Felipe | @fe.ituras 10/08/2023
Genialidade do autor ou estupidez humana? Ou os dois?
De início, é importante frisar um aspecto em relação à tradução do título dessa obra em português. No original em alemão, a palavra "recht" que em português fora traduzida como "razão" emprega um sentido de certeza, sendo uma tradução mais literal "a arte de estar certo".
Nesse sentido, "estar certo" não condiz necessariamente com integridade, domínio e clareza sobre determinado assunto, mas sim com o fato de se entender como o certo e colocar um ponto final em alguma discussão.
A partir desse entendimento, Schopenhauer discorre sobre a vaidade e o orgulho do homem que o faz se sentir necessariamente sempre correto em tudo que discute.
Tendo isso em vista, o autor elenca 38 estratégias de autoria sua que ele acredita serem de ajuda para aqueles que buscam essa auto validação, seja por métodos legítimos ou escusos. Para mim, as estratagemas não são o ponto principal dessa leitura, mas sim a análise comportamental proposta por Schopenhauer.
Enquanto lia me veio em mente uma figura que me ajudou a avaliar a perspicácia de Schopenhauer: imagine uma balança, em que de um lado se encontra a genialidade desse filósofo que lá no século XIX conseguiu formular essa análise e a expressar em palavras de maneira que você e eu consigamos o entender. Do outro lado, a estupidez humana que perpetua tal comportamento até os dias de hoje.
Em minha imaginação essa balança sempre permanece perfeitamente equilibrada, não consigo mensurar qual dos dois lados pesa mais. Essa foi uma ótima introdução às obras desse autor pra mim, e como leigo interessado em filosofia posso afirmar que qualquer pessoa consegue transcorrer por esse texto sem problemas, vale muito a leitura!