Flores

Flores Afonso Cruz




Resenhas - Flores


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Ricardo.Silvestre 06/09/2022

Entremos mais dentro na espessura
É o segundo livro que leio do autor, Afonso Cruz, e confirma-se o mesmo estilo narrativo em ambos. A linguagem é simples, rápida e poética, com personagens intensas que nos vão cativando à medida que as passamos a conhecer melhor.

É um livro sobre as pessoas, a vida, a morte, as perdas, o amor, a amizade e a importância das nossas lembranças. Quem passaremos a ser após a perda das nossas memórias? Os que nos conhecem saberão responder?

O livro tem inúmeras passagens que merecem destaque, de tão belas que são. Faço questão de realçar a que se segue:
?Tu achas que és uma pessoa, tens memórias, isso tudo. Mas, olha, os teus anos mais importantes, não te lembras deles. Lembras-te de quando tinha três anos? Não, pois não? De quando tinhas quatro? Também não. Dois? Um? Cinco? (?) Sabes quem se lembra desses anos e os guarda no peito como um coração mais importante do que o próprio coração? É a tua mãe. (?) As mães são as fiéis depositárias da nossa infância, dos primeiros anos. As tuas memórias mais importantes, mais formadoras, não são tuas, são dela. E quando tua mãe morrer, levará consigo a tua infância, perderás os primeiros anos da tua vida.?

E em jeito de conclusão, e como diria o Sr. Ulme, entremos mais dentro da espessura.
?
Marcia 20/09/2022minha estante
Muito interessante, gostei e anotei.


Ricardo.Silvestre 20/09/2022minha estante
@Marcia, que bom que gostou. Quando tiver oportunidade, dê um mergulho na escrita de Afonso Cruz e delicie-se.




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ludmilla_morais 07/07/2023

Entremos mais dentro da espessura
?Entremos mais dentro da espessura, entremos mais dentro da espessura.?

?Altitude!?. ALtitude com L mesmo, como diz Ulme. As vezes precisamos de Atitude, ou melhor, Altitude, para olhar mais para a paisagem como um todo e menos para os detalhes específicos, porque assim não perderemos a beleza geral da paisagem.

Gostei do livro, porque eu não estava com a expectativa de uma história ?aventureira?, foi uma leitura para curtir a escrita do autor e para conhecê-la também. Gostei do que eu li, deu para descansar de outras leituras anteriores que eram com mais ação e mais pesadas. Achei a escrita fluida.

A história é contada em primeira pessoa, mas em alguns momentos sinto resquícios de segunda pessoa, pois em alguns momentos o narrador comunica com o leitor, principalmente quando são assuntos relacionado à vida, como quando o autor estava contando sobre as mães que guardam nossas primeiras memórias, e que quando elas morrerem, nós perderemos nossos primeiros anos de vida.

Capítulos curtos. Escrita poética. Muitas vezes me identifiquei com os sentimentos do narrador em alguns momentos, que apresenta uma visão atenta sobre determinadas coisas. Em certo momento ele fala do cheiro da morte, e do momento corriqueiro de Clarisse a depilar-se que o fez querer chorar, me identifiquei muito.

É interessante que mesmo que o Kevin (narrador) se mostra atento aos detalhes e isso algumas vezes é bonito, a gente vê que isso pode não ser tão bonito quando ele deixa se afetar por detalhes na convivência dele com outras pessoas, e esses detalhes acabam com a relação dele com essas pessoas. Como aconteceu com o chapéu da Clarisse que ficou na cama, isso abalou a relação deles, e o pão que a Sara pegou dele e ele ficou brava pois estava guardando para comer por último.

A história é bem leve porque acredito que queira mostrar algumas mensagens. Mas a história principal é sobre o Sr. Ulme que começou a perder a memória, e o Kevin percebe isso quando o Sr. Ulme vê uma mulher nua em uma revista e não se lembra de ter visto uma mulher nua.
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