Livro das Mil e Uma Noites, Volume 02

Livro das Mil e Uma Noites, Volume 02 Anônimo




Resenhas - Livro das mil e uma noites


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Pandora 30/03/2020

Viajar para longe, muito longe tanto no tempo quanto no espaço geográfico, foi meu primeiro desejo quando me vi trancada em casa por força das circunstâncias.

Então porque não atravessar um oceano Atlântico, o continente africano e ir chegar na Península Arábica algumas centenas de anos depois da Hégira (fuga do Profeta Mohammed de Meca para Yatreb, atual Medina) o equivalente a Idade Média entre o ano 1000 d.C e 1500 d.C.?!?!
.
O mundo fantástico que os narradores anônimos apresentam nas histórias do "Livro das Mil e Uma Noites" não decepciona a leitora que quer apenas passar um tempo se distraindo. São histórias nada morais, divertidas, muito lúdicas, cheias de malicias e humor. Protagonizada por homens lindos como o plenilúnio que choram, recitam poemas e mesmo sendo reis filhos de reis não exitam diante da necessidade em assumir profissões como alfaiate, jardineiro ou cozinheiro; e mulheres que também choram e recitam poemas, mas entre uma coisa e outra tramam e encontram formas de encontrar amantes perdidos e sua fortuna, nada menos que os dois.

Noite após noite, Sahrazad conta histórias para salvar sua vida e de muitas outras mulheres que também morrerão caso ela falhe em manter a atenção do "Comandante dos Crentes". Com a espada no pescoço ela conta noite após noite histórias dentro de histórias, invoca narradores e mais narradores, suspense e mais suspense e sobrevive uma aurora e mais outra, um dia de cada vez.

Eu amo esse universo, essas viagens a Damasco, Bagda, Meca, Medina, Cairo, um pezinho pertinho da China e ilhas para o lado da Oceania. Um mundo longe do ideal, unido por rotas comercias e pelo Islã. Um espaço geográfico e imaginário quente, fértil, urbano, vibrante e dinâmico.

Finalmente terminei o Ramo Sírio do "Livro das Mil e Uma Noites" que não tem 1001 Noites, ele se encerra lá na noite 282 com a história de Qamaruzzaman, suas esposas e filhos. Agora é hora de respirar e ir ler o Ramo Egípcio que possuí o conjunto completo das noites citadas no título do livro.

Como sempre, toda minha gratidão ao Prof° Mamede Mustafa Jarouche por esse tour de force que foi a tradução desse livro diretamente dos manuscritos árabes para o português.
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1