Como conversar com um fascista

Como conversar com um fascista Marcia Tiburi




Resenhas - Como Conversar Com Um Fascista


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pedrocipoli 05/05/2017

"Fascista é quem não concorda comigo"
Um livro sobre rótulos, ódio, taxações e ofensas maquiadas, não sobre ideias. Marcia Tiburi incorpora o você-é-fascista-por-não-concordar-comigo típico de uma mentalidade autoritária, fazendo todo o sentido ter uma introdução feita por Jean Wyllys. Pessoas do tipo sempre buscam uma forma de fazer ataques ad hominem quanto seus pontos de vista são questionados, tentando se posicionar como "o portador de todas as virtudes", arautos de "tudo o que é bom, belo, e moral", jamais se preocupando em discutir suas ideias. O importante é atacar: racista, fascista, homofóbico, machista, heteronormativo...
Recomendo dois pontos de partida para ler "Como conversar com um fascista". O primeiro é o próprio conceito de ofensa: se eu quero ofender, chamo meu inimigo (e essa é a expressão correta para quem não concorda com Marcia Tiburi) de algo que ele não se identifica, como Leandro Karnal explica. Será que os nazistas se ofenderiam se alguém os chamasse de nazistas? Ou anti-semita? Acredito que não.
O segundo é a leitura do livro "A imaginação totalitária" de Francisco Razzo, que explora a personalidade de pessoas como Marcia Tiburi. Pessoas que realmente acreditam que seus pontos de vista são corretos (e ponto final!) e que não admitem ideias opostas. Pessoas que tentam, mas não conseguem esconder seu desejo de controle, além do ódio explícito ao diferente, tanto à ideia que não concordam quanto à pessoa que à explicita (não só discordo do que você diz, mas também acredito que você represente tudo o que existe de ruim e deva ser silenciado).
Por fim, vale lembrar que Fascismo ocorreu na Itália no começo do século XX (será que estes se ofenderiam ao ser chamados de fascistas?), significado que foi completamente deturpado, algo que a autora ou esqueceu, ou nunca leu à respeito.
Cossetin 24/10/2017minha estante
Copiou a resenha da onde?


pedrocipoli 25/10/2017minha estante
De lugar nenhum.


Cossetin 27/10/2017minha estante
Se você vc escreveu, vc se encaixa direitinho no perfil de facista q a autora demonstra no livro e isso se agrava quando vc cita o deputado Jean Wyllys.
Tem coisas q não se deve discutir, apenas combater, e o facismo é uma delas, citando Karnal, vc tb peca, pois não exiate pessoa com opinião q fique em cima de muro, ou vc concorda ou discorda, e Karnal quis poupar de isentão, até aparecer almoçando com o tucano Moro, ele é um exemplo de capitalista, "vou usar o meu dom da palavra pra ganhar dinheiro e pronto, vou observar a que povo dou a palestra e falar o q eles querem ouvir" , mas eu era fã de Karnal, até abrir os olhos, não vou desmerecer todos os pensamentia dele, mas vou tomar cuidado e tentar perceber p a quem ele está falando.


Cossetin 27/10/2017minha estante
Teve um errinho de português no início, e como aqui não consigo corrigir, vai agora a correção : "Se foi você quem escreveu"...


Alex 27/10/2017minha estante
Paola, você faz parte de alguma militância virtual? Por que está atacando todo mundo que não concorda com o seu ponto de vista?
Sua atitude é meio coisa de 5ª série C, coisa de quem não tem boleto pra pagar. Recomendo refletir a própria vida. E, por favor, permita as pessoas terem opiniões que divergem das suas, porque do mesmo jeito que você pensa que as pessoas são idiotas por pensarem diferente de você, pode ter certeza que tem muita gente que te acha bastante idiota por apoiar as causas que você apoia, como por exemplo, um condenado pela justiça ser presidente do Brasil em 2018. Continue com a sua crença, mas não seja autoritária, senão cairá em contradição.


pedrocipoli 05/11/2017minha estante
Vamos por partes, desconsiderando os erros de português:
"Se você vc escreveu" ou, como você prefere, "Se foi você quem escreveu"... - Não haveria motivo para ter copiado. Se você acha que as pessoas copiam resenhas no Skoob, não sei o que você está fazendo aqui. Se eu tivesse concordado com a autora, provavelmente você não questionaria se a resenha era minha.
"vc se encaixa direitinho no perfil de facista...deputado Jean Wyllys" - Não sei se o fato de eu "ser encaixado" no perfil da autora, segundo você, é um problema. Acredito que seja até uma qualidade. Cito Jean Wyllys exatamente por ver o pensamento absolutamente autoritário que eu sempre combati.
"Tem coisas q não se deve discutir, apenas combater, e o facismo é uma delas" - Infelizmente o mundo está cheio de pessoas como você. Assim como a autora, você se outorga o poder de decidir o que se deve ser discutido ou não, como se fosse o portador de alguma moral superior, considerando "fascista" todos que discordam de você. Na maioria das vezes, fica apenas repetindo chavões e palavras de ordem em uma tentativa de parecer mais nobre que os demais, geralmente lendo pouco e opinando muito. Basta ler um pouco para entender que "Fascismo" não significa "não concorda comigo" ou "não concorda com a agenda progressista". Mas ler dá trabalho.
"citando Karnal, vc tb peca,... p a quem ele está falando", em especial "almoçando com o tucano Moro, ele é um exemplo de capitalista" - Aqui você já denuncia seu viés ideológico. Moro agora é tucano por condenar Lula, é isso? Já sei: você também considera que os tucanos sejam "extrema-direita, privatistas, conservadores, vendidos para os EUA financiado pela CIA, não gosta de pobre andando de avião..." e blá blá, aquela ladainha de sempre? Peco em citar Karnal por que, exatamente? Ele está no seu index prohibitorum de autores censurados pelos "pensadores progressistas"? Quem você "autoriza" citar? Stalin? Mao? Lula? Ou você mesmo, que acredita ter poder de decidir o que pode e o que não pode ser discutido? Karnal, que escreveu "Todos contra todos", com resenha minha no Skoob onde eu comparei exatamente com esse livro, não pode? Quem você autoriza citar?

É muito simples: em vez de ficar emocionado com resenhas negativas, leia. Simplesmente leia. Quando você conseguir cultura o suficiente talvez entenda a infantilidade autoritária que é afirmar que "Tem coisas q não se deve discutir, apenas combater", assim como um viés ideológico que, para variar, deturpa sua visão de mundo e faz com que você fique "ideologicamente pré-ofendido" com qualquer opinião que não concorde com a sua. Pode começar aprendendo que "facismo", como você escreve, não existe (está na capa do livro que você provavelmente não leu).




Vah 31/03/2018

De quando se deve se posicionar
Fica claro, desde o nome do livro, qual é o posicionamento da autora. Iniciar a leitura esperando algo neutro, impessoal ou apartidário é de extrema ingenuidade. Existe uma grande relevância na leitura desse livro, chamando o leitor a se posicionar e tentando iniciar um diálogo com aqueles que estão fechados a esse diálogo. A Márcia Tiburi tem uma escrita muito contumaz, muito objetiva e tangível: elementos essenciais para ser convocad@ a se posicionar. É uma aula de democracia e de auto análise de posicionamento político. Feminismo, assédio moral e genocídio de povos indígenas são apenas alguns dos temas que permeiam sua fala. Não sem mencionar o uso das redes sociais e crítica ao capitalismo. Excelente livro! Inspirador!!
Douglas 05/03/2021minha estante
Extremamente importante. Talvez por isso muitos tentaram calar a Dra Márcia Tiburi.


Hudson 13/07/2021minha estante
Ela deu um ótimo exemplo quando se recusou a debater com um "fascista" em uma rádio. Ou seja, ela contradisse a própria pregação. Se bem que aquele Kim é um Zé ruela mesmo...


Vah 14/07/2021minha estante
Ela se contradisse ou foi contra uma situação em que se sentiu coagida? Ser obrigada a "debater" com uma pessoa, como você mesmo coloca, "Zé ruela" e achar que é normal.
E chamar de "pregação" é tomar o que está escrito como uma imposição. Exatamente o que ela sofreu na situação da estação de rádio e exatamente o que ela tenta apontar como uma característica do fascismo.


Douglas 14/07/2021minha estante
Salve, Márcia Tiburi !




Mariana 16/08/2018

Diálogo é resistência
Vou me isentar aqui de opiniões sobre a coerência da autora em sua vida pessoal e/ou como filósofa e me dedicar somente a expressar o que achei do livro.

Tem muita coisa interessante e muita coisa contestável, we all know it. Gostaria de destacar alguns trechos/aprendizados que me agregaram coisas boas:

- O livro todo é permeado pela glorificação do diálogo genuíno que, segundo a autora, não pode ser confundido com "monólogos travestidos de diálogos". O diálogo é um desafio micropolítico que nos ajuda a pensar empaticamente na macropolítica. Ela defende que "a individualidade e os interesses de cada um não inviabilizam a construção de um projeto comum, de uma comunidade fundada na reciprocidade e no respeito à alteridade".

- A reprodutibilidade de informações, comum demais na micropolítica, é vazia e foge do discernimento do pensamento crítico. É o que ela denomina de "consumismo da linguagem".

- De forma geral, ela critica a falta de empatia e a falta de reconhecimento do "mesmo" no "outro". Na opinião da escritora (balizada por alguns famosos pensadores europeus), o indivíduo só é útil à sociedade quando consome, quando produz. Caso contrário, a ele é reservada a inviabilização. Este trecho, particularmente, me chamou atenção: "a exclusão é o processo que se garante pela imprestabilidade à qual tantos são lançados e pela qual são condenados."

No entanto, há alguns pontos esquisitos que me fazem pensar no livro mais como um 'desabafo' de alguém cansado da postura antipolítica do brasileiro (que todos nós conhecemos bem, tanto na internet quanto na rua) do que como um experimento metodológico teórico-prático, como ela talvez tenha pretendido. É nesse contexto que entram alguns extremismos enjoados e passionais: a defesa concreta de que "o capitalismo é pedofílico", as críticas claramente pessoais sobre deputados e jornalistas, a definição histórica e política discutível que ela deu pro fascismo (historiadores, vocês têm a faca e o queijo na mão), definições de idiota/neoidiota/etc que julguei contraditórias tendo em vista o caráter 'dialógico' do texto e a linguagem exaltada no geral da qual eu já havia cansado no fim do livro.

Enfim, sinto que foi algo diferente das minhas leituras habituais e que 'Como conversar com um fascista' me trouxe reflexões interessantes a seu modo. Pode ser que você concorde com todas as opiniões do livro, ou discorde de todas elas. Afinal, é na abertura ao outro que se realiza o diálogo, não é?
Braulio 03/02/2019minha estante
Nossa. Terminei a pouco o livro por curiosidade e vc expressou perfeitamente minha sensação e experiência de leitura. Tiveram partes fadigantes e outras proveitosas. Senti tb um pouco de incoerência entre o que foi escrito e o que se eh vivido pela autora e seus conterrâneos. ?


Mariana 04/02/2019minha estante
oi Bráulio! Pois é. Em que sentido você percebeu incoerência?


Braulio 06/02/2019minha estante
Primeiro pelo apelo ao diálogo. Percebo muita falta dele na prática realmente. Segundo que esperava uma abordagem mais parecida com Schopenhauer em "como vencer um debate sem ter razão". O que vi foram argumentos e opiniões sobre temas polêmicos. Acho q o título engana o verdadeiro objetivo.


Mariana 07/02/2019minha estante
justo! Concordo com seu ponto.




Luísa 21/10/2016

A leitura dos ensaios da filósofa Marcia Tiburi, reunidos em Como conversar com um fascista – reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro (Editora Record, 194 páginas), publicado em 2015, permanece imprescindível, sobretudo no cenário da atual política brasileira, em que vivenciamos um golpe travestido de impeachment onde as regras da democracia não são respeitadas.

O fascismo, que Hannah Arendt definiu como “vazio de pensamento”, vem do latim fascis, que designava antigas autoridades romanas. Infelizmente, o fascismo não se limitou à Itália nem a Mussolini; verdade é que existem fascismos. Marcia Tiburi o explica como um ódio ao saber, o medo da liberdade e, sobretudo, a falta de empatia e alteridade.

Segundo a autora, esse ódio, esse medo – ou, utilizando uma expressão dela, “med’ódio” -, é um afeto aprendido, e não instintivo, como poderíamos supor. É um sentimento experimentado e imitado irrefletidamente, gerando o que é sentido. Esse ódio fomenta a morte do diálogo, causando um empobrecimento político no sujeito que, por vezes, se orgulha de sua própria ignorância. Porém, não podemos escapar à política, pois “antes de ser uma categoria médica ou biológica, a vida é uma categoria política. Como categoria política, a vida implica a nossa potência para a relação simbólica com o outro que é sempre uma relação de reconhecimento. Aquele que não reconhece a alteridade está morto. Está politicamente morto”. (p. 85)

Mais em:

site: http://prosamirante.com.br/como-conversar-com-um-fascista-marcia-tiburi/
Naninha 21/10/2016minha estante
Pre-ci-so. Adorei a resenha ;*


Luísa 22/10/2016minha estante
tô levando pro brasil em dezembro, se quiser te empresto :D


Naninha 23/10/2016minha estante
Eu quero!


Luísa 24/10/2016minha estante
já separei ^_^




Paulo Silas 18/12/2015

Um livro que acerta em cheio em seu objetivo: incutir interessantes e necessárias reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro. "Como Conversar com um Fascista" corrobora no fornecimento de ferramentas para que o bom pensante reflita ainda mais, possuindo um melhor diálogo quando o embate se fizer necessário. Não se trata de um guia com respostas prontas, mesmo porque quem possui a resposta pronta antes mesmo de realizada a pergunta é o fascista - o sujeito que presta o discurso o qual se visa combater.

O termo fascista recebe uma explanação própria, voltada para a finalidade do livro. Conforme explica a própria autora, esta chama de fascista aquele "tipo psicopolítico bastante comum. Sua característica é ser politicamente pobre. O empobrecimento do qual ele é portador se deu pela perda da dimensão do diálogo. [...] O fascista não consegue relacionar-se com outras dimensões que ultrapassem as verdades absolutas nas quais ele firmou seu modo de ser. [...] o fascista é capaz de olhar para o outro com tanto ódio que até mesmo perde o senso de utilidade. O outro negado sustenta o fascista em suas certezas". O fascista, portanto, é aquela pessoa que se fecha em si mesma, criando um círculo viciosos, arrotando suas próprias verdades que consistem na mera repetição de ideias viciadas que são propagadas em vários níveis. A reflexão, o sopesar e uma análise mais pormenorizada das questões não se fazem presentes na pessoa do fascista. Daí que, considerando ser tal o modo irrefletido adotado pelo fascista, a autora propõe o diálogo como forma e tentativa de quebrantar alguns posicionamentos impensados pelo fascista. O que ousar a assim tentar proceder deverá estar preparado para o que costumeiramente vem por parte do fascista: ofensa, hipocrisia, preconceito e resistência a ouvir o outro. O diálogo é necessário para tentar superar tais fatores, sendo também necessário para que o diálogo ocorra a abertura ao outro, vez que tal abertura se insere numa mentalidade democrática.

O livro é dividido em vários capítulos, cada qual incutindo reflexões necessárias sobre o tema proposto. A autora expõe e explana sobre os temas que são apresentados nos próprios títulos dos capítulos: "máquina de produzir fascistas - a origem de a transmissão do ódio", "afeto contagioso", "o analfabeto político é antipolítico", "crença útil", "histeria de massas", "coronelismo intelectual", "a arte de escrever para idiotas" e muito mais. Em tais capítulos são discorridos sobre diversos temas que estão presentes no cotidiano da sociedade, de modo que questões como aborto, política, estupro, democracia e outros ganham uma análise reflexiva filosófica por parte da autora, a qual utiliza uma linguagem clara e coesa, alcançando a todo e qualquer leitor - inclusive o fascista, caso este se disponha a ouvir o outro nesta obra.

Fantástico. Um livro que arrebata a atenção do leitor do início ao fim. Refletir é preciso, e este livro auxilia aqueles que eventualmente tenham dificuldade em pensar em um nível mais profundo, bem como cede ferramentas para ajudar aqueles já pensantes que buscam dialogar com um fascista. O risco sempre se faz presente, mas o diálogo também necessita assim se fazer.
Recomendo!
Ronald 10/01/2016minha estante
Legal. Já li Filosofia Prática, da Marcia Tiburi e gostei bastante! Fiquei muito interessado nesse graças à sua resenha!


Vitor.Canestraro 24/09/2018minha estante
Tradução: a lógica da autora, ela própria tem muito de um fascista.




Douglas 05/03/2021

Como entender o fascista que mora ao lado
Creio que o título da obra tenha sido escolhido pra chamar a atenção do público. Seria ótimo um verdadeiro manual, para entender o fascismo brasileiro. Porém, é uma tarefa difícil, de muitas leituras, estudo e dedicação acadêmica. Tiburi coloca esse conhecimento adquirido em anos de estudos filosóficos em instituições renomadas, a nosso dispor. Entendo que alguns podem não gostar, por esperar algo mais mastigado, por ter problemas pessoais contra a opção política da autora, ou mesmo por se doer com a critica ao autoritarismo/ pseudo conservadorismo. Acredito que aqueles que tem a consciência tranquilas, sem vestir carapuças, devem gostar da obra. Recomendo assistir vídeos dela no YouTube, no Café Filosófico CPFL. Os que tentaram calar a autora, no Brasil, poderão tentar, atualmente, na Universidade de Paris. Desejo sorte e muita resistência. Vida longa aos professores. Não há mal que dure para sempre.
Natalia.Garcia 12/03/2021minha estante
Ótima resenha! Eu como estudante de filosofia fico extremamente transtornada com a perseguição em que nossos intelectuais sofrem por apenas exporem a realidade brasileira, tanto em ideias como em ações. Aparentemente todo e aquele que levantar voz contra o Facismo será perseguido, portanto, prefiro estar do lado dos que são perseguidos a me juntar com os que perseguem.


Douglas 12/03/2021minha estante
Natalia, a verdade dói. Mas fico satisfeito em verem os perseguidores se escondendo atrás de contas fakes. Tentam amedrontar, pois são eles os amedrontados.




Lu_Augusto 26/02/2024

Eu adoro a frase de que "chapéu de fascista é marreta e suástica tem que bater até virar catavento", mas numa sociedade onde durante quatro anos predominou fake news e muita desinformação, o discurso de ódio se tornou algo comum. Junto com isso, líderes que possuíam características fascistas em seus discursos e atos pautaram a política e influenciaram muita gente.
Entretanto, não podemos chamar essa massa utilizada como "exército político" de fascistas também, são apenas pessoas que foram dominadas ideologicamente. Essa é uma linha tênue, mas que deve ser levada em consideração e a autora faz muito bem isso.
Uma das características do fascista é a negação do outro e por consequência a negação do diálogo, por isso, não é possível dialogar com um porque ele nega tudo aquilo que foge do seu dogma e do seu entendimento; assim, resolvendo com violência todos os problemas que encontra pela frente.
Além desse tema, a autora passa por inúmeras discussões que são relevantes no nosso cotidiano, desde o vazio dos discursos no dia de hoje até temas como a objetificação da mulher, do seu corpo e a negação da sociedade para sua autonomia.
É um livro complexo em algumas partes, mas que vale muito a leitura.
Agatha193 05/03/2024minha estante
vc faz parecer interessante


Lu_Augusto 05/03/2024minha estante
Pra quem gosta de ciências humanas e principalmente as obras de Adorno, esse livro é muito interessante, super recomendo




Jocélia 13/09/2016

Como não se tornar um fascista ...
Como conversar com um fascista? É um livro para pessoas inabordáveis. Para pessoas que não estão abertas a outras pessoas, outro ponto de vista, outro tipo de pensamento...

Conduzindo o leitor a um processo de reflexão e descoberta dos valores democráticos, a autora procura tornar claro as contradições, os preconceitos e as práticas que caracterizam os movimentos autoritários em plena época da dita, democracia formal.
Iniciando o livro com uma breve explicação do que seria um fascista, caracterizando-os como aqueles que se recusam a perceber e aceitar o outro em sua totalidade, Márcia Tiburi afirma que dialogar com um fascista é antes de tudo, procurar firmar uma relação com um sujeito incapaz de suportar a diferença que o dialogo proporciona desconstruindo suas certezas e levando-o a perceber que seu conhecimento é limitado.
Para a autora os fascistas não suportam a democracia, até então entendida como concretização dos direitos fundamentais de todos, ou seja, como processo de educação para a liberdade.
Outra característica marcante é o fato do fascismo se apresentar como um fenômeno natural, um fascista seria um paranoico contemporâneo, fazendo uso das diversas formas de exercícios de poder, tendo sempre como foco principal “negar o outro”.
As práticas fascistas aparecem para os seus adeptos como consequências necessárias do Estado ou da vida em sociedade, dessa relação entre homens que dominam outros homens através do recurso à violência. O fascista tem ódio de quem demonstra saber algo que afronte ou se revele capaz de abalar suas crenças, o que o faz com que ele evite o dialogo, visto que o dialogo não é uma troca de semelhança e sim uma conversa com o diferente, sempre se dá com a diferença.
Partindo desse pressuposto, é importante salientar que, levando em consideração que se há uma tradição autoritária, uma cultura denominada pela autora como segunda natureza, isso coloca cada individuo na posição de fascista em algum momento da sua vida, o que faz com que praticas fascistas sejam facilmente tidas como naturais.
Enfim, na leitura do livro não vi dicas de como conversar com um fascista, mas de como NÃO SE TORNAR UM FASCISTA.


Vitor Pitta 14/09/2016minha estante
Quero muito ler esse livro, adoro a Marcia Tiburi


Jocélia 22/09/2016minha estante
Também gosto muito da Márcia. Aprecio bastante seus escritos como também as palestras.
Só achei ela um pouco ''fascista'' nesse livro...rsrsrs




KarlaRocha 30/07/2017

Este livro aborda de uma forma muito inteligente e viva as diversas formas como o fascismo, enquanto ausência de pensamento e de abertura ao outro, pode se manifestar no cotidiano e vêm se manifestando desde o princípio da construção da nossa cultura.
Isto afeta todos que são denominados de outro e de alguma forma rotulados dentro de uma nomenclatura previamente conhecida, mas que nem sempre, aliás na maior parte das vezes, não corresponde a realidade.
Acredito que é um livro cujo o foco é levar o leitor a uma reflexão sobre a sua visão de mundo, sobre a sua visão sobre o outro, seus preconceitos e principalmente como isso reflete de modo prejudicial sobre a sociedade e sobre os próprios indivíduos. O livro ainda aponta alguns caminhos para uma nova perspectiva que inclui olhar para o outro como algo novo com curiosidade e livre de rotulagens, procurar a pluralidade de vozes sobre o fato, isto é, não apenas a visão dos meios de comunicação dominantes, mas também a visão de pessoas comuns que estavam presentes e mídias alternativas. Além disso, considerar a alternativa de estar junto com o outro sem interpreta-lo, sem integra-lo, mas se abrindo ao relato do outro a partir de seu ponto de vista e de sua própria experiência.
Ninguem 06/03/2018minha estante
Só se for da pluralidade de definições que ela faz no livro. A "filósofa" que não tem rigor semântico.




Thalyta Viana 29/05/2017

Sua ironia me arrancou risos
Um convite a reflexão. Vivemos muitas das verdades que li nesse livro, o ódio cada dia mais aflorado na sociedade, infiltrado em todas as classes, o que sempre, ou quase sempre, é resultado de uma base defasada - de educação, de conhecimento, de altruísmo -. Porém também li trechos onde a autora se mostrou "facista" quando ataca o outro que se opõe as suas verdades.
A autora por propagar tanto as bandeiras igualitárias, deveria de forma analítica rever alguns de seus conceitos.
Cossetin 27/10/2017minha estante
Eu li trechos q eu me vi como facista, mas acho q cabe a reflexão.




Thiago.Pereira 12/08/2016

Anti clímax
O livro inicia ágil, coeso, corajoso e parece ter um grande potencial até começar a patinar e não concluir em algo construtivo.
Talvez seja uma colagem de textos que juntos não tiveram unidade.
lanegrao 25/11/2016minha estante
mas é isso. união de textos da autora.




Smoke One 09/12/2015

O diálogo como ferramenta de desconstrução.
A meu ver, esta excelente obra fornece ferramentas para um diálogo desconstrutivista.
Desconstrutivista no sentido de que, para conversar com uma pessoa que já se
fechou na sua bolha ideológica e que não aceita a alteridade como uma possibilidade,
dialogar desconstruindo conceitos mal formados, fundamentados em ideologias ou estudos equivocados, é um dos caminhos para tentarmos alcançar uma sociedade mais justa e mais tolerante com as alteridades que nos circundam.
Grato, Marcia Tiburi, pela excelente ferramenta.
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Camila.Almeida 24/02/2016

Um dos melhores.
É um livro completamente objetivo e necessário para entender um pouquinho (repito, pouquinho) da realidade autoritária do nosso país.
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Sally.Rosalin 24/03/2016

Como conversar com um fascista
Indicação do professor Leandro Karnal em sua page do Facebook. Na apresentação, Rubens R.R. Casara explica o que foi fascismo ontem e que o fascista atual é aquele que não quer diálogo e incita ao ódio. Prefácio escrito por Jean Wyllys.

Bom, em linhas gerais, para exterminar a democracia como desejo é preciso que o povo odeie e é isso o que o autoritarismo é e faz. Ele é o cultivo do ódio, de maneiras e intensidades diferentes em tempos diferentes. Às vezes um ódio mais fraco, ás vezes um ódio mais intenso servem à aniquilação do desejo de democracia. O fascismo é sinônimo do autoritarismo.

O fascismo sobrevive na animosidade. Ora, quem é atacado nos posicionamentos discursivos e práticos do fascismo não deve contentar-se com a posição de vítima. Essa pode ser simbolicamente útil para construir direitos, mas também para destruir lutas. Achei esse pensamento da autora, muito interessante. O fascismo tem um ódio especial direcionado às minorias.

Assim como, em sendo questionada, a palavra "Deus" gera o estigma do herege ou do ateu, a palavra "capitalista", quando questionada, gera o estigma do " comunista", ele mesmo tratado como um tipo de ateu em sua descrença crítica do sistema. Achei interessante escrever sobre isso, pois nesse período de crise política, temos visto pelas ruas pessoas sendo agredidas devido à cor de suas vestes.

A neurose é uma categoria psicanalítica... O neurótico quer provar suas "teorias", que ele pode criar nas mais variadas circunstâncias. E, para prová-las, basta acionar o mecanismo de distorção. A distorção requer interpretação. Em geral, aquilo que se quer provar - a Teoria do neurótico - não tem realidade alguma. Ele quer provar algo sobre si mesmo e o outro lhe serve como caminho da prova. A inversão, por sua vez, não é uma mera projeção, como pode parecer. Ela é uma tática de poder que vai além da neurose e tem com ela a diferença de ser uma desonestidade consciente. Alguém que na esfera privada é neurótico, na esfera pública pode ser um canalha. A posição do canalha é sempre burra, e fácil de desvendar. Mas vivemos no império da canalhice onde a burrice, tanto como categoria cognitiva quanto moral, venceu. Desvendá-la não tem mais muito valor. Ela se transformou no todo do poder.

Meios de comunicação em geral, onde ideologias e indivíduos podem se expressar sem limites de responsabilidade ética e moral, estabelecem compreensões gerais sobre fatos que passam a circular como verdade apenas porque são repetidas. Leia-se Facebook, twitter, e acredite: apenas capas de revistas.

Na verdade, quem pensa que faz um discurso sempre é feito por ele. Sobre xingamentos, o ato de xingar, mostra a impotência para uma crítica concreta e uma estratégia de destruição. A agressividade verbal é uma forma conhecida de violência simbólica. Temos ouvido e visto jornalistas com amplo espaço na televisão falar de modo agressivo e irresponsável em gestos de claro fomento ao ódio. Reprodução do texto: Como escrever para idiotas, que já reproduzi aqui no blog. Muito bom.

A autora escreve sobre vários temas, rescrevi (trechos do livro) apenas um histórico de leitura que mais me chamou a atenção. Muito bom. Indico.

site: http://sallybarroso.blogspot.com.br/2016/03/como-conversar-com-um-fascista.html
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Cezar 17/06/2016

Um livro necessário
Excelente reflexão sobre o eu e o outro. Necessário para entender algo do Brasil atual. Pena que é improvável que o livro chegue naquelas pessoas que deveriam refletir sobre ele.
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