Paulo1844 07/04/2024
Mas, já é hora de irmos: eu para a morte, e vós para viverde
"A Apologia de Sócrates", escrita por Platão, é uma obra que retrata o famoso julgamento de Sócrates em 399 a.C., onde ele foi acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses da cidade. O diálogo é uma defesa eloquente e persuasiva de Sócrates, onde ele argumenta que sua busca pela verdade e sua prática da filosofia são motivadas por um chamado divino, e não por um desejo de corromper a juventude. Sócrates, como sempre irônico, que se fosse nos dias de hoje faria qualquer advogado suar frio, com seu método, questiona os seus acusadores, sempre com ironias e perguntas maliciosas. Esse é o Sócrates que Platão retrata. O homem mais sábio entre os gregos, que reconhecia a sua própria ignorância. Aceitou a morte, uma condenação injusta. Esse livro oferece diversas percepções sobre a natureza da justiça, da sabedoria e da virtude.
"São considerados sapientíssimos dentre vós, ó homens, aqueles que, como Sócrates, tenham reconhecido que em realidade sua sabedoria não tem nenhum mérito"
"O Banquete", uma das obras mais célebres de Platão, é um diálogo filosófico que retrata uma série de discursos proferidos por diversos convidados durante um banquete em honra ao poeta Agáton. O diálogo é conduzido por Sócrates e acontece na casa do rico ateniense Agáton, onde se reúnem vários intelectuais da época, incluindo o próprio Sócrates, Aristófanes, Erixímaco e outros. A estrutura do diálogo consiste em uma série de discursos sobre o amor (Eros), apresentados pelos convidados, cada um oferecendo sua própria visão sobre o tema. O ponto culminante do diálogo ocorre quando Sócrates faz sua própria exposição sobre o amor, baseada em uma conversa que ele teve com uma sacerdotisa chamada Diotima. Platão utiliza o simbolismo do banquete como uma metáfora para explorar as diferentes facetas do amor, desde o amor físico até o amor platônico e transcendental. Cada discurso oferece uma perspectiva única sobre o amor, revelando as complexidades e contradições inerentes a esse tema universal. A interpretação de Sócrates, transmitida por Diotima, destaca o amor como um desejo de alcançar a beleza e a sabedoria, e sugere que o verdadeiro objetivo do amor é buscar a imortalidade e a perfeição por meio do conhecimento filosófico. Sócrates argumenta que o amor é uma forma de ascensão espiritual, levando a alma do indivíduo a buscar a união com o divino. Além de explorar conceitos filosóficos profundos, "O Banquete" também é uma obra rica em elementos literários e retóricos. A habilidade de Platão em retratar personagens distintos, cada um com sua própria voz e perspectiva, contribui para a riqueza e a profundidade do diálogo.
"O amor é o mais antigo, o mais augusto de todos, o mais capaz de tornar o homem virtuoso e feliz durante a vida e após a morte."