queria era ter o domínio sobre as próprias escolhas e conclusões. ” (p.214)


site: http://bloghistoriasliterarias.blogspot.com.br
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SakuraUchiha 15/12/2016

Um romance trágico e imensurável.
Acabei de ler e ao mesmo tempo em que achei lindo também achei sofrível. Eu até entendi a ânsia da Molly em ter a tão sonhada liberdade, principalmente naquela época mas as escolhas que dez certamente custaram caro. Charles também é um personagem e tanto, ele fez o impensável para poder proteger o que sentia pela famosa prostituta.
No geral gostei bastante da leitura! Quem ler, não vai se decepcionar, embora seja uma bela história de amor com muita dor, e bem realista.

site: https://www.amazon.com.br/dp/B0157A4UBM
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Maravilhosas Descobertas 17/09/2016

A Dama de Papel, de Catarina Muniz


O que fazer quando sua vida não é o que se quer ou o que se espera?

Londres século XIX.

Melinda Williams é uma moça forte, espirituosa, e determinada.
Tinha tudo o que alguém poderia desejar e mesmo assim sentia que lhe faltava algo...
Vivendo em um mundo machista, onde as mulheres tem que se curvar as vontades e necessidades masculinas, ela se vê num impasse pois não quer ser e nem viver assim.
Prestes a ver sua vida mudar de vez com um casamento arranjado, decide que não irá se submeter a vontade do pai.

"O meu caminho traço eu! Sou pouco, tenho menos ainda. Mas me pertenço!"


Segura de si e de sua decisão ela então foge de casa aos 20 anos de idade, e se vê livre de tudo o que a incomodava, mas e agora, para onde ir e o que fazer. Longe da casa dos pais ela encontra uma mulher que a acolhe e ensina tudo o que precisa saber sobre sedução, e assim Melissa se torna Molly e começa a trabalhar como prostituta. O tempo passa e a dona do local morre e Molly agora com 27 anos assume a casa.

"Não me arrependo nem por um minuto! Pois a imundície dos homens posso lavar! E tomar em minhas mãos um dinheiro que me pertence. É pouco, mas me pertence! Eu mesma decido sobre o que fazer ou não com ele... e para isso, minhas queridas, não há preço!"


Charles O'Connor é um empresário têxtil que cuida dos negócios da família. Aos 37 anos ele é responsável, conservador, mas cedendo a curiosidade se vê indo ao encontro de Molly uma famosa mulher que fascina todos os homens que a conhecem.

"Molly se enraizava em seus pensamentos de maneira cada vez mais profunda. Estaria ele se apaixonando?"


Eles se encontram, se conhecem, e até tentam em vão controlar o desejo que sentem um pelo outro, ainda não sabem mas estão se apaixonando. Charles se vê envolvido de um jeito como nunca ficou por nenhuma outra mulher, a euforia e a paixão o leva a escrever textos onde se declara sem pudor algum para ela, expressando seus sentimentos, falando dos momentos juntos ou da saudade que sente dela. Ela por sua vez percebe que com ele é diferente de todos os outros que já encontrou e que pode confiar, revelando a ele seu verdadeiro nome.

"Por dias amargou a saudade e a angústia, sentimentos nos quais não estava tão acostumada. A saudade lhe era incômoda."


"Vinha escrevendo, febrilmente, textos sobre Molly. Percebeu que era uma maneira de controlar a cada vez mais intensa necessidade de ir ao encontro dela... Escrevia e escrevia..."


Até então tudo estava indo do jeito que ela queria, era independente e mesmo não tendo luxo, era feliz. Mas como tudo na vida uma hora muda, o passado vem bater a sua porta trazendo consigo seu ex pretendente que por vingança fará de tudo para humilhá-la. Ela contará com a ajuda e o apoio de Charles e de suas amigas mas mesmo assim sofrerá com as imposições e chantagens de seu ex pretendente.

Além de um enrendo que te prenderá do início ao fim, você também encontrará os lindos textos que Charles escrevia para Molly. Bom e por falar nos textos, eles se perdem quando Charles voltava pra casa depois de se encontrar com sua amada, e de um jeito inusitado eles se espalham pela cidade. Para a sorte de Charles ele não cita em nenhum deles seus nomes.

"Minha dama, espero estar novamente em teu corpo, o quanto antes. Pois nele ergui minha morada e meu altar."


A história se desenvolve de um jeito envolvente, onde conhecemos não só Molly e Charles, mas outros personagens como Katherine (esposa de Charles), Patrick (pai de Molly), Paul (pai de Charles), Albert (ex pretendente de Molly), Jane e Sophie (prostitutas e amigas de Molly) entre tantos outros.

A cada página lida eu sentia e sofria com Molly e Charles, torcia muito por eles, e ainda mais por ela. Molly sempre soube o que queria e como queria, e mesmo tentada a viver um grande amor, ela tem seus ideais e seus desejos. E agora o que fazer, qual caminho seguir?
Cabe a ela decidir e a nós acompanharmos.
Sendo assim convido vocês a conhecerem esse romance erótico, e que ao mesmo tempo se mostra uma leitura leve, tranquila e gostosa.
Com um final surpreendente e totalmente diferente, a autora Catarina Muniz mostra a que veio. Adorei o livro e já estou ansiosa pelos próximos!

"O amor é assim, mesmo não procurando você o encontrará... E então cabe a você decidir se aceita e o vive, ou se o tranca pra sempre em seu coração e em sua memória!" Sueli Assis

site: http://www.maravilhosasdescobertas.com.br/2015/12/a-dama-de-papel-de-catarina-muniz.html
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Guy 05/09/2016

Papel aceita tudo mas na vida real não é fácil ser um casal
Um retrato da vida e a importância de suas escolhas, do sexo intenso para o casal, da liberdade para ambos e da hipocrisia da sociedade. Oportunidades e escolhas definindo a felicidade ou não.
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Tainara 27/06/2016

Surpreendente
Eu peguei esse livro para ler sem muitas expectativas pois tinha lido uma resenhas no skoob falando não tão bem do livro, então qual minha surpresa ao ler e me encantar com o livro? Em me pegar analisando a posição da mulher em uma sociedade literalmente machista? Foi uma experiência maravilhosa.
Antes de qualquer coisa tenho que dizer que as escritoras nacionais estão escrevendo bem demais da conta romances de época, eu só peguei livros bons de época. Estão de parabéns.
Bom a história conta a vida de Molly ou Melinda, que fugiu de casa para não se casar com um velho nojento. E a partir daí tudo acontece. Depois de um certo tempo vivendo essa vida, acontece o boca a boca de que existe uma prostituta muito boa e Charles por sua vez vai lá experimentar e gosta, gosta muito, Molly fica na sua cabeça e ele retorna muitas e muitas vezes.
Charles por sua vez toma conta das empresas de seu pai, o que o tornou um cara rico. Charles é casado e tem dois filhos. Um relacionamento totalmente perfeito perante a sociedade.
Acontece muita coisa mas não vou detalhar a história pois tem que ler o livro para ter uma ideia, no resumi Charles resolve que quer Molly só para ele, mas Molly não aceita e a partir daí que vem minha impressões.
1º A esposa de Charles amava Charles, mas como naquela época era proibido a mulher ter pensamentos "sexuais", chamar seu marido para o ato sexual, ela se reprimia e o marido por sua vez preferiu procurar na rua o que não "achava" em casa (na verdade ele não achava porque não procurava também, pois se ele fosse mais aberto com a esposa ele teria tudo dela, ela estava lá totalmente disponível para ele);
2º Molly fez a escolha dela, mesmo se prostituindo, tendo que aceitar dentro do seu corpo pessoas que ela não queria, de uma forma mais rude ela conseguiu a liberdade dela até um certo ponto, ela fez o que quis, ela conseguia o próprio dinheiro dela, ela era "livre";
3º Charles ele queria viver o amor com a prostituta, mas ao mesmo tempo queria manter as aparências, hoje em dia vivemos um mundo de aparências, claro, mas antes era sufocante, eu me senti em diversos momentos sufocada e irritada por eles não mandarem todos ir a merda e viver o amor deles.
4º A partir do momento que Charles consegue que Molly largue a vida e vá viver "com ele", ele esquece dela, vai uma vez por mês e passa algumas horas, depois se arruma e vai para casa, dormir com dua digníssima esposa, que por sinal começa a ter um caso com o professor de aula de piano dos filhos, porque o marido não comparece mais, deixa ela de lado, ele deu brecha e ela foi lá e preencheu.
5º Eu amei as poesias que o Charles fez para a Molly. Simplesmente delicioso. Se a historia fosse toda contada assim seria maravilhosa da mesma forma.
Olha nenhuma palavra escrita por mim, uma simples leitora, irá transpor os sentimentos que afloram em mim apos ler o livro, simplesmente não tem como, é muito bom, bom demais da conta, eu amei o livro e recomendo. Leia, e prestem atenção aos detalhes, eles dizem tanto sobre o passado. É um livro maravilhoso, maravilhoso, não me canso de dizer que é maravilhoso e se fosse para indicar uma autora seria a Catarina Muniz, ou a Carina Rissi, ou a Lucy Vargas pois seus livros são tops.
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Snixx 19/05/2016

Ganhou meu coração
Não tenho que criticar, só amar. Me apaixonei pelo livro do começo ao fim.
Catarina 19/05/2016minha estante
Obrigada pelas palavras gentis, Damaris!! Significam MUITO pra mim!




Ciscão 26/03/2018

Esperei um pouco mais do final...
Mas ainda assim, a história foi espetacular... Mostra consequências de decisões sérias que envolvem família, dinheiro e o quanto é difícil ser impulsivo!
Catarina 26/03/2018minha estante
Obrigada pela leitura e pela avaliação, Ciscão!!




May Nascimento 01/01/2016

Supreendente!
No contexto londrino do século XIX, a autora Catarina Muniz narra de maneira forte e ao mesmo tempo muito delicada a história da prostituta Molly, uma mulher que possui atrativos capazes de seduzir homens de todas as idades e classes sociais com a sua liberdade. Liberdade que fez Molly pagar um preço muito alto, mas que ela estava disposta a não abrir mão.
Ao contrário do que se esperava para uma prostituta naquela época, Molly vinha de uma família tradicional. Seu nome verdadeiro era Melinda Scott Williams – a filha mais velha de uma família pertencente à Burguesia. E de repente quando descobrimos todas essas informações vem aquele nó na cabeça: O que levaria essa moça a largar o conforto e o luxo para viver miseravelmente na prostituição?
A resposta é simples: Melinda não suportava a ideia de sentir-se presa sob as ordens de alguém, mais precisamente de um marido. E com a normalidade da época com os casamentos arranjados como parte de um negócio lucrativo Melinda fora prometida a Albert, um importante financeiro da época.
Entre casar com ele e perder a sua liberdade e fugir de casa sem saber o que a aguardava, Molly preferiu a segunda opção e foi parar por acaso no prostíbulo que agora era proprietária.
Molly aprendeu aos poucos a usar a sua ousadia e liberdade sexual, embora não tenha sido fácil, ela aprendeu. E se tornou a ‘mulher de vida fácil’ mais procurada do local, justamente por ser indomável, por não ser a mulher a que os homens estavam acostumados.
Sua fama se espalhou e foi por meio de informações e narrativas detalhadas de alguns clientes sobre as habilidades de Molly na cama que Charlie O’connor chegou até ela. Charlie era um advogado inteligente, educado e charmoso, marido e pai, empresário no ramo da indústria têxtil. Ele e Molly viveram de início, relações em que apenas o prazer estava em jogo. Charlie era apenas mais um cliente que pagava e recebia pelo serviço.
As visitas Charlie se tornaram cada vez mais frequentes. Ele estava se envolvendo cada vez mais com a prostituta, e não sabia como fugir da forte ligação que tinha com ela. A relação dos dois passa a ficar mais intensa. Molly sentia por Charlie o que nunca sentiu por nenhum outro cliente. Charlie se envolveu tanto que a paixão foi ficando até meio doentia, os ciúmes que tinha dela o levaram muitas vezes a sair de si querendo que Molly fosse só sua. Mas, convenhamos, nem mesmo uma grande paixão a faria abrir mão da liberdade de ser dona de si.
Esse foi só o começo do romance erótico nada clichê e nenhum pouco vulgar ou apelativo. A narrativa vai ficando mais interessante a cada capítulo. Catarina soube descrever com precisão o contexto inglês em que os personagens viviam, o que julgo ser muito importante, e também as cenas de sexo, nada muito explícito e nem vago demais, na medida certa.
O livro me permitiu compreender as questões de classe, e de gênero. Este último foi bem marcante, pois foi dada uma ênfase aos papeis que eram destinados às mulheres da época. Enfim, o livro me surpreendeu muito!
Fiz uma leitura rápida sem nenhuma dificuldade com a escrita da autora. Por isso, indico esta leitura para quem curte um romance que não seja apenas doce e morno, e prefira as histórias de amor mais ousadas. É bom deixar claro que as cenas de sexo são intensas, por isso não indicaria para menores de 16 anos. Boa leitura!
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