Os Porões da Contravenção

Os Porões da Contravenção Chico Otávio




Resenhas - Os Porões da Contravenção


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Drigo.Cardoso 24/08/2021

Um trabalho jornalístico primoroso que merecia virar série
Se hoje, algum livro brasileiro merecia virar série na mão da Netflix ou alguma outra produtora, Os Porões da Contravenção é uma excelente aposta. Livro essencial para entender como o crime o e Estado se misturam e se fundem em um corpo só no Brasil. Aloy Jupiara e Chico Otavio fazem um trabalho jornalistico incrível aqui, com relatos precisos. Os Porões da Contravenção parece ser o roteiro escrito sob medida para José Padilha: Rio de Janeiro, samba, carnaval, caipirinha, futebol, jogo do bicho, militares truculentos e corruptos, e bicheiros quem imitam mafiosos italianos.
Ana Bellot 24/08/2021minha estante
Adoro! Já viu o documentário sobre Castor? Os autores do livro estão presentes.


Drigo.Cardoso 24/08/2021minha estante
Não vi ainda, é Globoplay, né?


Ana Bellot 24/08/2021minha estante
Isso mesmo! Ah, eu respondi sua mensagem no privado! Não sei se a notificação chegou ai!!


Drigo.Cardoso 24/08/2021minha estante
Chegou, e eu tentei te responder 4 vezes! Mas o Skoob definitivamente não é bom com mensagem entre usuários. Vou tentar mais uma vez


Dreads 07/03/2022minha estante
Pois assista, como a colega indicou! Eu assisti e gostei muito! Acredito que o livro me impacte da mesma forma. (Ainda não li). Com certeza, em sua resenha, você disse tudo que representa este 'mundo': mafiosos, truculência, corrupção. E a série aborda bastante o assunto. Então, acredito que o livro deva ir pelo mesmo caminho! O que, para mim, será fantástico! Mal posso esperar para ler!




Beatriz.Costa 19/02/2022

Esperava mais
Esperava muito mais desse livro. É um livro extremamente jornalístico porém enviezado.
O jogo do bicho precisa ser legalizado, exatamente por ser algo completamente estruturado e organizado, empregando várias pessoas. Se houver o desmonte do jogo do bicho e do bingo, os funcionários de hoje jamais seriam absorvidos pelo comércio ou pela indústria.
Tem como fazer a legalização sem tirar das mãos dos bicheiros, da mesma forma que os cassinos nos EUA são privados, independentes, legalizados e pagam impostos para o Estado.
Isso é possível! Mas à imprensa sensacionalista e o Estado querem mais poder para o Estado e querem que isso vá para as loterias, mas dessa forma não irá funcionar, os bicheiros não irão deixar.
Os bicheiros não tem ideologia, eles defendem o sistema político que sustenta eles. O regime militar era forte, eles defendiam o regime (mesmo tendo sido presos durante o regime por terem sido considerados inimigos do regime), a democracia começou a andar e os bicheiros passaram a defender a democracia. O livro deixa isso bem claro e mesmo assim, em outro ponto, defende a criminalização e repressão do jogo do bicho, bingo e máquinas de caça-níqueis.
O jogo do bicho é tão ?aceito? pela sociedade que existem apontadores pelas redondezas dos Tribunais no Rio de Janeiro. Então qual o real incomodo do Estado, da imprensa sensacionalista e de uma parcela da sociedade, com o funcionamento do jogo do bicho?
Drigo.Cardoso 28/04/2023minha estante
Mas o trabalho de pesquisa não é sobre isso, Beatriz... o livro não se propõe ? sequer sugere propor-se ? a ser um tratado sobre a questão do Jogo do Bicho e sua eventual legalidade ou não. O texto está longe de ser enviesado, como tu diz, nem ao menos dá pra pôr na conta de "imprensa sensacionalista", o que é narrado aqui são relações contravencionais entre Estado e o Crime Organizado. Não existe possibilidade do jogo do bicho ser legalizado, porque o bicheiro não tem interesse nisso ? legalizar não é só pagar impostos (o que pro bicheiro já é bem ruim), tem a ver com uma tremenda reforma no processo e se ajustar a diretrizes que hoje não existe no Jogo do Bicho. Em todo estado brasileiro, existem sorteios com premiações que não são estatizadas e pagam impostos ao Estado, são de caráter filantrópico, mas que todo mundo sabe que rende um bom lucro pro CNPJ por trás (tipo igrejas hehehe). Quantos bicheiros largariam a feição com o jogo do Bicho pra encarar uma premiação nesse estilo? É inocência acreditar que bicheiro quer ver seus negócios legalizados, assim como é inocência acreditar que o Jogo do Bicho ainda existiria, se não fosse conveniente pro Estado. Então te respondo à pergunta: qual o real incomodo do Estado com o Jogo do Bicho? Nenhum.




Tiarajú 12/02/2022

Ótima pesquisa e escrita
O livro é muito bem escrito, com uma pesquisa primorosa. Traz as relações entre jogo do bicho, Carnaval e o governo militar, apresentando os principais personagens. Embora o livro seja de qualidade, o assunto não me empolgou tanto e empaquei na leitura.
comprido 11/03/2023minha estante
então por que leu ?




Cheiro de Livro 30/03/2016

OS PORÕES DA CONTRAVENÇÃO
Escola de samba e contravenção são dois elementos, muitas vezes, inseparáveis no carnaval carioca, é dessas coisas que, infelizmente, o brasileiro parou de achar errado. O crime desfila todos os anos pela Sapucaí e tudo bem, foi o incomodo com essa promiscuidade nacional e o interesse de conhecer cada vez mais sobre a minha escola do coração, Beija-Flor, que me fez pegar Os Porões da Contravenção.
Chico Otávio e Aloy Jupiara focam em três chefes do jogo do bicho no Rio: Capitão Guimarães, Anisío e Castro de Andrade. Em comum os três se utilizaram de escolas de samba para tentar limpar sua imagem e, o foco real do livro, contaram com a conivência e a ajuda direta da linha dura do governo militar para se estabelecer. A primeira parte da tática funciona muito bem até hoje para os dois que ainda estão vivos, Guimarães e Anísio. Ambos circulam calmamente pela Sapucaí, pelos barracões e são vistos mais como mecenas do que como bandidos que são. A idéia é tão enraizada que a Beija-Flor chegou a levantar a proposta de que um enredo sobre Anísio seria uma boa para 2017.
O livro afirma que o jogo do bicho é a verdadeira máfia do Brasil. São organizados e estruturados e mesmo os diversos reveses que enfrentaram ao longo do tempo, como a prisão em 1993 por formação de quadrilha, não os desarticula. Um poder tão grande e tão estabelecido não se obtém por graça divina, se impõe pela força e foi isso que eles fizeram, onde foram buscar a força é que o alvo do livro. A força veio dos porões da ditadura, dos torturadores do DOI e da Casa da Morte de Petrópolis, de policias corruptos da Baixada Fluminense. É aterrador.
A trajetória que mais me chamou a atenção foi a de Anísio por ser uma mistura de política e fora, uma mistura entre a lei do silencio e a influencia. Seria uma dessas historias que daria um bom personagem de House of Cards como exemplo de promiscuidade entre poder e os fora da lei. Castor é contraventor de nascença, a mãe era banqueira do bicho, e Guimarães chegou na base da força.
O retorno do Brasil a democracia e a Anistia deixou muitos esqueletos nos armários, muitos porões fechados e muitas figuras obscuras caminhando por aí incólumes. Esse livro levanta um pouco um desses porões, ainda é pouco, precisamos sempre jogar luz nesse nosso passado tão mal digerido e que afeta tanto o nosso presente.

site: http://cheirodelivro.com/os-poroes-da-contravencao/
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Beto 29/12/2016

Um livro revelador e questionador!
O livro é muito bem escrito. Dentro dos capítulos sobre Anísio, Castor de Andrade e Capitão Guimarães existem divisões entre os casos, fazendo com que você não se perca na imensidão de dados sobre envolvimento dos três contraventores com militares na época da ditadura, ligação com outros crimes e como eles assumiram o status que adquiriram na transição da ditadura para a democracia e que mantêm até os dias atuais (mesmo Castor, após falecer)...
O livro é extremamente questionador por nos fazer pensar qual a representatividade do jogo do bicho atualmente. Será que eles ainda gozam do mesmo prestígio de outrora? Será que possuem ligações com as facções que dominam o RJ? Enfim... um livro extremamente interessante, com dados bem consistentes que permitem ao leitor, uma noção exata do poder que adquiriram por meio das escolas de samba e dos negócios feitos na época da ditadura.
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Jeff.Rodrigues 23/01/2018

Resenha publicada no Leitor Compulsivo.com.br
Das tantas contradições que compõe esse Brasil de surrealismos, talvez uma das mais interessantes seja a relação entre sociedade e poder público com a contravenção. Há uma mescla de apoio quase explícito por boa parte do primeiro setor com uma tolerância velada por parte do segundo. O melhor exemplo, todos sabem, encontra-se escancarado ano após ano nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Exemplo que vem de décadas atrás, foi sobrevivendo e ainda hoje se mantém firme e inabalável.

Na tela da TV, no meio de todo aquele povo a desfilar pela Sapucaí, encontram-se figuras quase lendárias. Benfeitores das agremiações, os bicheiros (também chamados de “papais”) sustentam há décadas seu poder em regiões do Rio de Janeiro e até em municípios inteiros, como é o caso de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ofuscando a ilegalidade dos atos criminosos que praticam, suas ações em prol das escolas de samba mudaram os rumos da festa, profissionalizaram os desfiles e os transformaram em mecenas de uma das manifestações culturais que mais carregam o DNA brasileiro.

Mas de onde surgiu e como se construiu todo esse poder capaz de fazer com que até prefeitos se curvem ante sua passagem pela avenida? Foi em busca de respostas para perguntas como essa que os jornalistas Aloy Jupiara e Chico Otávio mergulharam nos arquivos da ditadura militar. Nos anos sombrios da história brasileira começou a se forjar a estrutura daquilo que, para os autores, é a maior organização criminosa do país.

Centrado na trajetória de Castor de Andrade, Anísio e Capitão Guimarães, Os Porões da Contravenção apresenta um dos capítulos menos explorados por nossa história: o jogo do bicho. Com uma farta documentação, depoimentos que vão de torturadores confessos até sambistas, e uma linguagem no tom objetivo do jornalismo, a obra desvenda os horrores do período de repressão e como os bicheiros se aproveitaram do período para fincar as bases de sua ampla rede de domínio. Desfilam pelas páginas presidentes da República como Médici ou Figueiredo, torturadores como Paulo Malhães, políticos como Leonel Brizola e Moreira Franco, e episódios emblemáticos como o atentado do Riocentro.

A pesquisa dos jornalistas é minuciosa e o conjunto geral da obra é chocante. Enfileiram-se a frieza das atitudes, o cálculo exato dos passos a serem dados, o escárnio no modo de justificar acusações, a impunidade, o crime, a punição aos que desobedecem, as relações espúrias com o poder político e policial, o aplauso de uma comunidade campeã do carnaval, a foto na coluna social, o poder, o poder, o poder…. Nada muito diferente das diversas outras contradições que, escândalo após escândalo, crime após crime, delação após delação, ainda fazem de nós, um país de absurdos.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2018/01/23/resenha-os-poroes-da-contravencao-aloy-jupiara-e-chico-otavio/
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Rittes 10/04/2018

O ovo da serpente
Competente e esclarecedor trabalho de jornalismo investigativo que explicita as ligações da ditadura com a ascensão dos bicheiros cariocas. E faz pensar na gênese da atual crise de segurança pública na cidade maravilhosa. Muito bom, apesar da falta de ritmo, às vezes. No mínimo, uma ligação que poucos haviam feito antes, pelo menos não com a competência de Jupiara e Chico Otavio. Recomendo.
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Abel.Afonso 13/01/2021

faltou mais texto
Falar de temas que são tão conhecidos de todos e que exigem mais aprofundamento para que conheçamos nosso país com uma maior "complexidade" é preciso que antes de tudo o jornalista compreenda que nem todo o leitor vai se interessar em um texto que não saia do jornalismo. É preciso uma fluência maior.
Meu problema com o livro é que ele apesar de muito bem pesquisado usa uma forma "picotada" para contar a ascensão dos grandes capos do século passado, não se preocupa em dar ao leitor uma fluência e principalmente uma narrativa que nos leve a se interessar por muitas das figuras que orbitavam ao redor destes três personagens.
vamos lendo textos que basicamente nos apresentam os envolvidos, dizem o que são porém isto de um jeito que não é prático para se ler. E além ainda pipocam para nós personagens (principalmente outros bicheiros) que não temos a menor condição de saber quem são.
Ficaria para mim, melhor se tivéssemos alguns personagens postos em grandes apêndices e não jogados ao meio das histórias que deveriam focar primeiro nos três "cabeças" e correr com as suas várias complexidades criminais e depois contar quem eram as pessoas que proporcionaram tal caminho que a contravenção tomou.
digo isso pois muitos dos descritos em momentos específicos do livro; entendemos que a grande parte dos homens que compuseram e ainda compõem este meandro eram comuns aos três e isso leva o leitor a não entender a ramificação e a hierarquia da coisa exatamente por uma falta de melhor identificação de quem é exatamente quem no decorrer da leitura.
Para mim este seria um livro de ao menos seicentas páginas com fotos de jornais da época, depoimentos completos, algum diagrama e talvez entrevistas dos autores com alguém que participou dos fatos.
O livro é bom, muito esclarecedor porém merecia este uma maior profundidade. parece que apenas passou por cima das coisas através de jornais e opiniões formadas.
Está claro que em dado momento há uma pressa para comprimir algumas coisas que ocorreram e isto deixou de fora mais detalhes que poderiam ser melhor conhecidos por nós os leitores.
Más é uma obra que conta bem como somos um país de coronelismo e poder paralelo faz tempo. Aconselho a quem se interessar a ler o livro "coronelismo, enxada e voto" de Vitor Nunes Leal e verá que há uma enorme semelhança na formação da bandidagem e política brasileira
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Murilo Gomes 17/02/2021

Milicos e bicheiros
Os Porões da Contravenção é um livro sobre a hipocrisia e a podridão de um regime que atacava aqueles que pensavam diferente, mas compactuavam com os mais vis crimes. O mundo do jogo do bicho estava entrelaçado com os agentes da ditadura, desde um simples soldado até a mais alta patente. Uma triste história, que mais do que nunca, não pode ser esquecida.
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allcalina 24/02/2021

Livro maravilhoso. Não sou muito adepta do gênero, mas gosto do tema e isso ajudou na leitura. Muito bem organizado e com informações ótimas.
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Igor13 08/04/2021

"Um, dois, três, senão corre é de seis..."
Coro puxado por Castor de Andrade numa ocasião. Não entendeu? Revolveres possuem espaço para seis balas... agora ficou mais fácil.

O livro traz uma série de reportagens compiladas e dá maior entendimento do submundo no tempo. Como não acompanhei, ou mesmo acompanho, esses assuntos diariamente pela imprensa, o livro traz muita informação que não sabia. Mesmo sendo do Rio de Janeiro. ouvia por cima. Mas não sabia que era tão sangrento.

Aliás, o que não faltam são assassinatos, tortura e corrupção. Teve horas que tive que parar de ler porque é um assunto meio pesado. Uma realidade cruel e presente na nossa sociedade.
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Fernanda 06/05/2021

Bom livro pra entender o Rio de Janeiro.
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Vinicius 25/05/2024

Todo brasileiro deveria ler
Um livro que mostra claramente a corrupção e a criminalidade se entremeando na ditadura brasileira. Aos que não assistiram e quiserem complementar a leitura, recomendo o documentario "Vale o Escrito" que está no globoplay.
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Ari 21/06/2021

Registro histórico fundamental
Excelente para compreender mais sobre a estreita relação entre os porões da ditadura e o crime organizado
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tavaresclr 13/07/2021

Tudo que o brasileiro adora: samba, política e jogo do bicho
Os Porões da Contravenção é um dos livros mais completos que já li, em questão de conhecimento. A obra é de um riqueza imensa de informações, de datas e nomes que compõe a história triste e hipócrita do nosso país.

Ao realizar as conexões entre a contravenção e ditadura, Jupiara escancara a podridão do regime e quais foram as consequências que precisamos lidar até a atualidade. A sensação é que o bicho está em tudo, e tudo está sistematicamente sendo controlado por superiores. Sugiro que leiam com um caderninho do lado para anotações, assim não tem como se perder!

Trecho: ?A estrutura montada pelos bicheiros com a colaboração de agentes do aparato militar pós-64 está de pé e mais forte. O negócio mudou e tem hoje atividades diversificadas, para além das bancas do bicho. Mas a organização da cúpula, com sua hierarquia, controle de territórios e engrenagens de corrupção, segue intacta, herança da aliança forjada com o desmonte do aparelho repressivo?
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