Resenhas - Gratidão

Marcelo 11/09/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de livros de memórias e também sobre os temas da relação com a morte e o luto. "Gratidão" é uma obra póstuma do escritor Oliver Sacks, publicada após sua morte em 2015. Este livro é uma comovente coleção de quatro ensaios nos quais Sacks reflete sobre sua própria vida, a doença terminal que o afligiu e, mais importante, sobre a gratidão que ele sentiu em relação a sua jornada.

Ao longo das páginas deste livro, somos convidados a acompanhar o autor em uma jornada profundamente pessoal, à medida que ele compartilha suas experiências, medos e reflexões diante de uma doença terminal. Sacks enfrentou o câncer de forma corajosa, e suas palavras ressoam com sinceridade e autenticidade, revelando uma vulnerabilidade que é, ao mesmo tempo, comovente e inspiradora.

Em "Gratidão", Sacks discute como a doença transformou sua perspectiva sobre a vida e a morte. Ele explora o significado da gratidão não apenas por sua própria existência, mas também pela oportunidade de enxergar a vida sob uma nova luz. O autor descreve a importância de viver plenamente, mesmo quando confrontado com a proximidade da morte, e nos encoraja a apreciar cada momento precioso que a vida nos oferece.

Um dos aspectos mais tocantes do livro é a maneira como Sacks aborda sua própria finitude. Ele não foge das questões difíceis sobre a morte, mas as encara de frente, compartilhando suas reflexões sobre o que significa enfrentar o inevitável. Suas palavras nos lembram da fragilidade da existência humana, mas também da beleza que pode ser encontrada na aceitação e na gratidão. Sacks não apenas narra sua própria história, mas nos desafia a refletir sobre nossas próprias vidas e a encontrar gratidão em nossas experiências cotidianas.

"Gratidão" é um livro que toca o coração do leitor e nos lembra da importância de viver com propósito e apreciação. É uma obra que nos convida a refletir sobre a vida, a morte e a natureza efêmera da existência humana. Ao compartilhar sua jornada final conosco, Oliver Sacks nos presenteia com uma obra de beleza e sabedoria que perdurará por muito tempo depois de sua partida. É um testemunho poderoso da força do espírito humano e da capacidade de encontrar gratidão, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras. "Gratidão" é, em última análise, uma celebração da vida e um tributo à coragem e à humanidade de seu autor, que continua a inspirar e tocar os corações daqueles que têm a honra de ler suas palavras.

Gustavo 04/06/2021

E em paz, descansar
A sensibilidade e reverência de Sacks diante da vida brilham de modo especial nesse texto. São quatro textos curtos escritos nos últimos anos do premiado neurologista. Consciente de sua doença terminal, o médico poeta revisa sua trajetória e prepara-se para a despedida final.

Devo destacar que enquanto seu corpo anuncia eloquentemente sua transitoriedade, cresce ainda mais a paixão de Sacks pela vida e seu desejo de "viver de modo mais rico, profundo e produtivo que puder" no período que lhe resta. De fato, conforme o título da coletânea de textos, não encontramos aqui um lamento mas uma aguda expressão de gratidão pela vida, a despeito do medo do que lhe aguarda. Conforme afirma: "Acima de tudo, fui um ser senciente, um animal que pensa, neste belo planeta, e só isso já é um enorme privilégio e uma aventura".

Embora distante das crenças religiosas de sua família (judaísmo ortodoxo) e infância, Sacks depara-se ao final com o significado do Shabat, e, numa expressão que vale a pena redigir aqui, conclui o texto:

"[...] E agora fraco, sem fôlego, os músculos antes firmes derretidos pelo câncer, encontro meus pensamentos cada vez mais, não no âmbito sobrenatural ou espiritual, e sim no que se quer dizer com levar uma vida boa, que valha a pena - alcançar a sensação de paz dentro de si mesmo. Encontro meus pensamentos rumando em direção ao Shabat, o dia de descanso, o sétimo dia da semana, e talvez o sétimo dia da nossa vida também, quando podemos sentir que nosso trabalho está feito e, com a consciência em paz, descansar".

Duda Garcia 29/12/2021

Me deixou melancólica
Esse sentimento de gratidão e satisfação do autor parece tão bom?

Pra eu morrer assim ainda falta mudar muita coisa na minha vida? mas bora laaa!

Escrita muito boa e uma vida que também me pareceu assim.

Obs: li depois de ver a resenha do Arthur aqui no Skoob kkkkkkk

SILVIA 01/03/2016

Vale a pena ler
Meus comentários estão no Blog através do link abaixo.

site: http://reflexoesdesilviasouza.com/livro-gratidao-de-oliver-sacks/

Georgia Cavalcante 07/08/2016

Gratidão é um livro que provoca o leitor a se posicionar no mundo. São poucas páginas, porém intensas. Nele percebemos a relação que o homem Oliver Sacks teve com a vida, com o seu tempo e com tudo que o rodeava. São as palavras finais de um homem que está lúcido, entretanto debilitado por um câncer em metástase e que grita a plenos pulmões que ainda teria muito a viver, mas não tem mais tempo. As reflexões de Sacks são atemporais e cativam pelo assunto, pela forma que foram escritas, pelo conteúdo e pelo muito que o autor compartilha nessas poucas páginas. Oliver Sacks morreu duas semanas depois do livro ser publicado e penso que seguiu com uma certa paz. A paz de ter construído a sua jornada de forma plena e verdadeira para ele, dentro de suas regras, seguindo as próprias metas.

Ricardo Silas 08/12/2016

Gratidão
Imagine sua vida aos 80 anos de idade, com metástase, frágil demais para suportar bombas de exames e tratamentos contra o câncer, e, ainda assim, consciente o bastante para não se desesperar ao se ver face a face com a morte. Os últimos suspiros de Oliver Sacks foram assim. Quando lembradas da certeza de que um dia irão morrer, as pessoas sentem calafrios, às vezes pensam até ser possível encontrar um esconderijo seguro onde a morte não possa vê-las. Fazem de tudo para deixar esse incômodo de lado, exceto encarar a finitude da vida com sabedoria e gratidão. Quando a minha hora chegar, espero poder dizer o mesmo que Sacks disse antes de partir: "Não consigo fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca, li, viajei, pensei, escrevi. Tive meu intercurso com o mundo, o intercurso especial dos escritores e leitores. Acima de tudo, fui um ser senciente, um animal que pensa, neste belo planeta, e só isso já é um enorme privilégio e uma aventura". De antemão, sou imensamente grato.

Valério 03/08/2017

Despedida
Oliver Sacks, um homem excepcional, trouxe neste livreto as impressões de um moribundo sobre o significado da vida e da morte e sua perspectiva face à proximidade do fim.
Esperava mais dos texto (quatro, publicados entre 2013 e 2015).
A edição é bonita, com capa dura, e pequenina (o que não dá para ver nas fotos).
Vale a leitura. Mas está aquém de Oliver Sacks e sua obra.

José 16/09/2017

Inspirador
Quatro artigos publicados no New York Times. Lições sobre como enfrentar a morte quando se é doente terminal. Reflexões de um médico neurologista, de um escritor reconhecido, sobre a vida boa, aquela que vale a pena ser vivida. Gratidão é o sentimento preponderante nos textos. Isso impressiona ainda mais porque Sacks era ateu (e, por conseguinte, nada mais esperava). Curtinho. Uma hora de leitura. Um livro para a cabeceira.

Kelli 17/01/2018

A beleza na simplicidade
O livro “Gratidão” de Oliver Sakcs (renomado escritor, professor, neurologista e químico) e composto por quatro ensaios publicados no New York Times. O primeiro deles “Mercúrio” escrito alguns dias antes de seu octogésimo aniversário em julho de 2013. Ao escrever os outros tres ensaios ele já sabia que lhe restava pouco tempo de vida (desde 2005 ele fora diagnosticado com uma forma rara de melanoma no olho que se agravou com o tempo). Em todos os ensaios, cada um mais belo do que o outro , com muita sabedoria ele se mostra grato pela vida que teve e, paradoxalmente, pleno de vida e disposição - tanto que nadava, tocava piano e viajava apesar da doença e da idade avançada. O último ensaio “Sabat” foi escrito poucos dias antes de sua morte (30/04/2015, aos 82 anos). Cada um dos seus escritos nos traz uma lição de otimismo e amor. Amor às coisas simples e verdadeiras. Neles ele nos fala sobre experiência de vida, família , trabalho, pequenos prazeres e alegrias. Enfim, uma vida como a de todos, momentos difíceis e de felicidade, mas que foram encarados com a tranquilidade de um grande aprendizado. É interessante notar que, embora não esperasse nada além da vida física, Oliver Sakcs se prepara para a morte com a tranquilidade de quem inicia uma nova fase, há uma profunda leveza em suas palavras. O livro não é triste, não é uma despedida, ao contrário, é uma celebração à vida, que ele tenta viver do modo mais rico e produtivo possível, e, com imensa gratidão.
Tenho certeza de novamente terei o prazer de reler esta obra. Eu também com profunda gratidão a Oliver Sakcs.
“Não consigo finguir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca, li, viajei, pensei, escrevi. Tive meu intercurso com o mundo, o intercurso especial dos escritores.” (Oliver Sakcs)

Jú 04/01/2024

Gratidão
Gratidão, Oliver Sacks, por sua contribuição ao mundo.
São quatro textos curtos publicados já no fim na vida, mas que trazem perspectivas sobre o morrer e viver de forma muito lúcida.

Radija Praia 28/02/2018

"Gratidão" é uma pequena coleção de ensaios, lindamente escritos e perfeitamente compilados. Contendo reflexões maduras e profundas sobre a vida, envelhecimento, confronto de doença e do fim da vida com dignidade e graça.

Apreciei bastante os pensamentos de Sacks sobre seu envelhecimento e moralidade. Soa forte sem ser melancólico. A visão de seu processo de pensamento e sua compreensão do mundo é muito válida e gratificante. Finalizei "Gratidão" com desejo por mais leituras de outros livros do autor.

Dori Araujo 30/03/2018

Sobre viver uma boa vida...
*Pensei que morreria aos 41 anos, na ocasião em que sofri uma queda grave e quebrei uma perna quando subia sozinho uma montanha. Improvisei uma tala para a perna e consegui descer desajeitadamente a encosta, alavancando o corpo com os braços. Nas longas horas que se seguiram, fui assaltado por memórias, boas e más. A maioria delas continha a sensação de gratidão: pelo que recebi dos outros, e também por eu ter sido capaz de dar alguma retribuição.*

Jacque Spotto 13/03/2020

Emocionalmente...
O livro traz alguns ensaios de Oliver Sacks desde seu aniversário de 80 anos até os últimos dias de vida devido a um câncer. Apesar de serem ensaios que relatam o conhecimento de que a morte está próxima, Oliver escreve não de forma a lamentar, mas de gratidão por tudo que viveu e por ainda estar vivo, por seus amigos, por suas experiências em sua profissão e suas viagens.
Um relato que nos faz repensar como será em nossa velhice não de uma forma triste, e sim, de forma grata pela vida.

Andréia 30/05/2020

Gratidão
Como diz Oliver Sacks:

Agora estou face a face com a morte, mas isso não quer dizer que não quero mais nada com a vida.

Paula 08/06/2020

A escrita do Oliver Sacks é envolvente, e suas reflexões sobre a finitude da vida são especiais